A cada nova distração digital, fica mais difícil prestar atenção nos estudos. Isso é ainda mais duro em um momento como a preparação para o vestibular, quando a pressão por um desempenho competitivo pode dificultar a capacidade de fixação de conteúdos.
No entanto, é possível controlar a ansiedade com hábitos conscientes, por exemplo por meio da técnica mindfulness, conhecida também como “atenção plena”. Diversas pesquisas apontam que apenas alguns minutos por dia da prática podem apresentar benefícios significantes para a saúde mental e o aprendizado.
O mindfulness é uma das técnicas de meditação mais populares. O conceito pode ser resumido de maneira simples como o treino da atenção para atingir um estado mental de concentração calma e emoções positivas. A técnica tem duas frentes principais: atenção e aceitação.
A parte mais importante é sintonizar suas experiências para focar no que está acontecendo no momento presente. Normalmente, envolve direcionar sua consciência para respiração, pensamentos, sensações físicas em seu corpo e sentimentos que você está experimentando.
A parte de aceitação envolve observar esses sentimentos e essas sensações sem julgamento. Em vez de responder ou reagir a esses pensamentos ou sentimentos, você os deixa partir.
Aulas de mindfulness fornecem as ferramentas para colocar esses conceitos em prática. Tais programas podem incluir exercícios de respiração, ioga e aulas guiadas para ajudá-lo a tomar consciência das sensações, dos pensamentos e dos sentimentos do seu corpo.
Pesquisadores descobriram que o mindfulness influencia na reação do cérebro ao estresse de duas formas diferentes: mudando as estruturas e a atividade cerebral em regiões associadas à atenção e à regulação da emoção.
A atenção plena pode induzir a resposta de relaxamento. Esta envolve o sistema nervoso parassimpático, que é responsável por restaurar o corpo aos níveis básicos após uma resposta ao estresse, acalmando-o ao diminuir a frequência cardíaca e respiratória, a pressão arterial e a tensão muscular.
O mindfulness também está associado à redução de outros sintomas físicos de estresse. Essa diminuição é muito desejável, porque os sintomas físicos de estresse persistentes estão associados a um risco maior de condições graves, como hipertensão, irregularidades cardíacas, insônia, fadiga persistente, distúrbios digestivos, problemas de saúde mental, fertilidade diminuída e diabetes.
Além de reduzir o estresse, o mindfulness diminui o risco de desenvolver depressão, ansiedade e outros transtornos que podem prejudicar os estudantes. A técnica é capaz de diminuir a atividade cognitiva e fisiológica do cérebro antes da hora de dormir, propiciando uma qualidade de sono melhor, o que é fundamental para fixação de conteúdos e para enfrentar mais um novo dia de estudos.
A atenção plena aumenta o foco, a memória e o raciocínio, ou seja, a produtividade. A prática ainda desenvolve as resistências física e mental, melhorando o processamento de dor e emoções.
O mindfulness também amplia o conhecimento pessoal, proporcionando o reconhecimento de qualidades próprias e a autoaceitação, facilitando a tomada de decisões.
Ao sentar-se para estudar, passe um ou dois minutos tomando consciência do ambiente físico ao seu redor: a sensação de estar sentado na cadeira; os sons à sua volta. Respire algumas vezes, concentrando-se na sensação física de inspiração e expiração.
Não é preciso, necessariamente, respirar de uma maneira especial, apenas volte sua atenção para a sensação física da respiração. Sinta como os pulmões e o tórax se expandem a cada inspiração e depois relaxam na expiração.
Quando você começar os estudos, defina um cronômetro para cerca de 20 ou 25 minutos. Cada vez que você se distrair, tente perceber quando isso aconteceu o mais cedo possível; em seguida, respire mais algumas vezes e volte ao estudo. Lembre-se de que as distrações são inevitáveis, portanto não há necessidade de ficar frustrado ou impaciente. Ao praticar a atenção plena, você terá menos distrações.
Fonte: Guia do Estudante, Correio Braziliense.
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