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Semana de 4 dias: conheça empresas brasileiras com essa jornada

Se a sexta-feira é comemorada, o domingo à noite costuma ser carregado de lamentações porque indica que as horas de folga estão chegando ao fim. Contudo, isso parece estar mudando, pois muitas empresas já diminuíram a jornada de trabalho para quatro dias semanais, inclusive algumas brasileiras.

Essa tendência começou na Nova Zelândia ainda antes da pandemia. Na época, Andrew Barnes era diretor-executivo (CEO) da seguradora Perpetual Guardian e decidiu que seus funcionários trabalhariam apenas quatro dias na semana, folgando três. Essa ideia chocaria qualquer empreendedor, causando certo medo de impactar negativamente a produtividade, mas, por incrível que pareça, não foi o que aconteceu.

A experiência foi tão bem-sucedida que Barnes decidiu transformar esse tema em uma luta pessoal, fundando uma companhia que tem como objetivo ajudar negócios do mundo todo a migrar para esse novo modelo de trabalho.

Empresas brasileiras que já adotaram o fim de semana de 3 dias

Se você acha que a única forma de um brasileiro ter um fim de semana de três dias é quando há feriado prolongado, saiba que está errado. Algumas empresas brasileiras já entraram na onda da semana de trabalho de quatro dias.

Zee Dog

A Zee Dog é uma startup focada na comercialização de produtos para pets. A companhia adotou a semana de trabalho de quatro dias em 2018, depois de pesquisar experiências bem-sucedidas em outros países. Nela, os funcionários não trabalham duas quartas-feiras por mês.

O CEO da empresa, Thadeu Diz, afirmou que essa iniciativa aumentou a produtividade dos colaboradores, além de dar mais objetividade para as reuniões. No entanto, ele esclarece que o principal ganho foi no bem-estar dos funcionários.

Shoot

A agência de comunicação Shoot aderiu ao fim de semana de três dias no ano passado. A companhia também se inspirou em modelos de sucesso do exterior e agora parte dos colaboradores não trabalha nas segundas-feiras, enquanto outros não trabalham nas sextas-feiras. Isso exigiu mais organização por parte dos funcionários, o que melhorou a gestão de tarefas.

Crawly

A Crawly é uma startup mineira de gestão de dados que oferece o fim de semana de três dias aos funcionários desde a sua fundação, em 2018. A companhia optou por esse modelo de trabalho como uma forma de atrair talentos, aumentando o interesse de profissionais qualificados pela marca.

Benefícios desse modelo de trabalho para as empresas

(Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Reduzir em um dia a carga de trabalho pode gerar grandes ganhos para as empresas e até mesmo para a sociedade. Apesar de parecer algo ilógico à primeira vista, é importante esclarecer que trabalhar muito pode não significar trabalhar bem.

Aumento da produtividade

Empresas que adotaram o fim de semana de três dias afirmam que a produtividade não foi impactada negativamente pela mudança. Grande parte das companhias notou, inclusive, aumento na produção.

Queda das faltas

A falta de pontualidade sempre foi um desafio para os empreendimentos, contudo, ao dar um dia útil para os colaboradores folgarem, as empresas registraram queda nas faltas. Isso faz sentido, pois consultas médicas podem ser agendadas para esses dias, por exemplo, melhorando a gestão do tempo dos colaboradores.

Aumento de interesse pelas empresas

Atrair bons talentos para as companhias nem sempre é fácil, principalmente em categorias que estão sendo altamente disputadas, como os programadores. Nem todas as pessoas escolhem um emprego pelo salário, e muitos profissionais pesam o impacto que aquele emprego terá na qualidade de vida deles.

Nesse sentido, oferecer um dia a mais para o descanso se mostrou uma boa ideia. A Shoot, empresa citada, teve aumento de 300% no interesse de candidatos pelas vagas de trabalho oferecidas pela marca.

Redução do burnout

O burnout é uma doença causada pelo excesso de atividades realizadas. Normalmente associada ao trabalho excessivo, essa enfermidade costuma atingir trabalhadores que não respeitam o tempo de descanso necessário.

Esse excesso cobra um preço do funcionário que, exausto, não consegue mais desempenhar suas atividades, tendo que se afastar de suas funções. No Brasil, um em cada cinco trabalhadores desenvolve a doença, segundo um levantamento da Universidade de São Paulo (USP).

Fim de semana de 2 dias foi conquista trabalhista

Longas jornadas de trabalho eram consideradas comuns até o século XIX. Ter um dia de descanso só foi possível depois que trabalhadores se organizaram e fizeram protestos, um deles realizado nos Estados Unidos em 1886, o qual deu origem ao feriado do Dia do Trabalhador. Uma das exigências naquela época era, justamente, reduzir a carga horária e melhorar as condições de trabalho, consideradas desumanas.

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Fonte: TV Cultura, CNN Brasil, Forbes, Startups

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