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O Romantismo foi um movimento artístico e filosófico do final do século XVIII, originado na Europa e marcado pela subjetividade, emoção, valorização do “eu” e por referências ao estilo de vida burguês.
No Brasil, as primeiras obras enquadradas no movimento foram publicadas pouco depois da independência, ocorrida em 1822. Esse evento histórico fez com que o nacionalismo ficasse em evidência, aparecendo em diversos textos e caracterizando a primeira fase do Romantismo Brasileiro. A obra inaugural desse período literário foi Suspiros Poéticos e Saudade, de Gonçalves de Magalhães, publicada em 1836.
O Romantismo brasileiro surgiu pautado na proposta de definir a identidade nacional. A ideia era romper com Portugal e sistematizar os próprios valores do povo brasileiro, inclusive na determinação de símbolos da nação.
O Romantismo foi o primeiro movimento cultural a reivindicar uma literatura brasileira, durando de 1836 a 1881. A poesia romântica foi dividida em três fases.
A primeira, chamada Indianista ou Ufanista, abordou os temas: a mulher idealizada, a figura heroica do indígena e a floresta brasileira como símbolo nacional. Essa fase também trouxe o extremo rigor na metrificação dos versos.
A segunda é chamada de Ultrarromantismo ou, como conhecida, “Mal do século”. O nacionalismo da fase anterior deu espaço para sentimentos exacerbados, com destaque para melancolia, pessimismo, sofrimento e vícios. Assim, neste novo período, houve uma exaltação da morte e um medo do amor – a mulher é vista como um ideal, mas intocável.
A terceira também é conhecida como “Geração Condoreira”, em alusão à ave condor, que tem uma visão ampla. Esta fase teve foco mais político e social, visto que as ideias abolicionistas e republicanas dominavam o período histórico que ela compreendeu (de 1870 a 1881).
A prosa romântica também marcou o começo da prosa literária no Brasil. Ela costuma ser dividida por temática: urbana (o cotidiano social principalmente do Rio de Janeiro), regionalista (atração pela pitoresca vida interiorana), histórica (revalorização do passado, com exaltação de personagens nacionais) e indianista (idealização do indígena como herói nacional).
O livro foi lançado em 1857 e é um dos maiores exemplares do indianismo brasileiro. Por meio dos personagens Peri e Ceci, Alencar aborda a mistura entre indígenas e o homem branco.
A história foi primeiramente lançada como folhetim, sendo moldada ao gosto popular. Quando lançado em formato de romance, ajudou a consagrar o estilo no país. O indígena é retratado como herói nacional, carregando valores de um homem ideal: lealdade, honra, amor pela terra e devoção à amada.
O livro se inicia com um dos poemas mais famosos do autor: Canção do Exílio. Na obra, Gonçalves Dias também reúne escritos em que coloca o indígena como a figura principal, exaltando sua característica de homem livre, uma dignidade que só acaba com a morte – algo que de fato acontecia, já que os indígenas resistiam à escravidão.
Obra-prima do autor, o livro mostra dramas da adolescência, com características da segunda fase da poesia romântica brasileira: melancolia, tédio, vícios e pessimismo. O autor morreu aos 20 anos, deixando uma obra que reflete os anseios da idade dele naquele tempo.
O livro é dividido em três partes, e os temas da primeira e da última são a morte, a família, a religiosidade e a obsessão pela forma feminina. Já a parte central traz ironias e a figura da mulher no sentido carnal.
Álvares também é considerado um dos primeiros a abordar o cotidiano do Brasil em suas obras, principalmente com o poema Ideias Íntimas, presente na segunda parte desse livro.
Essa coletânea de poemas foi publicada em 1870 e reflete os dramas pessoais vividos pelo autor na época – ele estava com tuberculose e perdeu um pé em um acidente com arma de fogo.
Assim, a obra traz características da terceira fase da poesia romântica brasileira, como temas existenciais, principalmente o amor e a morte. Acabou se tornando o único livro de Castro Alves publicado com ele ainda vivo, já que o autor morreu aos 24 anos. Seus poemas também abordam a escravidão e constroem um forte discurso abolicionista.
Fonte: InfoEscola, Brasil Escola, Guia do Estudante e Toda Matéria.