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Como o próprio nome sugere, a varíola dos macacos surgiu em primatas e é uma zoonose silvestre, ou seja, um vírus que se manifesta em animais e pode ocasionalmente contaminar humanos.
A doença é endêmica na África Ocidental e na Central, onde circula há décadas e acomete milhares de pessoas todos os anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, entre dezembro de 2021 e maio de 2022, mais de 1,3 mil pessoas foram contaminadas no continente africano, sendo que 60 vieram a óbito.
Desde 2003, existem relatos de casos da doença em outros continentes, e pequenos surtos aconteceram em 2018 e 2021, estes, porém, são raros e foram controlados sem grande taxa de transmissão.
A atual crise assusta pelo caráter mais amplo, pois, segundo o último boletim da OMS, de 19 de junho, 2.103 casos foram confirmados em 42 países. Dessa forma, 83% dos casos estão na Europa, e a organização ainda informou que o número de casos podem ser bem maior e pouco monitorados.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, o primeiro caso de varíola dos macacos foi registrado em São Paulo, em 8 de junho de 2022, em um homem que havia viajado à Espanha. Em 19 de junho, o ministério confirmou o 8º caso da doença, um paciente que não viajou para o exterior, mas relata ter tido contato com estrangeiros.
Em 1958, foi descoberto um novo tipo de varíola em uma colônia de macacos, e o primeiro caso da doença em humanos foi relatado em 1970, no Congo. Apesar do nome, descobriu-se depois que a doença foi inicialmente transmitida por roedores. É transmitida pelo vírus da varíola dos macacos, também chamado monkeypox.
Segundo o Instituto Butantan, há dois tipos de vírus dos macacos, o da África Ocidental e o da África Central; embora algumas vezes o vírus da África Ocidental possa levar a doenças graves, normalmente é autolimitada (não exige tratamento).
A varíola do macaco é diferente da varíola tradicional, que foi erradicada após grande campanha de vacinação global nos anos 1980. Apesar de ter sintomas parecidos, a taxa de letalidade e o nível de transmissões são mais baixos na varíola dos macacos, além disso, apenas esta causa o inchaço dos linfonodos nas axilas, na garganta ou na virilha.
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Entre 5 dias e 21 dias após a infecção com o vírus da varíola dos macacos, o paciente começa a sentir alguns sintomas iniciais, que podem variar entre febre, dores musculares e na cabeça, além de inchaço das glândulas linfáticas.
Entre um e três dias após o surgimento da febre, aparecem as feridas que caracterizam a doença, são erupções cutâneas que podem apresentar bolhas com líquido ou apenas manchas e lesões. As erupções normalmente aparecem no rosto e depois em outras partes do corpo, podendo variar em número, de poucas até centenas de feridas. A Organização Mundial da Saúde informa que não se deve retirar o tecido das lesões, é preciso esperar a ferida sarar e a pele nova nascer por baixo.
Ainda segundo a OMS, historicamente a taxa de letalidade da doença varia entre 0% e 11%; nos surtos mais recentes, a média é mais baixa: entre 3% e 6%. A maioria dos pacientes se recupera sem tratamento, porém é indicado que os acometidos se alimentem e se hidratem corretamente. Os doentes também podem tomar medicamentos prescritos por médicos para aliviar os sintomas.
A doença é mais grave no grupo de risco, composto de crianças, pessoas com deficiência no sistema imunológico e gestantes, já que durante a gravidez o vírus pode levar a complicações, varíola congênita e até a morte do bebê.
Os principais sintomas apresentados pelas pessoas contaminadas incluem:
O vírus da varíola é transmitido por meio de gotículas expelidas por alguém contaminado e, por esse motivo, é recomendado a utilização de máscaras. Por conta dos eventos recentes a respeito da covid-19, a ideia da utilização de máscaras em locais públicos e privados se tornou algo cada vez mais frequente.
Assim, uma das formas de evitar a contração da varíola é manter o distanciamento social e sempre lavar as mãos com água e sabão ou limpá-las com álcool em gel. Outro fator fundamental para evitar os surtos é o isolamento de doentes.
Apesar das semelhanças, o vírus da varíola tem uma taxa de transmissão bem menor do que o coronavírus, é preciso que haja contato prolongado para que ocorra a transmissão. Além disso, a possibilidade de essa propagação ocorrer por contato sexual está sendo investigada.
Para aqueles que vivem em países endêmicos, é recomendado evitar o contato com animais e objetos de pessoas contaminadas ou com lesões na pele, bem como o manuseio de carne selvagem.
A vacina contra a varíola comum já se mostrou eficiente no passado contra a doença do macaco. No entanto, ela não está amplamente disponível por conta da descontinuação das campanhas de vacinação nas últimas décadas. Muitos países europeus reativaram a produção e a compra dessas vacinas devido à nova crise.
Fonte: World Health Organization, CDC, Agência Brasil, CNN, Ministério da Saúde