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As Revoltas Regenciais foram rebeliões que ocorreram no Brasil durante o Período Regencial (de 1831 a 1840). Não existe um motivo único para o acontecimento delas, mas a instabilidade deixada pela ausência de um governo forte e as péssimas condições de vida da população são algumas das causas. As Revoltas Regenciais uniram pessoas pobres, escravizadas, de classe média e das elites agrárias.
Dom Pedro I enfrentou períodos conturbados como imperador do Brasil devido, principalmente, à falta de apoio das elites econômicas e estrangeiras. Até que, em 1831, após o falecimento de Dom João VI, ele decidiu abdicar do trono brasileiro para assumir o trono de Portugal como Dom Pedro IV.
Naquele momento, o herdeiro do trono brasileiro era Dom Pedro II, que tinha apenas 5 anos de idade. A constituição de 1824 previa que, até o herdeiro atingir a maioridade, o país seria governado por regentes, escolhidos pelo congresso.
Os designados para os cargos foram, majoritariamente, representantes das elites agrárias em oposição aos liberais do federalismo, e isso foi motivo de conflitos em diversas províncias que ficaram conhecidos como Revoltas Regenciais, as principais foram:
O Levante do Malês aconteceu em Salvador, capital da então província da Bahia. O levante foi organizado por negros escravizados e libertos de origem muçulmana que lutavam contra a escravidão e a imposição da religião católica.
Era comum que, na região, fossem usados os escravizados como “negros de ganho”, que vendiam produtos pela região e entregavam metade do que recebiam a seus donos. Com essa possibilidade de andar livremente pela região, o movimento foi iniciado e durou menos de um dia, sendo duramente combatido, causando várias mortes e enviando mais de 500 negros libertos para a África.
Também ocorrida em Salvador, a Sabinada se caracterizou por se originar nas classes médias, altas e militares. O nome surgiu pela liderança do médico Francisco Sabino. Entre as reivindicações estavam maiores salários para militares e o descontentamento com o envio de soldados para os confrontos no Sul do país. As classes mais altas protestavam contra o Governo Regencial e queriam mais participação política.
Os revoltosos conquistaram algumas vitórias e chegaram a proclamar uma república que durou poucos meses. Então, foram duramente reprimidos, e o movimento acabou em muitas mortes, inclusive a do líder, Francisco Sabino.
Aconteceu na então Província do Grão-Pará, quando indígenas, negros e cabanos (população pobre que morava em cabanas) se revoltaram contra o domínio político e o econômico dos grandes fazendeiros e as péssimas condições de vida.
Os revoltosos chegaram a conquistar a capital Belém e a declarar a independência do Pará. Em 1840, foram derrotados pelo governo. Estima-se que, durante o confronto, foram mortas 30 mil pessoas, cerca de 40% da população da província.
A revolta foi iniciada por um confronto das elites locais. Entre elas, os grandes fazendeiros e o comerciante de balaios Manuel Francisco dos Anjos Ferreira. Porém, logo se tornou um movimento de pessoas pobres da região, artesãos, escravos e quilombolas contra a exploração das elites e as arbitrariedades cometidas pelas oligarquias locais. O confronto terminou em 1841 com a dominação dos rebeldes.
A Revolta Farroupilha, também conhecida como Guerra do Farrapos, foi a mais demorada das Revoltas Regenciais e só foi derrotada no Segundo Reinado. Aconteceu na então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul e uniu estancieiros, militares libertários, membros das camadas populares, escravos e abolicionistas que lutavam contra os altos impostos cobrados de produtos do Sul e contra a falta de autonomia política e econômica.
A revolta tomou rumos separatistas e chegou a proclamar a República Rio-Grandense, no Rio Grande do Sul, e a República Juliana, em Santa Catarina. Após diversos confrontos, o conflito foi encerrado com um acordo de paz. Os termos de rendição ficaram conhecidos como Poncho Verde.
Além das revoltas citadas, houve outros conflitos que fizeram parte das Revoltas Regenciais, entre eles: Carneiradas, em Pernambuco, 1834-1835; Federação do Guanais, na Bahia; 1832-1833; Insurreição do Crato, no Ceará, 1832; Mata-Maroto, na Bahia, 1831-1840; Motins em Pernambuco, 1831-1834; Revolta do Ano da Fumaça, em Minas Gerais, 1833; Revolta de Carrancas, em Minas Gerais, 1833; Revolta do Lavradio, em Minas Gerais, 1836; Revolta de Manuel Congo, no Rio de Janeiro, 1838; Rusgas, no Mato Grosso, 1834; Setembrada, no Maranhão, 1831.
Para acabar com a instabilidade política criada no Período Regencial, foi proposta para a Câmara a antecipação da maioridade de Dom Pedro II. A ideia não foi aprovada, mas alguns políticos aplicaram o que ficou conhecido como Golpe da Maioridade. E, com 14 anos, Dom Pedro II assumiu o posto de Imperador do Brasil. Iniciou-se, assim, o período conhecido como Segundo Reinado.
Fonte: Infoescola, Estudavest, Toda Matéria, Stoodi, Brasil Escola.
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