Saiba o que estudar para o vestibular do Mackenzie!
Cada vez mais as pessoas estão atentas aos problemas ambientais que o mundo vem enfrentando. Com recursos escassos, superpopulação e o clima sofrendo os efeitos da poluição, a defesa do meio ambiente é uma bandeira levantada por diversos setores, por motivos econômicos, políticos ou sociais.
Infelizmente, muitos indivíduos lucram com a exploração predatória de poucas partes ainda intocadas do mundo; além disso, até as áreas superexploradas geram lucro enquanto acarretam graves consequências para as populações locais. Nesse contexto, ativistas e defensores ambientais se levantam e lutam por uma batalha, quase sempre injusta, contra grupos armados e financiados pelo crime organizado. Tragicamente, ser ativista ambiental é sinônimo de risco de vida em vários países.
Em 2021, a Global Witness, uma organização não governamental (ONG) internacional que monitora ataques ao meio ambiente e aos defensores dele, divulgou um relatório apontando os países mais perigosos para os ativistas. Lamentavelmente, o Brasil apareceu na quarta colocação, com 20 assassinatos a defensores do meio ambiente só em 2020. No mundo, 227 pessoas foram mortas por esse motivo.
O relatório contém uma série de dados que demonstram algumas tendências nesses ataques: 7 entre os 10 países com maior número de assassinatos estão na América Latina, muitos deles em áreas de floresta amazônica, sendo os povos indígenas e afrodescendentes as populações mais atacadas.
O estudo reuniu dados de pessoas que foram assassinadas por estarem protegendo o meio ambiente. Desses ataques, 70% foram devido a lutas contra o desflorestamento e o desenvolvimento industrial poluente. O desmatamento ilegal foi a atividade mais relacionada aos ataques, tendo sido verificada principalmente no Brasil, na Nicarágua, no Peru e nas Filipinas.
Leia também:
Metade dos ataques foi realizada contra pequenos fazendeiros, muitos dos quais eram descendentes de povos indígenas ou negros.
No México, a maioria dos casos também está relacionada com o desflorestamento ilegal. Povos indígenas são os mais atacados, e o país tem índice de 95% de impunidade para assassinos de ativistas ambientais.
Nas Filipinas, a maioria dos ataques foi a populações que protestavam contra indústrias poluentes, como as de mineração e hidrelétricas. O país tem histórico de repressão desproporcional e violenta às manifestações.
Em 2022, a morte cruel de Bruno Pereira e Dom Phillips chamou novamente a atenção para as ilegalidades que são práticas comuns na Amazônia. O relatório, porém, já apontava essas questões com dados de 2020. No país, os maiores números de ataques estão ligados a garimpo ilegal, desflorestamento, avanço de pastos e tomada de terras indígenas.
Honduras também tem histórico de repressão violenta contra ativistas. Segundo o relatório, dezenas de defensores que se posicionaram contra a poluição da água — causada por indústrias colocadas pelo governo em áreas de proteção ambiental — foram presos.
No Congo, vários ativistas foram assassinados por milícias em parques de proteção ambiental.
A maioria dos casos está relacionada a ativistas que defendem o direito à terra para a população.
Com 12 assassinatos, em uma população de 6,1 milhões de habitantes, a Nicarágua é o país com maior número de assassinatos de ativistas per capita.
No Peru, os assassinatos foram registrados na área de floresta amazônica.
Na Índia, as mortes foram de ativistas e de jornalistas que denunciavam os casos de que tinham conhecimento.
Apesar da força do relatório, a Global Witness afirma que os dados podem estar incompletos, uma vez que muitos países analisados restringem fortemente a liberdade de imprensa.
Fonte: Global Witness, Guia do Estudante, Business Insider, The Newster, Revista Bioika