Debates sobre diversidade e inclusão social estão ganhando profundidade na sociedade. Com isso, novos termos têm sido usados para dar mais riqueza às conversas, mas, algumas vezes, as pessoas podem se confundir e não saber muito bem como utilizá-los.
Para os vestibulandos, compreender o significado dessas palavras e saber como elas podem ser empregadas é essencial para escrever redações coerentes, que estejam em dia com as transformações do mundo. Veja, a seguir, como usar cada termo.
Protagonismo às minorias sociais
Em 2017, a filósofa e escritora Djamila Ribeiro lançou o livro O que é lugar de fala?, no qual introduz o conceito a partir de um olhar sobre a perspectiva de pessoas que foram historicamente silenciadas.
A autora propõe revisar as vozes ouvidas dentro das sociedades, que passam pelo processo de legitimação baseado em uma hierarquia estrutural societária. Essa proposta leva à ideia de minorias sociais exercerem as próprias vozes em meio aos silenciamentos sofridos por elas.
O termo aborda algumas ideias centrais, como:
- minorias;
- privilégios;
- representação;
- silenciamentos;
- hierarquia e estrutura sociais.
Engana-se, porém, quem acredita que o conceito foi criado para silenciar vozes consideradas privilegiadas. O objetivo é conduzir as pessoas a reconhecer os lugares que ocupam nos recortes da sociedade, conferindo protagonismo àquelas que são diretamente atingidas por cada vivência.
Como usar o conceito?
Primeiramente, é importante compreender que ele pode ser mutável. Isso porque as estruturas sociais podem sofrer modificações a título de classe social, por exemplo, alterando o lugar da pessoa dentro de uma estrutura.
No entanto, o uso do termo é relativo à observação dos protagonismos conferidos a cada pessoa, a partir do local que ela ocupa na sociedade em consonância com os momentos em que o debate se trata ou não de experiências que atravessam essas realidades.
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Representação às pessoas invisibilizadas
Uma confusão muito comum é a crença de que os termos “lugar de fala” e “representatividade” são a mesma coisa. Na realidade, a representatividade é essencial para aprofundar a ideia do lugar de fala, mas são conceitos distintos entre si.
Enquanto o primeiro termo trata de espaços de privilégio e protagonismo em conversas sociais, o segundo evidencia a força da representação social, demonstrando pessoas minoritárias ocupando espaços que antes eram negados a elas.
A representatividade gera benefícios que impactam diretamente as pessoas, como:
- a importância de reforçar as identidades sociais;
- a ampliação do debate sobre diversidade;
- a identificação de grupos étnico-raciais;
- o aprofundamento das reivindicações.
O objetivo é reforçar os espaços plurais, em que diferentes pessoas têm legitimidade e atenção para expressar a própria voz.
Como usar o conceito?
O uso desse conceito requer pensar nesses momentos, diferenciando-os, pois a representatividade se aproxima mais de uma sensação de pertencimento, que também se estende ao lugar de fala, porém reivindica a expressão de vozes silenciadas.
Você já deve ter visto nas redes sociais ou em noticiários cenas que reforçam a importância do conceito. Um exemplo é quando uma criança negra tem acesso a uma boneca negra, que reflete a própria imagem, demonstrando que há um lugar para ela ocupar na sociedade.
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Fonte: Politize!, Dicas de Mulher, VC S/A, Nexo Jornal