Ao mesmo tempo que há empolgação para o fim do ano, com ele também vem o cansaço acumulado de todos os meses que se passaram. O esgotamento físico e emocional fica ainda mais evidente nessa época porque as pessoas buscam concluir tudo o que deveria ter sido feito durante o ano, assim o trabalho e a pressão aumentam significativamente.
Some isso aos anos atípicos que foram 2020 e 2021 e você tem como resultado a piora dessa tensão, o que leva a uma grande preocupação: a síndrome de burnout.
Síndrome de burnout: um perigo silencioso
Conhecida como a doença do esgotamento profissional, a síndrome de burnout é um distúrbio psíquico ocasionado pela exaustão extrema gerada no ambiente profissional, por conta dos estudos ou ainda por questões pessoais.
As principais características dessa doença psicológica são a tensão emocional e estresse crônicos, estimulados pelo esforço psicológico e emocional desgastante. Essa doença se dá principalmente em profissionais com profissão que exige envolvimento interpessoal.
Trabalhadores da área de educação, saúde, recursos humanos, bombeiros, agentes penitenciários e mulheres com dupla jornada, por exemplo, são os que mais correm risco de desenvolver essa síndrome. Os estudantes também entram nessa lista.
Sintomas físicos e psicológicos
Se não diagnosticado corretamente, esse transtorno pode levar o profissional ou estudante a desencadear uma série de problemas de saúde como doenças cardíacas, pressão alta, enfraquecimento do sistema imunológico, distúrbios gastrointestinais, dores musculares e até levar à dependência de bebidas alcoólicas e entorpecentes.
Além de doenças físicas, o esgotamento profissional pode refletir em ações negativas associadas a problemas psicológicos: depressão, ansiedade, ausência no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças demasiadas no humor, irritabilidade, falta de concentração, lapsos de memória, pessimismo e baixa autoestima.
A quem recorrer quando identificada a síndrome?
Quando já diagnosticado por um profissional, geralmente médico do trabalho, clínico geral, psicólogo ou psiquiatra, o trabalhador deve recorrer ao uso de medicamentos que tratem seus sintomas. Além disso, ele precisa realizar sessão de psicoterapia.
De que maneira as empresas podem evitar o burnout?
Como a síndrome está diretamente relacionada a fatores organizacionais, empresas e responsáveis pelas equipes devem implementar ações que diminuam as chances dessa doença psicológica acometer seus colaboradores. Começando com a forma como o trabalho é estruturado e cobrado.
Longas jornadas de trabalho, competitividade, pressão e insegurança são bastante prejudiciais para a saúde psíquica dos trabalhadores. Logo, é essencial rever a necessidade de horas extras, metas ousadas e possível existência de uma gestão totalitária.
Além de avaliar esses elementos que podem facilitar no surgimento do burnout, a instituição também pode aderir a um plano de saúde que cubra atendimento psicológico e implementar ações que melhorem o ambiente de trabalho.
O setor de recursos humanos também pode se aliar a essa ação e se responsabilizar com os integrantes do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) em monitorar os colaboradores. Aqueles com comportamentos alterados podem ser encaminhados para as especialidades que trabalham com esses casos.
O que o profissional pode fazer?
A síndrome se dá principalmente quando o profissional não delimita tempo para o trabalho, é aquele indivíduo que ignora a necessidade de lazer e descanso, portanto sempre está trabalhando.
Mesmo que goste do trabalho e tenha satisfação em fazê-lo, é essencial que ao longo da semana dedique um tempo para descanso, para que ele se desligue totalmente das tarefas da empresa.
Outra característica comum e que dá espaço para a doença, é a ideia de que para ser um excelente profissional, precisa ser produtivo o tempo todo, que tudo deve sair perfeito e todas as esferas da vida devem estar alinhadas com o que planejou.
Na prática não funciona assim, é comum que ao longo da vida a pessoa se dedique e priorize algumas áreas em momentos específicos.
De modo a prevenir esse problema psicológico, o Ministério da Saúde evidencia algumas práticas que o profissional pode realizar:
- Estabelecer pequenos objetivos na vida profissional e pessoal;
- Ter uma rotina de sono saudável, dormindo pelo menos 8 horas por noite;
- Fazer atividades físicas;
- Participar de atividades de lazer;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas;
- Se distanciar de pessoas pessimistas;
- Dividir seus sentimentos com alguém de confiança.
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Fonte: Hospital Santa Monica, Drauzio Varella, Tribuna, Rede Dor São Luiz.