A integração de alunos atípicos requer ações inclusivas e que não exponham a condição da criança. Nesse sentido, o material didático, umas das principais ferramentas de trabalho do professor, pode ser um aliado para promover a inclusão já a partir do Ensino Básico.
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Segundo a coordenadora pedagógica dos Sistemas de Ensino Mackenzie, Noemih Sá Oliveira, o material por si só não é capaz de promover a inclusão na sala de aula, mas pode pavimentar o caminho para isso. “Embora o material didático não consiga fazer a inclusão por si só — porque isso demanda um programa educacional — ele pode agregar recursos inclusivos”, ela afirmou.
Ainda segundo Noemih, o professor é parte fundamental no processo inclusivo dentro da sala de aula. “O material didático em si comunica a integridade do projeto de que ele é derivado, mas se o professor que o usa souber utilizar todo o potencial desse material, os ganhos didáticos são infinitamente maiores”, ela afirmou.
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Para tanto, a comunicação efetiva e contínua entre educadores é uma “estratégia vital para que técnicas sejam compartilhadas entre as equipes, pensadas entre as equipes e promovidas em ações que favoreçam e ampliem a acessibilidade do aluno aos conteúdos curriculares na prática”, disse ela.
“Um material didático só será inclusivo se houver o alinhamento efetivo entre uma proposta pedagógica inclusiva que mobilize um modelo pedagógico inclusivo”, argumentou a coordenadora pedagógica.
O objetivo de todo editor do didático, deve ser oferecer recursos que melhorem a acessibilidade da informação para os alunos, segundo a pedagoga. O livro deve “fazer a mensagem chegar da melhor forma ao maior número de leitores”, ela complementou.
A apresentação de conteúdo deve favorecer o entendimento de um maior número de crianças. Para isso, no design, alguns elementos são importantes, como a escolha de uma fonte mais adequada e a utilização de um espaçamento que facilite a leitura. “Isso envolve desde as técnicas de preparação do papel, até as técnicas de organização das informações no papel”, Oliveira exemplificou.
“A utilização de sistemas, como o ColorADD, promove uma cultura de produção de livros didáticos compromissada com o leitor”, argumentou a pedagoga. Desenvolvido pelo designer português Miguel Neiva, o ColorADD tem como objetivo contribuir para a melhoria do acesso dos daltônicos à informação.
Essa ação inclusiva para as escolas deve ser realizada desde a Educação Básica. “O diagnóstico do daltonismo só acontece, em geral, a partir dos sete anos, quando a criança já está alfabetizada”, a especialista afirmou. “Quantas atividades didáticas para crianças não envolvem cores? Por que, então, não começar a explorar esse universo das cores e formas de representá-las também por códigos?”, propôs a coordenadora.
Fonte: Sistema Mackenzie de Ensino na Prática. Páginas 66 a 71.
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