Sorbet: a empresa que paga pelo tempo livre dos funcionários

Uma fintech israelense e americana está chamando muito a atenção ao apresentar um negócio surpreendente: ela ajuda empresas a negociar — e até pagar — o tempo livre dos funcionários.

A startup Sorbet arrecadou recentemente US$ 15 milhões para investir no negócio, que consiste em auxiliar companhias a pagar pelo tempo livre dos trabalhadores e, assim, reduzir os riscos assumidos pelas folgas remuneradas acumuladas, também chamadas de paid time off (PTO).

A companhia se propõe a livrar os empregadores dos ônus do PTO, permitindo que os funcionários solicitem o pagamento das horas extras em alguns tipos de acordo. Uma das possibilidades é que as empresas comprem essas horas e repassem o valor delas aos empregados em cartões pré-pagos.

Novos padrões no mercado de trabalho

(Fonte: Pexels/Reprodução)
(Fonte: Pexels/Reprodução)

Em entrevista, a cofundadora e diretora-executiva (CEO) da Sorbet, Veetahl Eilat-Raichel, explicou que a ideia para o negócio surgiu durante a pandemia de covid-19, quando nem os donos das empresas nem os funcionários estavam tirando folgas adequadas. Ela notou que a razão de não haver um tempo de descanso era o clima de incertezas no ar e a quantidade de trabalho remoto realizado em casa.

Por conta disso, tornou-se urgente pensar em soluções que visassem o bem-estar das pessoas, já que existiam novas dúvidas em relação ao novo modelo de trabalho: o que significa folga para quem trabalha em casa? Quando começa e termina um dia de trabalho? O que significa tirar folga se ninguém está vendo o funcionário trabalhando?

A Sorbet se tornou uma proposta inovadora por considerar novas posturas para o mercado de trabalho. Isso exigia uma abordagem diferente do tempo de folga remunerado, que já existe na legislação trabalhista norte-americana, mas não passava por modificações há décadas.

O trabalho com micropausas

(Fonte: Unsplash)
(Fonte: Unsplash/Reprodução)

A startup começou a pensar em micropausas como solução para melhorar o desempenho dos funcionários e propôs 25 dias de descanso remunerado por ano, além da capacidade de negociar com a empresa até 10 desses dias.

Assim, busca-se solucionar um problema das empresas norte-americanas: o fato de que esses valores não utilizados nas folgas somam US$ 270 bilhões e os colaboradores não conseguem sacá-los caso sejam demitidos, o que pode gerar passivos trabalhistas.

O serviço oferecido pela Sorbet analisa, de forma personalizada, a situação do funcionário de acordo com as necessidades dele. Dessa forma, os empregados passam a ser incentivados a aproveitar as pausas ao longo do ano sempre que for possível.

(Fonte: Pexels/Reprodução)
(Fonte: Pexels/Reprodução)

Os funcionários também começaram a usar o aplicativo da Sorbet, que os auxilia nesse planejamento e sugere quando eles devem tirar folga e como trocar o tempo por dinheiro.

A ideia da fintech é vender esse modelo para líderes de Recursos Humanos (RH), ajudando-os a pensar em soluções mais plausíveis e vantajosas tanto para o empregador quanto para o empregado. É uma iniciativa que pode ser interessante em um mercado de trabalho em constante mudança.

“Um problema comum é que os colaboradores muitas vezes não se sentem à vontade para pedir uma folga, alegando medo de substituição. A proposta da Sorbet é entender que é do interesse de todos ter um tempo apropriado para relaxar”, explicou Eilat-Raichel.

Leia também:

Quer potencializar sua carreira? Comece uma pós-graduação no Mackenzie!

Fonte: Forbes, Ecofinança, Techcrunch

69160cookie-checkSorbet: a empresa que paga pelo tempo livre dos funcionários