Os anos que antecedem o vestibular costumam ser de muita tensão para os alunos. A maioria dos jovens sente a pressão de ter que escolher o que quer fazer “para o resto da vida”, e o fato de hoje sabermos que muita gente busca uma segunda graduação ou uma transição de carreira não diminui o nervosismo de ter que decidir o que fazer.
Parte dessa pressão vem do fato de que, por anos, somos bombardeados com a ideia de que existe uma profissão ideal para cada um, e quem não a descobrir nunca será feliz.
Essa ideia aparece em filmes, novelas e até mesmo nas falas de profissionais bem-intencionados que se sentem feliz no trabalho, mas definir e construir uma carreira é algo que vai muito além do que descobrir uma suposta vocação inata.
Sim, existem áreas do conhecimento e tarefas com as quais as pessoas lidam melhor, mas isso é uma pequena parte da rotina de trabalho. Muitas das qualidades que fazem um bom profissional são desenvolvidas e aprendidas ao longo do caminho.
Mas se só descobrir o que se gosta de fazer não é o suficiente para saber a vocação profissional, como é possível discernir isso? Veja, a seguir, o que precisa ser considerado antes de uma tomada de decisão.
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1. Autoconhecimento
Como foi dito, o termo “vocação” está caindo em desuso, pois, atualmente, entende-se que uma pessoa não necessariamente tem de buscar uma profissão ideal. Porém, isso não significa a inexistência de áreas de preferência, seja no estudo, seja na prática, mas é muito mais provável ter facilidade em alguma atividade que pode ser usada em diversas profissões.
Por exemplo, se uma pessoa sempre gostou da matéria Português e gosta de escrever, isso não significa que ela deve cursar Letras. Existe uma série de profissões que precisa (e remunera bem) de bons profissionais na escrita, como em Comunicação, Marketing, dentre outras áreas de Ciências Humanas ou técnicas.
Saber que só descobrir o que se gosta de fazer não define a futura profissão tira um “peso das costas”, porque assim há mais liberdade para pesquisar o mercado e achar em quais áreas se encaixa melhor.
2. Defina o que você não gosta nem quer aprender
Tão importante quanto saber o que gosta de fazer é se conhecer o suficiente para compreender o que não gosta e não quer fazer. Em qualquer profissão, existirão momentos em que será preciso desempenhar tarefas menos prazerosas. Mas é preciso saber até que ponto se está disposto a fazer certas atividades e quando isso se torna um empecilho na realização pessoal.
Por exemplo, se alguém adora treinar, praticar esportes e gosta de estudar biologia, talvez a Educação Física seja um ótimo caminho profissional para essa pessoa. Porém, digamos que ela seja tímida, não consiga falar em público, então, nesse caso, talvez ser professor de Educação Física não seja a melhor opção e, provavelmente, ser um personal trainer ou trabalhar em academias, onde o contato é mais individualizado, seja uma opção mais adequada.
De qualquer forma, é importante pensar quais barreiras precisam ser vencidas na caminhada profissional e quais fazem parte da característica pessoal de cada um. Aquilo que não se pode nem se quer mudar não deve fazer o indivíduo se sentir culpado; afinal, adequar as escolhas profissionais a esse contexto é fundamental.
3. Pesquise a área de atuação
Feitas as considerações anteriores, é bem provável que você já esteja inclinado à alguma área do conhecimento. Aquele conjunto de matérias que você sempre preferiu e que tem mais facilidade no aprendizado.
Se você já tem um norte, agora é a hora de pesquisar melhor essa área do conhecimento e os cursos à disposição. Veja as grades de cursos na internet, as ementas das matérias, participe de feiras de cursos de universidades e tente conversar com pessoas da área.
Como foi falado, ter uma área do conhecimento com a qual você tem mais afinidade não vai definir a profissão. Então, se você gosta de Ciências Exatas, existe uma infinidade de cursos e objetivos profissionais que você pode seguir nesse campo. Portanto, nada de preguiça e capriche na pesquisa.
4. Pesquise o mercado de trabalho
Depois que as opções de curso já estão mais claras, é hora de pesquisar mais a fundo as possibilidades que elas abrem no mercado de trabalho. Tente conversar com pessoas que já atuam naquelas áreas e veja se a rotina é algo que parece interessante. Outra boa dica é fazer um perfil no LinkedIn, rede social de atuação profissional, e seguir profissionais de destaque dessas áreas.
5. Não tenha medo de recomeçar
Caso mesmo tendo tomado todas essas precauções você ainda acabou entrando em uma faculdade que não é a sua cara ou não gosta da sua atuação profissional, não tenha medo. Você não está sozinho, segundo o Ministério da Educação (MEC) um terço dos alunos de Ensino Superior tem mais de 30 anos, e boa parte deles está na segunda graduação.
Atualmente, a transição de carreira é algo supernormal e pode ser alcançada por meio de uma nova graduação ou com apenas uma readequação na hora de escolher os cursos de pós-graduação.
Lembre-se de que encontrar a vocação não é garantia de um ambiente de trabalho saudável. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) afirma que 98% das pessoas que apresentam síndrome de burnout amam o que fazem e, por isso, veem o trabalho como uma missão pessoal.
Carreira é mais do que vocação?
Para se ter uma carreira de sucesso e que faça bem, é preciso mais do que achar a vocação, é fundamental fazer atividades que goste, em um ambiente saudável, que promova reconhecimento e garanta o tempo de descanso para o colaborador curtir com amigos e família.
Realmente, construir uma carreira não é algo fácil nem que vai ser decidido e consumado do dia para a noite. São inúmeras as escolhas concatenadas que vão construir o que a pessoa será no futuro e, se você precisa de uma dica para começar, não deixe de conferir o teste vocacional do Mackenzie.
Saiba como funciona o vestibular do Mackenzie!
Fonte: UCS, Guia do Estudante, Orientu