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A Psiquiatria é um campo que se dedica ao estudo e ao tratamento das doenças mentais. Ela é, na verdade, uma especialidade da Medicina e, para se tornar um psiquiatra, o profissional deve se formar médico e depois fazer a residência na área.
Muitas vezes, vista de forma distorcida (por conta do preconceito social que, por séculos, circulou entre as pessoas que sofrem com algum tipo de distúrbio), a psiquiatria é uma área da Saúde bastante interessante e com uma história muito rica. Neste texto, contamos um pouco sobre o desenvolvimento dessa ciência.
Há muitos relatos na história sobre personagens que foram acometidos por algum tipo de sofrimento mental. Os imperadores romanos Nero e Calígula são dois nomes proeminentes que, pelo que se sabe, teriam sofrido de doenças da mente.
Hipócrates, conhecido como o pai da Medicina, foi o primeiro a afirmar que a epilepsia era uma doença do cérebro e não um problema causado por espíritos. Nesse momento da história, começou a noção de que os órgãos de um corpo — dentre eles, o próprio cérebro — também seriam responsáveis pela criação do pensamento e das emoções.
Podemos dizer que a psiquiatria se iniciou, então, no final do século 18, quando o médico francês Philippe Pinel começou a classificar os doentes separando o que seria um desvio social de uma enfermidade mental. Ele passou a criar uma linguagem que configuraria a nova especialidade da Medicina.
Na nova linguagem iniciada por Philippe Pinel, os pacientes são chamados de “alienados”, significando que a visão sobre esse tipo de doença envolve separar os “normais” dos “anormais”. Os desviantes da normalidade, segundo Pinel, deveriam ser separados da sociedade e mantidos em hospitais.
O começo da Psiquiatria também foi marcado por médicos que realizaram estudos influentes na Alemanha e em países vizinhos, como a Suíça. Dentre os nomes proeminentes na escola alemã, estão os de Emil Kraepelin, Karl Jaspers e Sigmund Freud.
Entretanto, nem sempre os cuidados psiquiátricos foram feitos de forma que preservassem a dignidade dos doentes. Muitos tratamentos foram desenvolvidos ligados à ótica da Ciência – por exemplo a popularização da terapia com eletrochoques para qualquer caso de sofrimento -, e acabaram levando os pacientes a estados piores dos que já estavam.
(Fonte: Pexels/Reprodução)
Nesse contexto, o nome de uma brasileira ganhou destaque na história: a médica Nise da Silveira. Ela, ao trabalhar em um hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro na década de 1940, começou a testar novos tratamentos mais humanitários. Segundo ela, os doentes mentais só precisavam ser tratados “como seres humanos”.
Silveira passou a experimentar os princípios da terapia ocupacional com doentes mentais, fazendo-os experimentarem a arte em ateliês de pintura e modelagem. Ela também usou a convivência com cães e gatos — que ela chamou de “coterapeutas” — como parte do tratamento.
O fato é que a Psiquiatria evoluiu muito ao longo de sua história. O avanço dos conhecimentos científicos acerca do cérebro e as descobertas na área farmacêutica têm feito os psiquiatras terem acesso a remédios mais eficientes para auxiliar no tratamento de seus pacientes.
Além disso, o estudo de certas substâncias, como o uso de canabidiol e de drogas psicodélicas, prometem tratamentos inovadores que podem melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas.
Hoje, já se sabe que os transtornos mentais são doenças tratáveis e que merecem a mesma consideração que as demais. O psiquiatra é um profissional essencial no cuidado desses pacientes.
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Fonte: Instituto Estudos Saúde Coletiva .