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O português é o idioma oficial do Brasil, mas existem outras línguas minoritárias faladas em todo território nacional, incluindo várias de origem indígena. De acordo com linguistas, quando os portugueses aportaram no País, cerca de 1,2 mil idiomas eram falados em nosso território, o que representa uma redução de cerca de 90%.
Ao que pese esse terrível dado, nosso país ainda figura entre os de maior diversidade linguística. O perigo reside em um levantamento realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o qual estima que metade dos 170 idiomas originários ainda falados no País sejam extintos até 2050.
O Censo de 2010 apontou um número próximo a 170 idiomas nativos sendo falados em pleno século 21. No mesmo levantamento, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 5 com mais falantes são, por ordem, tikuna (34 mil), guarani kaiowá (26,5 mil), kaigang (22 mil), xavante (13,3 mil) e yanomami (12,7 mil).
Alguns desses idiomas têm mais falantes, já que são utilizados por tribos indígenas em outros países da América do Sul. Outros idiomas contam com um número expressivo de falantes, como guajajara, sateré-mawé, terena, nheengatu, tukano, kayapó e makuxi.
Outras duas variantes do guarani kaiowá (nhandeva e mbya) também são faladas, mas não são consideradas idiomas distintos. Porém, apresentam diferenças do idioma original e são a língua oficial de grupos nativos brasileiros.
A chegada dos colonizadores portugueses trouxe o idioma que, séculos depois, seria o mais falado e considerado o oficial do Brasil. De acordo com a historiografia de nosso país, Portugal precisou fazer um esforço considerável para impor sua língua de maneira tão uniforme em nosso largo território.
Sem juízo de valor sobre a forma como nossos colonizadores conduziram esse movimento, é um fenômeno de extrema relevância. Isso porque as sutis peculiaridades regionais não impactaram de modo a tornar o português falado em cada canto menos inteligível.
Passaram-se anos de convivência entre os diversos idiomas e, apesar da imposição do português, a presença dos nativos de nosso território se fez presente. A razão? Os europeus aqui encontraram um “novo mundo”, com aspectos que não saberiam nem mesmo nomear se não fossem as pessoas que aqui já habitavam.
O cruzamento dos idiomas falados pela população nativa de nosso território com o dos colonizadores moldou profundamente o português que você e eu falamos. Ainda que as línguas dos indígenas não tenham tantos fluentes fora das tribos, todas elas deixaram marcas indeléveis em nosso cotidiano.
De acordo com o filólogo Evanildo Bechara, em entrevista concedida à Agência Brasil, é uma tarefa ingrata determinar o tamanho dessa influência. Segundo Bechara, as particularidades do português falado no Brasil, com tanta presença das regionalidades, faz que alguns termos sejam usados em pequenas porções do País.
Contudo, ele deixa claro que o tupi influenciou muito nosso idioma, tanto nos termos relacionados à fauna quanto à flora. Palavras como maracujá, tapioca, pipoca, paca, arara, buriti, jacaré, Curitiba, Pernambuco, Copacabana, cutucar, canoa e muquirana, além de nomes como Moacir e Maiara, têm origem nesses belos idiomas.
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Fonte: Agência Brasil, Ipea, National Geographic Brasil, O Povo