A rotina de estudos em ano de vestibular é tão intensa que pode acabar afetando a saúde mental dos estudantes. Os neurônios passam a ter maior dificuldade em assimilar o conteúdo abordado e as informações recebidas, que podem ser cobradas nos exames de acesso às universidades.
Dessa forma, equilibrar a rotina inserindo momentos de descanso pode ser decisivo para que seu organismo dê conta de converter o material lido, assistido ou ouvido em memória de longo prazo.
A Ciência já comprovou a importância de uma boa noite de sono, bem como de momentos em que damos um tempo na aquisição de conteúdos para a mente relaxar. Rotinas de estudos muito puxadas causam estresse e cansaço, atrapalhando nossa capacidade de concentração, pois os neurônios começam a ter dificuldade de criar memórias de longo prazo.
Insônia, enxaquecas, perda ou ganho de peso muito acentuado e depressão costumam ser os principais problemas de quem está em fase de vestibular. Descansar não é só dormir, é também dar espaço para que a mente consiga assimilar as informações adquiridas, e isso pode ser feito ouvindo música, lendo um livro ou apenas ficando de “pernas para o ar”.
Como o cansaço é inevitável em qualquer tipo de atividade, incluindo a intelectual, o excesso dele pode gerar inseguranças e queda de rendimento. Esse processo, em caso de retroalimentação, pode conduzir o estudante a um estado de estafa mental que os psicólogos chamam de síndrome de burnout.
Robert Stickgold, neurologista da Universidade Harvard (Estados Unidos), contou em entrevista à revista Super que o sono e as atividades de descanso são importantes, pois ajudam o organismo a organizar as ideias, além de auxiliar a mente na resolução de problemas.
Ao dormir, o cérebro conecta todas as informações que acumulou ao longo do dia. Dessa forma, ele passa a organizar as novas informações com as que já temos, isso significa, ainda por cima, que dormir pode fazer que você seja capaz de resolver problemas que, acordado, acreditava serem insolúveis.
Na prática, o que Stickgold afirma é que as rotinas de estudos longas realizadas por estudantes não ajudam; pelo contrário, são extremamente prejudiciais. Em suma, alguns minutos a mais na cama, desde que seja um sono bem-dormido, são mais eficazes do que horas e mais horas sobre os livros.
Não é só o sono que afeta a saúde mental. Inserir pequenos intervalos ao longo da rotina também é fundamental para garantir melhores resultados de aprendizagem. Fazer microintervalos, como pequenos períodos de 5 minutos a 10 minutos, podem gerar resultados impressionantes.
Sooyeol Kim, doutorando da Universidade de Illinois e especialista no tema, contou em entrevista à BBC Brasil que a prática ajuda as pessoas a lidar melhor com as situações que passam ao longo de um dia.
Ainda que a técnica, que deve ser feita de forma curta e voluntária, tenha sido criada pensando no campo profissional, os benefícios podem ser facilmente detectados quando aplicada nos estudos. Os microintervalos são capazes de elevar a autoestima, descansar a mente e aprimorar o foco, tudo que um vestibulando mais precisa.
Você já deve ter ouvido a frase “mente sã, corpo são”; ela deve ser um mantra para quem está em fase de preparação para ingressar em uma universidade. Os momentos de relaxamento devem envolver atividades que não tenham relação com o vestibular, além de servirem como respiro, elas são prazerosas e responsáveis por quebrar uma rotina estafante.
São bons exemplos de atividades para serem inseridas na rotina: ouvir música, ler um livro (desde que não esteja relacionado com a lista cobrada pela instituição de ensino que deseja entrar), ir ao cinema e ao teatro, assistir a um seriado, fazer exercícios físicos e praticar esportes.
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Fonte: Super, Jaleko, BBC Brasil