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Morreu em 8 de setembro de 2022 a rainha Elizabeth II, a mais longeva monarca da história do Reino Unido e a segunda mais longeva do mundo. Durante 70 anos, assistiu a diversas transformações no mundo: culturais, sociais, tecnológicas, comportamentais e políticas.
Ela assumiu o trono aos 25 anos de idade, e sua coroação foi transmitida para todo o mundo via televisão. Ao longo do período como rainha, ela acompanhou 15 primeiros-ministros, 7 papas e a Guerra das Malvinas, além da diminuição gradativa do poder da monarquia, hoje quase totalmente figurativo.
De toda forma, deixou um legado de altivez e simpatia, e era tão querida pelo povo britânico que, até sua morte, desejava sua manutenção no cargo. A grande dúvida, agora, é se seu sucessor, o rei Charles III, será capaz de escrever uma trajetória semelhante.
Desde o momento em que foi coroada rainha, Elizabeth II acompanhou momentos históricos não apenas no Reino Unido. Contra a Argentina, ela viu o combate pelo comando das Ilhas Falkland, ou Malvinas, o mais importante conflito armado da Inglaterra em seu reinado.
Durante o pós-guerra, viu a Inglaterra ser protagonista europeia no processo de reestruturação do continente. Ainda que próxima dos Estados Unidos, a monarquia manteve uma política de neutralidade na Guerra Fria.
O Brexit, saída do Reino Unido do bloco europeu, também aconteceu durante seu reinado. Cientistas políticos apontam que a imagem da monarquia impulsionou o movimento que levou o país a deixar a União Europeia. Segundo eles, a rainha personificava um ideal nacionalista que permeou parte da retórica que embalou o Brexit.
Lidar com a tentativa da Escócia de independência foi a última parte dos obstáculos geopolíticos que ela pôde acompanhar. A derrota do plebiscito pode ser interpretada como uma espécie de vitória da Coroa, mas mostrou que haviam feridas abertas.
Elizabeth II precisou enfrentar, ao longo dos 70 anos de reinado, diversos escândalos familiares. Casada com o príncipe Philip desde 1947, conviveu com boatos frequentes sobre uma suposta infidelidade, detalhes esses que chegaram até a ser adaptados em 2 temporadas do seriado The Crown.
De seus quatro filhos (Charles, Anne, Andrew e Edward), dois deles estiveram várias vezes nos tabloides britânicos envolvidos com escândalos. O rei Charles III teve um casamento de cinema com a princesa Diana, mas foi acusado de manter um relacionamento extraconjugal com seu amor de infância, Camilla Parker Bowles, com quem se casou posteriormente.
Já Andrew teve seus títulos militares retirados pela mãe no início deste ano, após um escândalo apontá-lo como agressor sexual de uma menor. Tudo indica que a medida foi tomada contra o “filho preferido” por pressão de um de seus netos, o príncipe William.
Inclusive, seus netos, William e Harry, filhos do rei Charles III e da princesa Diana, que vivem sob os holofotes, protagonizaram os últimos escândalos que abalaram a família real. Os irmãos não seriam mais amigos, desde que Meghan Markle deu uma entrevista a Oprah, acusando membros da Coroa de racismo.
Em sua jornada no trono do Reino Unido, Elizabeth II conduziu a monarquia ao lado de 15 primeiros-ministros. Entre os mais marcantes está Winston Churchill, o primeiro com quem conviveu nos primeiros anos de reinado e teve uma relação de proximidade, tendo Churchill elogiado a monarca publicamente em diferentes oportunidades.
Outro nome importante foi Margaret Thatcher, a “Dama de Ferro”, que por 11 anos esteve no cargo. Foi um dos momentos de maior turbulência, já que em seu governo o Reino Unido travou a Guerra das Malvinas (1982).
Líder da igreja Anglicana, a rainha Elizabeth foi a responsável por solidificar a reaproximação entre o Reino Unido e a Santa Sé, fato ocorrido em 1914. Em 1982, recebeu o papa João Paulo II na Inglaterra, uma visita histórica, a 1ª de um líder da Igreja Católica ao país em 450 anos.
Ao todo, viu 7 papas chegarem ao posto, sendo que seu último encontro foi com o Papa Francisco em 2014, no Vaticano, na celebração dos 100 anos do estabelecimento das relações diplomáticas.
A monarquia britânica é a mais conhecida do mundo, mesmo que seu poder, atualmente, seja mais figurativo. No mundo, 42 países ainda têm um monarca como chefe de Estado e, destes, 10 são governantes, a maioria no Oriente Médio.
Algumas nações têm o poder dividido entre a monarquia e outras pessoas, como o caso de Tailândia, Butão e Tonga. Porém, a maior parte dos soberanos no mundo não tem poder real, atuando como chefes de Estado apenas de modo simbólico, especialmente em cerimônias oficiais.
É o caso do Japão e da maioria dos monarcas na Europa, como Bélgica, Espanha, Suécia, Noruega, Holanda e Dinamarca. O mesmo se pode dizer de Lesoto, Camboja e Malásia.
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Fonte: Exame, Revista Galileu, G1, CNN Brasil, Metrópoles, GQ, IstoÉ Dinheiro, CNN Brasil, A12, Canção Nova