O Enem já chegou: a primeira prova foi feita no dia 21 de novembro e a segunda é no dia 28 de novembro — focada em ciências da natureza e matemática e suas tenologias. Estudantes do Brasil inteiro participam do Exame Nacional do Ensino Médio, organizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A prova é importante porque, além de ser um ótimo termômetro sobre seu desempenho nas diferentes matérias, também pode ser útil no Sistema de Seleção Unificada (SISU) de universidades públicas, e no Programa Universidade para Todos (Prouni), que oferece bolsas de estudo em algumas universidades particulares.
Por isso, preparamos um roteiro completo com o que você precisa saber. Como se preparar nestes últimos dias? O que priorizar? Como tirar uma boa nota na redação? E o que considerar para quem é treineiro?
Confira tudo sobre o assunto nesta matéria. Aqui só não tem o gabarito da prova!
Neste ano, com a pandemia mais controlada pela vacinação e outros cuidados sanitários, a prova presencial volta a acontecer no período regular. Anote na agenda: o exame será nos dias 21 e 28 de novembro.
Tão importante quanto a data é o horário do portão de acesso. Ele abre às 12h e, se você não quiser virar meme ou matéria de telejornal, é bom estar dentro da sala antes das 13h.
Isso vale para o modo impresso e o modo online, que também será realizado de modo presencial, mas com apoio digital em 99 cidades do País. E os recursos de informática serão disponibilizados pelo governo: deixe seu notebook em casa, ok?
Tal como nas edições anteriores, haverá cinco cadernos de prova: amarelo, azul, branco, rosa e cinza. As questões são as mesmas em todos os cadernos, mas a ordem das perguntas é alterada. Assim, a prova se torna mais segura.
No dia 21 de novembro, os alunos resolverão questões de Ciências Humanas e Suas Tecnologias, bem como de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias. Além disso, este é o dia em que será feita a redação (ela será impressa nas duas modalidades de prova).
No dia 28, é a vez de resolver questões de Matemática, Códigos e Suas Tecnologias e também Ciências da Natureza e Suas Tecnologias.
Cada disciplina tem 45 questões, totalizando 180 perguntas nos dois dias, além da redação. No primeiro domingo, o aluno terá 5 horas e 30 minutos para resolver a prova e, no segundo, 5 horas. E isso inclui preencher o gabarito, então saber administrar o tempo é fundamental.
É importante ficar de olho no que levar: documento oficial com foto original; caneta esferográfica preta; e comprovante de inscrição. E, se você quiser receber a declaração de comparecimento, deve levá-la impressa para ser assinada no local.
E é importante também saber o que não pode ser levado: dispositivos eletrônicos, caneta de material não transparente, óculos escuros, lápis ou lapiseira, livros e anotações, chaves, relógios, qualquer tipo de chapéu ou gorro, e também fone de ouvido.
O Enem pode ser feito por qualquer pessoa. Essa é a ideia da prova, que pretende ser a mais democrática possível. Por isso, na hora da inscrição, você deve ter visto que havia algumas categorias para quem precisa de assistência ou uma logística especial no momento do exame.
Exemplos disso são lactantes, grávidas, pessoas com deficiência, pessoas hospitalizadas, pessoas em privação de liberdade e pessoas que precisam de alguma atenção especial.
Se você estudou para o Enem nos últimos meses, já deve ter encontrado um ritmo de estudo e conhece bem os métodos que funcionam (tem até aplicativos que ajudam!). Mas, para quem vai fazer uma revisão nessa reta final, vale a pena observar alguns cuidados importantes.
Estudar em casa durante a pandemia, com crianças e adultos dividindo o mesmo ambiente, cada qual com suas atividades, pode ser um tanto difícil. Para falar a verdade, sua casa pode estar como uma “Torre de Babel”.
Por isso, é fundamental que você encontre um local seu, que você use especificamente para os estudos. Se possível, ele deve ser em um espaço de pouca circulação, sem barulho e boa iluminação. Assim você conseguirá se concentrar.
Você pode estar pensando que sua primeira prova será de paciência. Realmente, nem sempre estudar é fácil em um ambiente que não esteja adaptado e que demanda a sua atenção para outras tarefas.
Por isso, além de algumas mudanças estruturais (organizar o espaço e também horários de estudo), o diálogo é fundamental. Converse com sua família sobre a importância de estar concentrado nas semanas que antecipam o Enem. Assim, você pode ter mais tranquilidade para estudar.
E, claro, faça sua parte. Especifique horários e seja disciplinado. Essa atenção extra no período que antecede o exame pode alavancar muito sua nota, além de produzir um efeito psicológico bacana por você se sentir mais preparado.
Certo, mas qual a melhor forma de estudar? Uma dica é resolver edições de anos anteriores.
O Enem é uma prova com algumas particularidades. A começar pelo número de questões. Há muito mais perguntas e são sempre contextualizadas. Por isso, resolver exames anteriores é uma boa forma de se ambientar a esse modelo.
Ao “experimentar” provas antigas, você perceberá que algumas perguntas são bastante fáceis. Na prova de matemática, por exemplo, você poderá resolver algumas delas com fórmula de Bhaskara e regra de três, que são conteúdos do Ensino Fundamental (alô, treineiros!). E elas são justamente as que mais valem ponto.
Isso ocorre porque o Enem usa um método chamado Teoria de Resposta ao Item (TRI). Em tese, se você erra uma questão fácil e acerta uma difícil, há boas chances de você ter chutado a questão mais difícil e ter levado sorte. Então, essa forma de avaliação dá mais peso às questões mais acertadas e pune menos quem erra as difíceis.
Fazendo as provas antigas, mesmo sem ter estudado por um longo período ou feito cursinho, você pode ficar craque no “beabá” do exame e tirar uma boa nota.
As orientações acima são o “feijão com arroz” para você chegar preparado na hora da prova. Mas você encontra outras dicas no blog do Mackenzie que também podem ser úteis na hora de estudar.
Pode deixar as questões mais difíceis para o fim, Arnaldo? Pode! A regra é simples: em razão da forma de avaliação da TRI, o fundamental mesmo é não errar aquelas questões que a maior parte das pessoas vai acertar. Elas terão maior nota e é ali que você precisa garantir pontos.
É verdade que acertar aquela questão difícil, que relaciona algoritmos com matrizes, pode dar um pontinho extra importante. Mas lembre-se de que o Enem prioriza a ordem lógica. Por isso, arrasar nas perguntas difíceis e tropeçar nas fáceis é um mau negócio.
Como o Enem é contextualizado, há sempre um panorama por trás de cada questão. E é por isso que, para essa prova, se informar cotidianamente pode ser tão importante quanto conhecer uma informação mais técnica.
Na literatura, por exemplo, não basta conhecer as obras. É fundamental entender qual o panorama político do período. No caso do realismo, identificar como e por que os escritores estavam preocupados com uma crítica social pode levar à resposta certa.
Já no caso de história e geografia, o estudo sobre o imperialismo na história moderna e contemporânea também exige a compreensão de um panorama mais geral. Afinal, o contexto geopolítico é complexo.
Mesmo no caso das ciências da natureza isso ocorrerá. Ao tratar de questões ambientais ou de conhecimento sobre vírus, bactérias e protozoários, por exemplo, a prova pode fazer uma correlação com as queimadas, a falta de saneamento básico ou outro problema que dialogue com o cenário brasileiro.
Interpretação de texto, regra de três, leis de Newton, revolução francesa e questões ambientais são alguns dos conteúdos que sempre caem no Enem. Por isso, vale a pena dar uma atenção extra a elas.
Esse é outro bom motivo para você resolver as provas antigas. O Enem tem mais a ver com o domínio do básico do que com ser muito bom em alguns pontos específicos.
Curiosamente, a redação é o momento mais livre da prova e, ao mesmo tempo, o espaço em que um roteiro é muito bem-vindo. Não se trata de uma fórmula fixa, mas de um esqueleto. As redações nota 1000 têm alguns elementos em comum:
Primeiro parágrafo: nesse parágrafo de introdução, apresente uma frase-tema, exponha o problema, ilustre com casos reais, proponha sua tese de resolução e antecipe os argumentos do desenvolvimento.
Segundo e terceiro parágrafos: são espaços para o desenvolvimento do tema. Inicie ambos com um tópico frasal, que é uma ideia que sintetiza o parágrafo. Cada um deles deve explicitar por que a temática proposta para a redação é um problema e contar com um repertório externo (dados do governo, de livros, notícias etc.) na sustentação do seu argumento.
Quarto parágrafo: na conclusão, você deve enfatizar a importância de resolver os problemas e apresentar uma proposta de solução. É importante que haja uma ação (o quê), um agente responsável (quem), a forma de resolver (como) e a finalidade (por quê).
Ao fazer isso e cuidar com pontos simples, como usar conectivos que auxiliem no sentido da argumentação, você tem tudo para arrasar nos aspectos de avaliação da redação, que valem 200 pontos cada e são os seguintes: domínio da escrita formal em língua portuguesa; compreensão do tema e aplicação das áreas de conhecimento; capacidade de interpretação das informações e organização dos argumentos; domínio dos mecanismos linguísticos de argumentação; e capacidade de conclusão com propostas coerentes que respeitem os direitos humanos.
Compreender isso é interessante porque a média das notas do Enem nesse quesito flutua entre 400 e 600 pontos. Portanto, com algumas dicas simples, sua nota pode disparar para perto dos mil pontos e ser a diferença para a sonhada aprovação.
Fonte: G1, governo federal, CoRedação
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