As diferentes classes de palavras nos ajudam a definir e entender a função de cada uma delas dentro de uma frase, período ou texto. Elas também são conhecidas como classes gramaticais e entendê-las é essencial para um bom resultado não apenas na redação do Enem e de outros vestibulares, mas também para as questões discursivas, para interpretar as objetivas e para o futuro na faculdade. Por isso, neste período de preparação, é sempre bom garantir que o conhecimento básico não vai te atrapalhar em um momento decisivo.
Relembre, aqui embaixo, quais são as principais classes de palavras da língua portuguesa e para que elas são usadas!
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1) Substantivos dão nomes para todas as coisas
Provavelmente a maior classe de palavras existente em qualquer idioma, os substantivos são responsáveis por nomear as coisas ao nosso redor. Sejam pessoas, objetos, animais, fenômenos da natureza, países, todos são substantivos. Por exemplo: Mackenzie, mesa, cachorro, chuva, praia, música, amor, vestibular, Brasil, São Paulo e por ai vai.
Os substantivos se dividem em tipos diferentes:
- Comum: como cachorro, país, cidade, faca e roupa, são nomes genéricos para uma mesma categoria de seres, objetos etc;
- Próprio: como Estados Unidos, Brasil, São Paulo, Alphaville e Copacabana, são nomes específicos que especificam algo dentro de um conjunto de substantivos comuns. São sempre escritos com a inicial maiúscula;
- Simples: como casa, carro, papel e sol, são substantivos simples, com apenas um radical;
- Composto: como girassol, guarda-chuva, couve-flor, bomba-relógio, ainda preservam a característica de nomear algo, mas dessa vez com uma “junção” de dois substantivos simples. Eles podem ser escritos com ou sem hífen.
- Primitivo: como jornal, casa, neve e mar, são substantivos que não derivam de nenhum outro, mas que podem ser a base de novos substantivos;
- Derivado: como jornalista, caseiro, nevasca e marítimo, são substantivos que derivam dos comuns e fazem parte de um mesmo “nicho” que eles;
- Concreto: como quadro, cadeira, unicórnio, dragão, cobra e televisão, são nomes de seres e objetos que existem, seja de forma concreta ou imaginária;
- Abstrato: como raiva, tristeza, alegria, ansiedade e tédio, exemplificam sentimentos, emoções, estados, ações e qualidades;
- Coletivo: como constelação, enxame, cardume, cordilheira e galeria, os substantivos coletivos determinam o nome do conjunto de coisas iguais, de uma mesma categoria.
2) Adjetivos dão características a substantivos
Para descrever e atribuir qualidades a substantivos, a classe de palavras que entra em ação é o adjetivo. Bonito, inteligente, pesado, forte são alguns exemplos. Eles podem variar em gênero, número e grau e esta variação é sempre determinada pelo substantivo principal.
Os adjetivos são classificados nos seguintes tipos:
- Simples: como vermelho, feliz, forte, belo, são adjetivos com apenas um radical;
- Composto: como azul-claro, verde-escuro, luso-brasileiro, são adjetivos formados por mais de um radical;
- Primitivo: como grande, bom, amarelo, redondo, são adjetivos que não derivam de outras palavras;
- Derivado: como grandioso, bondoso, amarelado, arredondado, são adjetivos que derivam de outros com o acréscimo de prefixos ou sufixos;
- Pátrio ou gentílico: como brasileiro, francês, americano, europeu, paulistano, são adjetivos relacionados à origem geográfica de algo ou alguém.
3) Pronomes são os acompanhantes dos substantivos
Mais uma classe gramatical multifacetada, os pronomes acompanham os substantivos e podem determinar a pessoa do discurso, posse de objetos e posições.
Os pronomes se dividem nos seguintes grupos:
- Pessoais: determinam a pessoa do discurso e podem ser do caso reto (eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas); do caso oblíquo (me, mim, te, ti, o, a, se, lhe, ele, ela, si, nos, nós, vos, vós, os, as, lhes, eles, elas); ou de tratamento (você, Vossa Excelência, Vossa Alteza etc);
- Possessivos: determinam a posse de substantivos (meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, sua, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas, seus, suas);
- Demonstrativos: determinam a posição de algo em relação às pessoas do discurso (este, esta, estes, estas, esse, essa, esses, essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas);
- Relativos: fazem referência a substantivos já mencionados anteriormente no discurso (que, quem, onde, o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos, quantas);
- Indefinidos: como o nome deixa claro, se referem, de forma vaga e genérica, à terceira pessoa do discurso e são sempre usados com substantivos ou numerais (algum, alguma, alguém, tudo, todas, todo, qualquer, quaisquer, quantos, quantas, ninguém etc)
- Interrogativos: utilizados para fazer perguntas de forma direta ou indireta (que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas).
4) Preposições fazem a ligação de dois termos em uma frase
Uma das classes gramaticais responsáveis por criar a sensação de relação entre dois termos é a preposição. Neste caso, elas são usadas dentro de uma frase.
As preposições podem ser:
- Essenciais: palavras que têm apenas a função de preposição na língua portuguesa (a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás);
- Acidentais: palavras que podem ocupar a função de preposição, mas que também exercem outro papel se colocadas em um contexto diferente (como, conforme, fora, salvo, segundo, tirante, consoante, exceto, mediante, senão, visto etc).
5) Verbos servem para indicar ações, desejos, fenômenos da natureza, estados ou acontecimentos
Para fazer sentido, toda frase precisa de um verbo: é ele quem indica o que está acontecendo no discurso. Na língua portuguesa, a versão dos verbos no infinitivo termina sempre em ar, er, ir ou ur. Na hora de conjugar, é preciso levar em consideração os modos verbais (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e os tempos verbais (presente, passado ou futuro).
Os verbos podem ser classificados de acordo com a conjugação:
- Regulares: como chorar, amar, escrever e demolir, são os que seguem um mesmo padrão ao serem conjugados nos diferentes modos e tempos verbais;
- Irregulares: como obter, inserir, depor e fugir, são os que não seguem um padrão ao serem conjugados;
- Anômalos: como ser, estar, ir, ver, vir e poder, são os que podem mudar completamente ao serem conjugados (inclusive o radical);
- Defectivos: como doer, colorir, demolir, esculpir, são verbos que não podem ser conjugados em todas as pessoas, tempos ou modos;
- Abundantes: como aceitar, que vira aceito ou aceitado; entregar, que vira entregado ou entregue; os verbos abundantes são os que têm duas versões gramaticalmente corretas em uma mesma conjugação (geralmente, o particípio).
6) Artigos sempre antecedem os substantivos
Mais uma classe gramatical que caminha com os substantivos, os artigos servem para dar um sentido específico a eles. Na prática, eles são bem fáceis de identificar.
Os artigos podem ser:
- Definidos: a, o, as, os;
- Indefinidos: um, uma, uns, umas.
7) Numerais estabelecem ordem, quantidade ou posição
Uma das classes de palavras mais fáceis de identificar é a dos numerais. Como o nome deixa claro, eles são sempre relacionados a números. Eles se dividem nas seguintes classificações:
- Cardinais: como um, dez, vinte, cem, determinam quantidade de coisas, pessoas, seres etc;
- Ordinais: como primeiro, quinto, décimo, centésimo, determinam a ordem ou a hierarquia de um grupo de itens;
- Multiplicativos: como dobro, triplo, quádruplo, determinam a multiplicidade dos itens;
- Fracionários: como metade, meio, terço, determinam uma parte ou fração de algo ou de um grupo de itens;
- Coletivos: como dezena, centena, milhar, dúzia, determinam a quantidade exata de algo.
8) Conjunções servem para criar uma relação entre duas orações
Uma das classes gramaticais mais importantes para garantir a coesão de um texto, as conjunções são usadas para criar uma relação entre duas orações dentro de um mesmo período ou não. Em um texto argumentativo, por exemplo, elas podem ser usadas no início de uma frase para estabelecer relação com o parágrafo anterior.
Enquanto a lista de conjunções existentes é muito extensa, elas podem ser divididas em dois grupos grandes (que têm subdivisões entre si):
- Subordinativas: são conjunções usadas para ligar termos que dependem um do outro para que tenham sentido. Aqui entram as comparativas, concessivas, integrantes, causais, condicionais, conformativas, consecutivas, temporais, finais e proporcionais;
- Coordenativas: estas, por sua vez, ligam orações que têm sentido independente. Elas englobam as conjunções aditivas, explicativas, alternativas, adversativas e conclusivas.
9) Interjeições são expressões espontâneas de sentimentos
Palavras e locuções que podem ou não ter um significado determinado, as interjeições são importantes porque caracterizam sentimentos em um discurso. Na prova do vestibular, elas podem aparecer em textos de questões variadas (principalmente em questões de interpretação). Geralmente são escritas junto de um ponto de exclamação.
São exemplos de interjeições: ah!, ai!, tomara!, ufa!, aff!, eita!, oba!, ué?! etc.
10) Advérbios servem para modificar um verbo, um adjetivo ou outro advérbio
Em uma construção frasal, o advérbio tem um papel importante porque complementam o sentido de verbos, adjetivos ou, até mesmo, de outros advérbios.
Os advérbios podem ser de:
- Lugar: perto, longe, dentro, fora, aqui, lá, abaixo, em cima, em frente etc;
- Tempo: hoje, amanhã, ontem, agora, cedo, tarde, nunca, depois etc;
- Modo: bem, mal, melhor, pior, bom, ruim, devagar, depressa, fielmente, rapidamente, tranquilamente (e em quase todos os outros casos de advérbios terminados em -mente);
- Intensidade: muito, pouco, quão, quanto, bem, bastante, mais, menos etc;
- Negação: não, nunca, jamais, nem, tampouco, de maneira alguma, de modo algum etc;
- Afirmação: sim, certo, claro, certamente, realmente, positivo etc;
- Dúvida: talvez, provavelmente, eventualmente, porventura etc.
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