O ano de 2023 foi o período mais quente já registrado na história, de acordo com a União Europeia. O calor foi extremo e atingiu cerca de 1,48°C a mais em comparação com a média de longo prazo, antes da época pré-industrial (período entre 1850 e 1900), quando a humanidade passou a queimar combustíveis fósseis, como carvão mineral, petróleo e gás natural.
Segundo cientistas do mundo inteiro, as ondas de calor de 2024 têm o potencial de superar esses recordes, por causa de fenômenos como o El Niño. O fenômeno se estende até o meio deste ano, entre abril e junho.
A princípio, as ondas de calor extremo são apontadas como um dos potenciais temas da atualidade para a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no fim do ano, com datas ainda não divulgadas. Portanto, confira, a seguir, as últimas notícias relacionadas ao assunto.
O ano de 2023 bate recorde de calor extremo
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência das Nações Unidas (ONU), relatou que os nove anos mais quentes na história registrada ocorreram entre 2015 e 2023. O maior pico de temperatura aconteceu no último ano. A temperatura global do ar e as temperaturas da superfície do mar superaram todas as máximas anteriores.
Nesse cenário, os números mostram uma aproximação preocupante ao limite do aquecimento global de 1,5°C fixado pelo Acordo Climático de Paris, tratado internacional sobre mudanças climáticas assinado durante a 21ª Conferência das Partes, a COP21. Realizado em 2015 e aprovado por 195 países, ele tem como objetivo conter o aquecimento global.
Porém, o acordo firmado entre os governos envolvidos estipula medidas de médio e longo prazo para serem tomadas ao longo de 20 e 30 anos. Ou seja, se o mundo superar o marco de 1,5°C de aumento este ano, não significaria que o Acordo de Paris tenha sido desrespeitado.
Esse calor global recorde também ajudou a agravar muitos fenômenos meteorológicos extremos em grande parte do mundo em 2023. Os terremotos, ondas de calor extremo e incêndios florestais no Canadá e nos EUA, até secas prolongadas e inundações em partes da África Oriental apareceram em diversas notícias do último ano. Esses eventos impactam vidas e meios de subsistência. A tendência é que, com o aumento da temperatura, haja maior frequência e intensidade desses episódios.
Quais são as previsões para 2024?
O ano de 2024 poderá ser ainda mais quente, pois o El Niño normalmente tem o maior impacto nas temperaturas globais após o ano seguinte ao de sua formação. No Brasil, uma onda de calor extremo vinda da Argentina marcou o começou do ano, atingindo os estados da região Sul durante o mês de fevereiro.
Um domo, cúpula ou onda de calor se refere a quando uma região fica por mais de quatro dias com temperaturas 5°C acima da média, com uma área de alta pressão que inibe a formação de chuvas.
O que é o El Niño?
A cada dois ou sete anos, as águas superficiais do Oceano Pacífico sofrem um aquecimento anormal, liberando um calor adicional ao de costume na atmosfera. O fenômeno é natural e dura um período de, em média, 12 meses. Porém, o impacto da ação do homem a longo prazo fez com que as condições do El Niño mudassem, tornando-se mais imprevisíveis. Segundo a OMM, em março de 2024, o El Niño já é um dos cinco mais fortes da história.
Quais são os impactos das ações da humanidade para as ondas de calor extremo?
As atividades humanas estão por trás desta tendência de aquecimento global a longo prazo. Mesmo que fatores naturais, possam aumentar ou reduzir as temperaturas durante certo período, o cenário de temperatura global vai muito além das causas naturais.
As florestas têm importante papel para a regulação do clima e as áreas naturais grande capacidade de absorver CO². Por isso, o desmatamento e as queimadas fazem que a camada de gases do efeito estufa, como dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e oxido nitroso (N₂O), aumentem e sejam liberados novamente na atmosfera. Assim, ela passa a reter cada vez mais radiação solar, aumentando, então, a temperatura global.
A agropecuária contribuiu, pois os dejetos dos animais e a mudança no uso do solo para a criação de gado também libera gases.
Quais são as principais soluções apontadas para diminuir as ondas de calor extremo?
De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, combater a principal causa do aumento das temperaturas — os combustíveis fósseis. Realizada em dezembro de 2023, a COP28, estipulou pela primeira vez a ação como urgente para combater o aumento de temperatura. A promessa é que a descarbonização acelere a transição para fontes de energia renováveis e uso de veículos elétricos, que podem conter o aquecimento global.
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