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Qual é a origem da literatura de cordel?

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A literatura de cordel é um gênero literário popular no Nordeste, que já foi adaptado a obras da música, do teatro, do cinema e da televisão. Trata-se de uma produção feita em versos e, apesar de ter origem na França, sofreu influências dos trovadores medievais da Península Ibérica durante os séculos XII e XIII.

Os folhetos de literatura de cordel são patrimônio imaterial da cultura brasileira. (Fonte: Ministério da Educação)

Com a invenção da prensa de Gutenberg durante o Renascimento, versos começaram a ser impressos e distribuídos em folhetos de papel, que eram pendurados em cordas. Os portugueses trouxeram essa tradição para o Brasil e ela foi difundida da Bahia até o Maranhão.

A partir do século XVIII, a literatura de cordel começou a ser declamada por poetas populares que circulavam de feira em feira vendendo seus versos. Ao mesmo tempo, difundiam seus costumes por onde passavam, então, esse tipo de arte se tornou um patrimônio imaterial da cultura brasileira.

Principais características da literatura de cordel

Os primeiros folhetos de literatura de cordel não tinham compromisso com uma estrutura fixa, mas o gênero foi se consolidando com regras próprias e bem-claras. A habilidade de cada poeta era demonstrada pela capacidade do cumprimento das regras que surgiam.

Os principais temas abordados são histórias de amor, lendas, desafios e pelejas entre grandes violeiros e poetas. Os cordelistas também costumam tratar de assuntos do cotidiano, episódios históricos e temas religiosos.

Os folhetos são impressos, geralmente, em 8, 16 ou 32 páginas. A capa é gravada por meio de uma técnica chamada xilogravura, que utiliza o relevo de madeira para marcar as páginas de papel, de forma semelhante a um carimbo.

Cada cordel apresenta uma estrutura fixa que deve ser seguida do início ao final da obra. Com forte influência da oralidade, os números de sílabas poéticas e de versos em cada estrofe dão ritmo para diferentes modalidades, que têm nomes específicos de acordo com o número de estrofes e a dinâmica das rimas.

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As métricas de versos mais comuns são a redondilha menor (com 5 sílabas poéticas) e redondilha maior (com 7 sílabas poéticas). Também podem ser encontrados versos alexandrinos (com 12 sílabas poéticas). As estrofes podem conter de 5 a 15 versos, modalidade conhecida como meia quadra.

Cordelistas clássicos e suas obras

Os principais cordelistas surgiram a partir do século XVIII e foram responsáveis pela consolidação das principais características da literatura de cordel. Esses poetas também contribuíram para a construção da identidade brasileira, com obras que transpuseram as fronteiras do Nordeste e os folhetos de cordel.

Leandro Gomes de Barros

(Fonte: Make A GIF)

Pioneiro na publicação de folhetos e autor de uma obra vasta de poesia com mais de mil publicações, Leandro Gomes de Barros viveu de 1865 a 1918 e é reconhecido como o maior poeta da literatura de cordel.

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Suas obras como O testamento do cachorro e O cavalo que defecava dinheiro serviram como inspiração para Ariano Suassuna escrever a peça teatral O Auto da Compadecida, que foi adaptado para o cinema e a televisão.

José Camelo de Melo Resende

(Fonte: Make A GIF)

Pertencente à 2ª geração de grandes poetas cordelistas, José Camelo Resende nasceu em 1885 e viveu até 1964. A sua obra mais conhecida, o Romance do pavão misterioso, serviu de inspiração para a música “Pavão Misterioso”, que foi tema da primeira versão da novela Saramandaia.

Mestre Azulão

(Fonte: Tupinanquim Editora/Reprodução)

José João do Santos, mais conhecido como Mestre Azulão, faz parte da geração de cordelistas que deixaram o Nordeste para fazer sucesso em outras terras. Cantador de viola e cordelista, abriu o caminho para o estabelecimento de outros poetas nordestinos no Sudeste.

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Nascido em 1932, aos 17 anos trocou a Paraíba pelo Rio de Janeiro, onde viveu até o fim de sua vida, em 2016. Entre os mais de 400 livros publicados, merece destaque A feira nordestina, foi assim que começou lançado em 2007, no qual conta a história da famosa Feira de São Cristóvão, que ele ajudou a fundar.

Fonte: Brasil Escola, Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Estante Virtual, Folha de São Paulo, Folha de Londrina, Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira e Ministério da Educação.

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