Para escolher um novo presidente, as eleições dos Estados Unidos acontecem de quatro em quatro anos, como no Brasil, mas esta talvez seja a única semelhança entre os dois processos. Por exemplo, enquanto nós vamos às urnas em um ou dois turnos e votamos entre as opções escolhidas pelos partidos, lá a primeira etapa começa quando os eleitores de cada um deles votam para escolher o representante, no início do ano eleitoral.
Além disso, é comum se confundir com a apuração dos votos norte-americana. Por lá, não ganha, necessariamente, quem tem mais votos ao se considerar a quantidade geral de eleitores, como acontece aqui: é um processo um pouquinho mais complicado e cheio de nuances.
As eleições presidenciais americanas de 2024 estão marcadas para o dia 5 de novembro e a atualidade do tema (e o impacto mundial do resultado) faz dele um bom candidato para as questões do vestibular. Por isso, descubra aqui embaixo como a votação funciona nos EUA, sua apuração e conheça os principais candidatos.
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Enquanto, no Brasil, as urnas eletrônicas tornam o processo eleitoral prático a ponto dos votos de todo o país serem apurados no mesmo dia, nos Estados Unidos ele é um pouco mais demorado. Por lá as eleições funcionam por meio do sistema de Colégios Eleitorais e se dividem em mais fases. Conheça todas elas aqui embaixo:
Ao invés da cúpula do partido indicar o candidato que vai concorrer à presidência, os políticos filiados a eles podem submeter uma pré-candidatura que será aprovada ou não pelos eleitores. As votações primárias costumam acontecer no início do ano e o nome do candidato final é formalizado nas convenções dos partidos, em julho ou agosto. Porém, é comum que já saibam quem vai ser o representante oficial nas eleições antes disso.
Falando em partidos eleitorais americanos, vale destacar que existem vários, mas os que mais se destacam são o Republicano, que é mais conservador e representado pela cor vermelha, e o Democrata, mais progressista e representado pela cor azul.
Depois que os candidatos são anunciados oficialmente, começam os debates e as viagens de campanha. Além disso, também começam a ser enviadas as cédulas de votação por correio, utilizadas por quem não pode comparecer às urnas no início de novembro. Este ano, o estado que abriu esta fase da foi a Carolina do Norte, que é decisiva por mostrar um empate nas pesquisas iniciais entre os dois candidatos principais.
A partir deste momento, começa a luta para conquistar os estados em que o resultado não pode ser previsto com facilidade. Isso acontece por causa do sistema de Colégios Eleitorais e, também, porque o voto é facultativo. Ou seja: é importante convencer a maior quantidade de pessoas possível a votar.
Para entender o sistema de Colégios Eleitorais é necessário imaginar o mapa dos Estados Unidos como um jogo de tabuleiro. Cada estado tem uma quantidade de delegados eleitorais (os “pontos” que são contados na apuração) estabelecida. No total, o país tem 538 delegados e ganha a eleição, portanto, o candidato que garantir 270.
A quantidade de delegados por estado é definida pela sua representação no Senado e na Câmara dos Deputados. Cada um deles tem dois senadores, então já começam com dois delegados garantidos. A quantidade de deputados, por sua vez, é proporcional ao tamanho da população do estado. O estado da Califórnia, por exemplo, tem 52 deputados e dois senadores em 2024. Por isso, nas próximas eleições, eles vão ser responsáveis por 54 delegados dos 538 totais.
O voto da população determina quem vai levar todos os delegados do estado. Seguindo com o exemplo da Califórnia, ainda que o resultado seja de 51% dos votos para o candidato A e de 49% para o candidato B, o candidato A leva todos os 54 delegados na conta final e garante a vantagem na corrida pela conquista dos 270 que dão a vitória.
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Os únicos dois estados em que o resultado do voto da população não leva todos os delegados são Maine, que tem quatro delegados no total, e Nebraska, que tem cinco. O ganhador destes estados garante dois delegados de cada. Os que sobram (dois no Maine e três no Nebraska) são conquistados pelo vencedor dos distritos congressionais existentes em cada um deles.
Na prática, é possível prever quem vai levar os delegados de alguns estados. Califórnia, Nova Iorque e Washington, por exemplo, são historicamente democratas, enquanto Kentucky, Tennessee e Alabama, por sua vez, são republicanos. Também existem os democratas e republicanos prováveis, como é o caso de Virginia e Nova Jersey para o lado azul, e Kansas e Missouri para o lado vermelho.
Ainda assim, o que garante a eleição são os estados-pêndulo (ou swing states), aqueles em que a escolha só é definida no último momento. Este ano, eles são sete estados somando 93 delegados: Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Arizona, Nevada, Geórgia e Carolina do Norte. Por isso, as campanhas dos candidatos devem ter bastante foco na conquista destes eleitores.
Fique por dentro de outras atualidades que podem aparecer no vestibular:
Os candidatos à presidência de 2024 não são desconhecidos do público mundial. Kamala Harris, democrata e atual vice-presidente do país concorre à cadeira da Casa Branca contra Donald Trump, ex-presidente republicano em busca de voltar à Casa Branca, após ter sido derrotado em 2020 por Joe Biden, quando conquistou apenas 232 delegados contra 306 do atual presidente.
Nascido no estado de Nova Iorque, Donald Trump tem 77 anos. Antes de se tornar presidente, ele já era empresário no ramo imobiliário e ganhou projeção como apresentador do reality show “The Apprentice” (“O Aprendiz”, na versão brasileira apresentada por Roberto Justus).
Representante da parcela mais conservadora da população, sua campanha se destaca por pautas como o combate à imigração, com discursos que repercutem em todo o mundo. Ele ganhou em 2016 e, até hoje, afirma que as eleições de 2020, quando tentou a reeleição pela primeira vez, foram resultado de fraude eleitoral.
Com isso, ele foi responsabilizado e sofreu impeachment pela Câmara dos Deputados por incitar a insurreição de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio dos EUA, dias antes de entregar o cargo para Biden (a cerimônia de posse, nos Estados Unidos, acontece sempre em 20 de janeiro).
A princípio, Kamala Harris começou a corrida presidencial de 2024 como vice na chapa de Joe Biden. Ela mas assumiu a posição principal quando ele renunciou à candidatura em 21 de julho. Com 59 anos, a advogada é a primeira mulher a ocupar o cargo de Vice-Presidente dos Estados Unidos.
Seu primeiro cargo de destaque foi o de promotora-chefe em São Francisco. Depois disso, se tornou procuradora-geral da Califórnia, posição que a encaminhou para uma cadeira no Senado do estado. Ela era conhecida por seus posicionamentos incisivos, mas não conseguiu vencer as votações primárias de 2020, quando abriu campanha de pré-candidatura à Presidência pelo partido Democrata.
Como vice de Biden, Harris enfrentou dificuldades relacionadas à popularidade. Ainda assim, pesquisas apontaram que, contra Trump, ela seria uma escolha melhor do que Biden para o partido Democrata. Se eleita, ela será a primeira mulher a se tornar Presidente dos Estados Unidos.
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