As pessoas estão dependendo mais da internet para obter informações do que antes.
De acordo com a pesquisa Reuters Digital News Report, 87% dos brasileiros utilizam meios de comunicação online, principalmente redes sociais — a exemplo do WhatsApp —, como fonte de informação.
O número é superior aos 67% que se informam pela televisão e, ainda, os 23% que utilizam jornais e revistas.
O problema é que existem pessoas usando mídias sociais e blogs para criar e espalhar fake news (notícias falsas), muitas vezes fabricadas com propósitos políticos.
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Traduzindo para o português, fake news é notícia falsa. O termo é usado para se referir a um fenômeno massivo de informações falsas na internet.
Em geral, informações são fabricadas e montadas com conteúdos falsos para que viralizem nas redes sociais.
A intenção é enganar e induzir os outros a acreditar em falsidades ou duvidar de fatos verificáveis, de acordo com definição da Rede de Jornalismo Ético, adotada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Embora o termo tenha crescido em popularidade com o surgimento das mídias sociais e dos ciclos de notícias 24 horas por dia, a fake news como conceito existe há mais tempo.
Algumas vezes, a informação pode ser baseada na realidade, mas retirada de seu contexto para distorcer os fatos e provocar danos a uma pessoa, grupo social, organização ou país. Outras vezes, são criadas sem intenção de causar problemas, mas acabam tendo consequências.
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O avanço da tecnologia e o crescimento do uso das mídias sociais contribuem para a divulgação de boatos. Na verdade, pesquisas mostram que notícias falsas costumam se espalhar online mais rápido do que notícias reais.
Os usuários regulares de mídia social são os culpados por grande parte dessa disseminação, pois curtem, compartilham e se envolvem com postagens contendo informações incorretas.
Isso acontece porque as pessoas não querem gastar tempo para verificar a exatidão das notícias, e são movidas por emoções como medo, repulsa e surpresa.
As fake news também podem ser espalhadas por meio de robôs, que tentam imitar o comportamento humano. A superexposição da informação acaba dando uma falsa impressão de veracidade.
Essa técnica de repetir fake news já era utilizada por Goebbels, ministro de propaganda da Alemanha nazista, que costuma dizer que “uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”.
As fake news podem causar muitos prejuízos. Boatos podem levar as pessoas a tomarem decisões equivocadas, com base em dados enganosos, colocando em risco a própria vida, a vida de terceiros ou a saúde pública.
O sarampo era uma doença em vias de erradicação global em 2010, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, informações falsas com alegações de que a composição química dos imunizantes seria prejudicial à população fez cair a adesão às campanhas de vacinação.
Como resultado da propagação das fake news, houve um crescimento alarmante dos casos da doença em várias partes do planeta, inclusive no Brasil.
A OMS estima que em 2017 o sarampo provocou 110 mil mortes no mundo.
As redes sociais não são os canais mais confiáveis para se informar. É recomendável obter as informações diretamente de uma autoridade ou especialista no assunto, ou de notícias de um veículo de comunicação tradicional.
E sempre que ler um texto, pergunte:
Verifique também suas informações em uma fonte confiável, como agências de checagem de fatos, para saber se as informações não são boatos.
Evite compartilhar notícias que não podem ser verificadas para evitar a disseminação de fake news.
Fonte: Unesco, Reuters, E-Cycle, TJ-PR.