Ainda que o Brasil se encontre há alguns anos mergulhado na maior recessão de sua história, há um setor que não se abalou muito com a crise e inclusive encontrou formas de crescer e se destacar internacionalmente: o agronegócio.
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De importância muitas vezes criticada, ele é absolutamente vital para a economia nacional e sem sua força e estabilidade muitos outros setores não seriam capazes de sobreviver. O agronegócio é, já faz alguns anos, o coração que faz a economia pulsar em nosso país e se tornou tão gigante quanto o próprio Brasil.
Alguns números
Para se ter ideia, só no ano de 2012, cerca de 22% do Produto Interno Bruto (PIB) — que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos ao longo do ano no País — foram gerados pelo agronegócio. Em 2016, o setor foi responsável por mais de 46% de todas as exportações e pela geração de 75,9 mil novos postos de trabalho. No ano seguinte, que foi especialmente dramático para a economia brasileira, enquanto a indústria não apresentou desenvolvimento algum e o setor de serviços cresceu apenas 0,5%, o agronegócio registrou um avanço de 13% e foi responsável por criar 48,5 mil empregos.
Entre os anos de 2017 e 2018, perto de 20% de todos os postos de trabalho criados no Brasil vieram do agronegócio. E, apesar de todas as dificuldades enfrentadas recentemente, ele vem batendo recordes de safra ano após ano; hoje, é responsável por 30% de toda a riqueza gerada no País, por 20% a 30% de todos os empregos criados em território nacional, por quase metade das importações e exportações, e por manter positivo — sozinho — o saldo da balança comercial. Se comentamos que o agronegócio é um gigante, talvez fosse mais apropriado dizer que o setor é colossal para nossa economia.
Situação privilegiada
Embora o Brasil enfrente incontáveis problemas sociais, como sistema ineficiente de saúde pública, altos índices de violência e de corrupção, educação deficiente etc., uma coisa da qual nenhum brasileiro pode se queixar é de nossa situação geográfica privilegiada. Nosso país dispõe de uma enorme abundância de recursos hídricos e naturais, imensa extensão territorial, diversidade natural, grande incidência de sol e de chuva, relevo favorável e terra de qualidade para agricultura.
Basicamente, contamos com as condições ideais para que uma grande variedade de cultivos seja desenvolvida nas diferentes regiões do País, com espaço de sobra para a criação de rebanhos. E ainda existem muitas possibilidades a serem exploradas para expandir nosso potencial agroindustrial de forma sustentável e sem sacrificar o meio ambiente.
Atualmente, pouco mais de 60% do território brasileiro ainda é coberto por florestas e cerca de 30% de sua extensão são usados para agricultura ou criação de gado — desse total, pouco mais de 7% são usados para a lavoura, o que significa que pode ocorrer uma redistribuição na forma como o solo cultivável é empregado. Ainda assim, o Brasil se mantém bastante competitivo no mercado internacional, tanto que nas últimas duas décadas a área plantada com grãos teve um aumento de 37%, enquanto a produção apresentou um salto de 176%.
Além disso, nosso país se tornou o líder mundial na produção de café, açúcar e laranja, é o maior produtor de cana-de-açúcar, o principal exportador de açúcar, de etanol e de carne bovina e de aves. O Brasil também é o 4º país em produção e exportação de carne suína, o 2º maior exportador e o 3º maior produtor de milho, o 4º maior em produção de soja e o 2º maior exportador de óleo de soja no Planeta.
E mais: não podemos nos esquecer de que o agronegócio não se limita a produzir itens que vão para a mesa dos brasileiros — e estrangeiros! — ou commodities para exportação. O setor é responsável pela produção de um enorme número de matérias-primas que são utilizadas por outros segmentos da economia nacional, como indústrias farmacêutica, de cosméticos, têxtil, de biocombustíveis, madeireira e muitas outras.
Considerando que o Brasil possui condições e tecnologia que permitem que até 5 safras sejam colhidas em um período de 2 anos — algo que não é possível no Hemisfério Norte, em países europeus e nos EUA, por exemplo, por conta do clima —, fica evidente que a agroindústria ainda tem muitas possibilidades que podem ser exploradas e enorme potencial para crescimento.
Desafios
Alguns desafios que a indústria do agronegócio enfrenta no País são problemas relacionados a logística e infraestrutura, já que não é fácil transportar e distribuir todos os produtos que são gerados. Ademais, a legislação tributária dificulta bastante os processos de importação e de exportação, faltam investimentos públicos e recursos financeiros e boa parte do dinheiro que circula no setor se concentra nas mãos das grandes companhias.
Por outro lado, a oferta de cursos técnicos e profissionalizantes na área aumentou em número e em variedade de forma extraordinária nos últimos anos, e as oportunidades no setor são imensas. Trata-se de um setor em que ainda é possível inovar muito, já que abundam oportunidades, possibilidades de investimento e criação de novos empregos. Há espaço de sobra para o desenvolvimento de novas tecnologias de produção e de profissionais capacitados que saibam não só planejar estrategicamente o uso das inovações mas também identificar novas necessidades e oportunidades de negócios para expandir a agroindústria e tornar o Brasil ainda mais competitivo no cenário econômico internacional.
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