A regra dos porquês pode ser considerada uma das maiores dúvidas da língua portuguesa. Afinal de contas, são palavras iguais que têm quatro grafias e formas de uso diferentes, mesmo que todos os significados tenham a ver com motivo, razão ou causa.
Desde antes do vestibular até depois da faculdade, é comum ter que parar para pensar no uso dos porquês. Porém, na hora de fazer provas com o tempo contado, conseguir identificar com facilidade o ideal para cada frase pode ser decisivo. Confira, abaixo, como incluir cada um deles corretamente em respostas discursivas e redações.
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“Por que” aparece no início e no meio de perguntas e pode ser usado como pronome relativo
O “por que” separado e sem acento circunflexo é mais reconhecido por ser usado no início de frases interrogativas diretas. Aqui, ele significa “por qual motivo”, “por qual razão” ou apenas “por qual”. Por exemplo:
- Por que o Enem é uma prova longa?
- Por que estudar matemática não é fácil para todos os alunos?
O “por que” também pode ser usado no meio de frases interrogativas indiretas, ou seja: as que não começam com pronome interrogativo e não terminam com ponto final. Por exemplo:
- Me diga por que o Enem é uma prova longa.
- Quero saber por que estudar matemática não é fácil para todos os alunos.
Nos dois casos, você pode confirmar se essa é a versão correta caso seja possível incluir “motivo” ou “razão” depois dele sem que a frase perca o sentido:
- Por que motivo o Enem é uma prova longa?
- Quero saber por que razão estudar matemática não é fácil para todos os alunos.
Por fim, nesta etapa do uso dos porquês, o “por que” também pode ser considerado um pronome relativo no meio de frases. Com esta finalidade, ele tem o mesmo significado de “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais” e “pelas quais”. Confira:
- As diferentes áreas do conhecimento são a razão por que o Enem é uma prova longa.
- As habilidades pessoais são o motivo por que matemática não é fácil para todos os alunos.
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“Por quê” é a escolha para o final das perguntas na lista de regras de uso dos porquês
No caso do “por quê”, separado e com acento, a definição é mais simples: ele é sempre usado no final de frases interrogativas diretas ou indiretas. Sim, existe outro “porque” de pergunta. Por isso, ele também significa “por qual motivo” ou “por qual razão”. Dê uma olhada:
- O Enem é uma prova longa. Por quê?
- O professor contou que estudar matemática não é fácil para todos os alunos, mas não explicou por quê.
Dica de memorização: uma boa maneira de lembrar dele, neste caso, é pensar que no caminho do início até o fim de uma frase interrogativa o “por que” ganha um acento e vira “por quê”.
“Porque” deve ser usado nas respostas, seja no início, seja no meio
Se existem versões usadas nas perguntas, também é necessário haver o porque de resposta: ele é o junto e sem acento. Por causa dessa função, ele expressa causa, consequência ou justificativa em uma frase. Confira nos exemplos:
- O Enem é uma prova grande porque engloba diferentes áreas do conhecimento. / Porque engloba diferentes áreas do conhecimento.
- Estudar matemática não é fácil para todos os alunos porque cada um tem suas habilidades pessoais.
O “porque” em respostas pode ser substituído por “pois”, “já que”, “visto que” ou “uma vez que”.
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“Porquê” é um substantivo e sinônimo de “motivo” ou “razão” e o uso dos porquês mais simples da relação
Por fim, o último na lista das regras dos porquês é o junto e com acento. Ele é, também, um dos mais fáceis: “porquê” é sinónimo literal de “motivo ou razão”. Por ser um substantivo, ele sempre aparece acompanhado de artigos ou numerais e pode ser flexionado no plural para “porquês”.
- Os porquês do Enem ser uma prova grande são as diferentes áreas do conhecimento que ele engloba.
- A habilidade pessoal de um aluno pode ser o porquê para matemática não ser uma disciplina fácil.