Por que o poeta Fernando Pessoa é tão estudado?

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Fernando Pessoa é um nome muito presente em provas de vestibular. O autor português é uma das figuras mais enigmáticas da literatura mundial e é considerado a personalidade literária europeia mais complexa do século XX. O escritor introduziu o modernismo em Portugal e é visto como um dos símbolos da cultura desse país.

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Uma das características mais intrigantes de Fernando Pessoa era o fato de ele fazer o uso de heterônimos —  nome de autores fictícios que tinham personalidade própria para assinar a sua produção literária. O autor, além de poemas, escreveu ensaios, peças de teatro, novelas policiais, críticas literárias e também se dedicou à astrologia e ao jornalismo.

Biografia

(Fonte: Giphy)

O escritor nasceu em 13 de junho de 1888, viveu no final do século XIX até o início do século XX, um período de constantes transformações. O período foi marcado pela 1ª Guerra Mundial, além de descobertas tecnológicas, como a eletricidade; científicas, como as teorias da Relatividade de Einstein e da Psicanálise de Freud; e pelo surgimento de novas expressões artísticas, como o cinema.

Fernando Pessoa faleceu em 1935, em Lisboa, cidade onde passou a maior parte de sua vida. O único lugar em que morou fora da capital portuguesa foi a África do Sul, onde passou 9 anos de sua infância e juventude, recebendo uma educação tradicional inglesa.

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A timidez é reflexo de sua triste história pessoal. Com cinco anos de idade, perdeu seu pai com tuberculose e, quase uma década depois, também faleceram duas de suas irmãs, ainda crianças.

Quando retornou à Portugal, Pessoa dedicou-se, na Biblioteca Nacional de Lisboa, aos estudos de Filosofia, Religião, Sociologia e Literatura, especialmente a portuguesa. O autor ganhava dinheiro fazendo traduções e redigindo cartas em inglês e francês para empresas portuguesas com negócios no exterior.

Última residência em que viveu Fernando Pessoa, em Lisboa. (Fonte:Wikimedia)

Embora solitário, com uma vida social limitada, Fernando Pessoa foi um líder do movimento modernista em Portugal, exercendo a sua influência por meio da escrita. O autor, inclusive, criou movimentos como o Interseccionismo, de inspiração cubista, e o Sensacionismo, de expressão semifuturista.

Com os escritores Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, Pessoa fundou a revista Orpheu em 1915. Esse projeto marcou o início do Modernismo português e teve impacto literário nas gerações posteriores. O movimento português acabou servindo de referência para o Modernismo no Brasil.

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Com um pensamento crítico e contestador, o movimento artístico questionava as convenções literárias tradicionais, como a métrica e as rimas em poemas. O movimento pregava um distanciamento do sentimentalismo e se aproximava da originalidade e da excentricidade.

Os modernistas passaram a valorizar a linguagem cotidiana em contraposição à norma-padrão. A escrita moderna é rápida e dinâmica, em um diálogo aberto com as transformações tecnológicas da época.

As personalidades literárias de Fernando Pessoa

(Fonte: Arquivo de Fernando Pessoa)

Como citado, a principal característica da obra de Fernando Pessoa é o uso de heterônimos (autores fictícios e com personalidade, biografia e estilo particulares).

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Fernando Pessoa, ainda em vida, publicou apenas 4 livros, somente um em português. O restante de sua obra literária foi publicado em revistas e depois organizado para publicação em livros depois da sua morte. Além de seu próprio nome, escreveu sob dezenas de outros, que somavam mais de 70. Os mais lembrados — e que mais caem em vestibular — são Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro.

1. Álvaro de Campos

Um dos heterônimos mais conhecidos do poeta, é considerado o alter-ego de Fernando Pessoa. Com versos longos e livres, repletos de anáforas, onomatopeias e aliterações, o universo simbólico desse autor tinha como temas a solidão, o cansaço existencial e a civilização mecânica-industrial.

2. Ricardo Reis

Poeta clássico, com serenidade epicurista, Ricardo Reis utilizava estrofes regulares e versos brancos — com metáforas, eufemismos e comparações — para tratar da relatividade e da fugacidade de todas as coisas e elogiar a vida no campo.

3. Alberto Caeiro

Antimetafísico, Caeiro supervalorizava as emoções com poemas marcados pela integração com a natureza. Para tanto, emprega um vocabulário simples, próximo da oralidade, com versos brancos e livres.

Fonte: Casa Fernando Pessoa, Jornal Público, Mundo Educação, Toda Matéria.

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