É comum ouvir que o mundo muda cada vez mais rápido e frequentemente surgem novas áreas do conhecimento. Isso só é possível graças aos pesquisadores, que, em universidades e institutos de pesquisa, dedicam-se à investigações da forma como a natureza e o mundo social se comportam.
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Um exemplo da importância desses profissionais é o fato de que em poucos meses diversos países estão anunciando estudos conclusivos sobre uma vacina para a covid-19. Mas como ocorre a formação científica?
A maior parte das pessoas sabe o que é uma graduação: um curso superior que forma egressos em determinada área do conhecimento para a prática profissional. Pode ocorrer nas modalidades bacharelado, licenciatura e tecnologia. Os cursos de pós-graduação, por sua vez, têm por objetivo especializar alguém que já fez um curso superior. Eles podem ser de dois tipos: lato sensu (que costumam ter foco na qualificação profissional) e stricto sensu (mestrado e doutorado). Em vez de preparar profissionais para o mercado, têm foco em formar pesquisadores e cientistas das diversas áreas do conhecimento.
Em geral, o mestrado é cursado em 2 anos, e espera-se do mestre em determinada área do saber que ele aprenda os conceitos básicos de uma área específica. Além disso, por ser uma espécie de “escola de pesquisa”, o aluno deve apresentar uma dissertação em que demonstre maturidade científica ao articular teorias e métodos para responder a um problema de pesquisa relevante para o campo do conhecimento no qual está se formando.
Mestrado acadêmico versus Mestrado profissional: qual é a diferença?
Já o doutorado, cujo desenvolvimento costuma ocorrer em 4 anos, aprofunda a formação na área de pesquisa e exige do estudante, além dos requisitos do mestrado, que haja uma contribuição relevante e inédita no campo de conhecimento relacionado. Mais do que demonstrar habilidade como cientista, deve-se conduzir uma pesquisa cujos resultados tragam inovação à área do saber.
No Brasil, há um preceito constitucional que relaciona ensino, pesquisa e extensão como indissociáveis na vida universitária, por isso as universidades são os principais polos de formação de profissionais. Os pesquisadores egressos podem ser contratados como professores universitários, fazendo pesquisas, além de dar aulas.
Ao longo dos anos de formação na área de pesquisa escolhida, o profissional aprende a resolver problemas com métodos e teorias convencionados pela comunidade científica. Há uma série de abordagens quantitativas e qualitativas para resolver problemas, e o pesquisador pode se valer desse conhecimento para investigar e solucionar questões acadêmicas.
No caso da vacina da covid-19, cuja produção e viabilidade são tomadas como problemas de pesquisa, os pesquisadores da área desenvolveram hipóteses a partir do conhecimento já acumulado: será que determinado antígeno terá sucesso? Será que certo método de manipulação do vírus permitirá isolá-lo e reduzi-lo a uma dose útil à vacina?
A partir disso, são realizados testes controlados em laboratório: cada ação é registrada no passo a passo da pesquisa, que é descrita e apresentada posteriormente. Ao fim dos experimentos, verifica-se se eles foram úteis para responder às hipóteses iniciais. Se sim, são repetidos e, se confirmados, publicados. Caso contrário, são investigadas novas formas de responder às questões que interessam ao pesquisador.
Isso garante que cada pesquisa possa ser conhecida pela comunidade científica da área, que avalia a publicação do método e dos resultados. E ela pode ser aceita ou questionada, fomentando o debate entre os profissionais.
No caso da vacina, seria preocupante injetar na população um conteúdo que produzisse problemas de saúde, por isso é importante que diferentes pesquisadores realizem testes, com métodos reconhecidos e validados, e compartilhem conclusões que tornem segura a adoção da imunização.
Esse quadro garante que, mais do que a opinião de determinado segmento, haja respaldo científico sobre um assunto e seja possível que a sociedade tome decisões a respeito dos diferentes avanços da ciência.
É por isso que os cientistas estão entre os profissionais mais importantes da sociedade. Embora muitas vezes trabalhem de forma discreta, em laboratórios, as grandes invenções e melhorias da humanidade passaram por suas mãos.
Fonte: Guia do Estudante.
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