O que foram as Revoltas Regenciais?

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As Revoltas Regenciais foram rebeliões que ocorreram no Brasil durante o Período Regencial (de 1831 a 1840). Não existe um motivo único para o acontecimento delas, mas a instabilidade deixada pela ausência de um governo forte e as péssimas condições de vida da população são algumas das causas. As Revoltas Regenciais uniram pessoas pobres, escravizadas, de classe média e das elites agrárias.

Dom Pedro I enfrentou períodos conturbados como imperador do Brasil devido, principalmente, à falta de apoio das elites econômicas e estrangeiras. Até que, em 1831, após o falecimento de Dom João VI, ele decidiu abdicar do trono brasileiro para assumir o trono de Portugal como Dom Pedro IV.

Naquele momento, o herdeiro do trono brasileiro era Dom Pedro II, que tinha apenas 5 anos de idade. A constituição de 1824 previa que, até o herdeiro atingir a maioridade, o país seria governado por regentes, escolhidos pelo congresso. 

Os designados para os cargos foram, majoritariamente, representantes das elites agrárias em oposição aos liberais do federalismo, e isso foi motivo de conflitos em diversas províncias que ficaram conhecidos como Revoltas Regenciais, as principais foram:

Malês (1835)

O Levante do Malês aconteceu em Salvador, capital da então província da Bahia. O levante foi organizado por negros escravizados e libertos de origem muçulmana que lutavam contra a escravidão e a imposição da religião católica.

Era comum que, na região, fossem usados os escravizados como “negros de ganho”, que vendiam produtos pela região e entregavam metade do que recebiam a seus donos. Com essa possibilidade de andar livremente pela região, o movimento foi iniciado e durou menos de um dia, sendo duramente combatido, causando várias mortes e enviando mais de 500 negros libertos para a África.

Sabinada (de 1837 a 1838)

Também ocorrida em Salvador, a Sabinada se caracterizou por se originar nas classes médias, altas e militares. O nome surgiu pela liderança do médico Francisco Sabino. Entre as reivindicações estavam maiores salários para militares e o descontentamento com o envio de soldados para os confrontos no Sul do país. As classes mais altas protestavam contra o Governo Regencial e queriam mais participação política.

Os revoltosos conquistaram algumas vitórias e chegaram a proclamar uma república que durou poucos meses. Então, foram duramente reprimidos, e o movimento acabou em muitas mortes, inclusive a do líder, Francisco Sabino.

Cabanagem (de 1835 a 1840)

Belém em 1835, cenário da Cabanagem. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução).
Belém em 1835, cenário da Cabanagem. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução).

Aconteceu na então Província do Grão-Pará, quando indígenas, negros e cabanos (população pobre que morava em cabanas) se revoltaram contra o domínio político e o econômico dos grandes fazendeiros e as péssimas condições de vida. 

Os revoltosos chegaram a conquistar a capital Belém e a declarar a independência do Pará. Em 1840, foram derrotados pelo governo. Estima-se que, durante o confronto, foram mortas 30 mil pessoas, cerca de 40% da população da província.

Balaiada (de 1838 a 1841)

Memorial da Balaiada. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Memorial da Balaiada. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

A revolta foi iniciada por um confronto das elites locais. Entre elas, os grandes fazendeiros e o comerciante de balaios Manuel Francisco dos Anjos Ferreira. Porém, logo se tornou um movimento de pessoas pobres da região, artesãos, escravos e quilombolas contra a exploração das elites e as arbitrariedades cometidas pelas oligarquias locais. O confronto terminou em 1841 com a dominação dos rebeldes.

Farroupilha (de 1835 a 1845)

A Revolta Farroupilha, também conhecida como Guerra do Farrapos, foi a mais demorada das Revoltas Regenciais e só foi derrotada no Segundo Reinado. Aconteceu na então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul e uniu estancieiros, militares libertários, membros das camadas populares, escravos e abolicionistas que lutavam contra os altos impostos cobrados de produtos do Sul e contra a falta de autonomia política e econômica.

A revolta tomou rumos separatistas e chegou a proclamar a República Rio-Grandense, no Rio Grande do Sul, e a República Juliana, em Santa Catarina. Após diversos confrontos, o conflito foi encerrado com um acordo de paz. Os termos de rendição ficaram conhecidos como Poncho Verde.

Fim do Período Regencial

Além das revoltas citadas, houve outros conflitos que fizeram parte das Revoltas Regenciais, entre eles: Carneiradas, em Pernambuco, 1834-1835; Federação do Guanais, na Bahia; 1832-1833; Insurreição do Crato, no Ceará, 1832; Mata-Maroto, na Bahia, 1831-1840; Motins em Pernambuco, 1831-1834; Revolta do Ano da Fumaça, em Minas Gerais, 1833; Revolta de Carrancas, em Minas Gerais, 1833; Revolta do Lavradio, em Minas Gerais, 1836; Revolta de Manuel Congo, no Rio de Janeiro, 1838; Rusgas, no Mato Grosso, 1834; Setembrada, no Maranhão, 1831.

Para acabar com a instabilidade política criada no Período Regencial, foi proposta para a Câmara a antecipação da maioridade de Dom Pedro II. A ideia não foi aprovada, mas alguns políticos aplicaram o que ficou conhecido como Golpe da Maioridade. E, com 14 anos, Dom Pedro II assumiu o posto de Imperador do Brasil. Iniciou-se, assim, o período conhecido como Segundo Reinado.

Fonte: Infoescola, Estudavest, Toda Matéria, Stoodi, Brasil Escola.

O que foram as revoltas regenciais?

Teste os seus conhecimentos sobre as revoltas no período em que o príncipe Dom Pedro II ainda não tinha maioridade legal

1. Quais foram os protagonistas da Revolta dos Malês, ocorrida em 1835, na Bahia?
a) Os negros que tinham fugido da escravidão para o Quilombo dos Palmares.
b) “Negros de ganho”, em sua maioria de origem muçulmana, que vendiam produtos nas ruas e geravam renda para seus escravizadores.
c) Os negros libertos e alforriados que contaram com o apoio de Rui Barbosa.
d) Classe média, ricos e militares insatisfeitos com o governo regencial.
e) Pessoas escravizadas que se revoltaram contra o uso do pelourinho, nome que deu origem ao famoso bairro da capital baiana.

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2. Qual foi o maior feito da Cabanagem?

a) A implantação do primeiro programa de moradia popular do Brasil para substituir as frágeis cabanas.
b) Entre 1835 e 1840, os cabanos realizaram a reforma agrária na província do Grão-Pará.
c) Negros, indígenas e cabanos conquistaram Belém e declararam a independência do Pará.
d) A revolta provocou uma mudança no Império do Brasil, que passou a ter um Senado para representar os interesses das províncias.
e) Cerca de 40% da elite portuguesa na província do Grão-Pará foi expulsa durante a revolta.

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3. Qual foi o motivo da Sabinada?
a) A classe média, ricos e militares baianos queriam maior autonomia e se rebelaram contra o recrutamento obrigatório para a Guerra dos Farrapos.
b) O médico Francisco Sabino desejava implementar a vacinação obrigatória contra a febre amarela, mas os portugueses se recusaram a fornecer imunizantes.
c) Os escravizados ficaram revoltados com os castigos impostos na chegada à Bahia.
d) A cobrança do quinto do ouro, que diminuía os ganhos da elite agrária baiana.
e) Os produtores de cana-de-açúcar queriam exportar seus produtos para outros países além da Inglaterra.

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4. O que foi a Balaiada?
a) Uma greve de trabalhadores portuários causada pelo aumento repentino de preços de alimentos no Rio de Janeiro.
b) Um levante militar financiado por produtores agrícolas de Pernambuco contra a cobrança de impostos.
c) Uma revolta popular de escravizados, quilombolas e artesãos contra a dominação dos produtores rurais e grandes comerciantes do Maranhão.
d) O ataque liderado pelo futuro Duque de Caxias contra o comerciante de balaios Manuel Francisco dos Anjos Ferreira.
e) A paralisação dos estivadores em Fortaleza contra a baixa remuneração recebida.

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5. Qual era o principal objetivo da Farroupilha?
a) Uma maior autonomia econômica e política da província de São Pedro do Rio Grande do Sul em relação ao governo regencial.
b) A tomada do Palácio do Piratini, sede do governo local em Porto Alegre, com a nomeação de Giuseppe Garibaldi como presidente.
c) A anexação do território da Província Cisplatina, atual Uruguai, ao Brasil.
d) O fim da importação da carne argentina para o mercado brasileiro.
e) Expulsar os portugueses que ainda estavam no Brasil, mesmo depois da proclamação de independência do país.

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