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A aurora boreal vem sendo observada pelos seres humanos há muito tempo. O primeiro relato conhecido do fenômeno foi registrado em uma tábua de argila da Babilônia a partir de observações feitas pelos astrônomos oficiais do Rei Nabucodonosor II, no século VI a.C.
Ao longo da história, as luzes coloridas encantaram diversos povos, que criaram lendas para explicar a sua ocorrência. Alguns membros da nação esquimó Inuit chamam a aurora de aqsarniit (“jogadores de futebol”) e dizem que os espíritos dos mortos estão jogando com a cabeça de uma morsa.
O fenômeno atrai turistas do mundo inteiro, com a economia de muitas cidades girando em torno dos visitantes que buscam apreciar a beleza das luzes. Confira como funciona e onde, quando e como a aurora boreal pode ser vista.
A aurora polar é um fenômeno astronômico que produz feixes ou cortinas de luz colorida visíveis ocasionalmente no céu noturno dos polos. O evento é mais famoso no Hemisfério Norte, onde é conhecido como aurora boreal ou “luzes do norte”, pois existem mais cidades com infraestrutura para receber os visitantes, mas também acontece na parte sul do planeta, onde recebe o nome de aurora austral.
A aurora polar acontece quando nuvens de gás ejetadas pela atividade solar atingem o campo magnético da Terra, gerando correntes de partículas carregadas. Ao colidir com átomos de oxigênio e nitrogênio na atmosfera superior do planeta (a cerca de 100 km da superfície), essas partículas produzem uma luz deslumbrante.
A intensidade do fenômeno depende da atividade solar e da velocidade de aceleração dessas partículas. As luzes geralmente aparecem em verde, mas ocasionalmente também em roxo, vermelho, rosa, laranja e azul. As cores dependem dos elementos que estão sendo ionizados.
Os fluxos invisíveis de partículas e magnetismo, apesar de belos, podem danificar redes de energia elétrica e satélites operando no espaço. Para tentar prever quando as tecnologias serão afetadas, os cientistas buscam compreender a física da aurora e das tempestades solares.
As auroras podem aparecer em qualquer noite escura, especialmente durante o inverno, quando as noites são mais longas. No entanto, a melhor época para visualização do fenômeno é nas datas próximas aos equinócios, em março e setembro. Nestes momentos, o campo magnético da Terra permite que mais partículas solares interajam com a atmosfera.
Embora as auroras possam acontecer em todo mundo, inclusive perto da linha do Equador, o fenômeno é mais comum em lugares com uma latitude acima de 55° e baixa poluição luminosa. Isso inclui regiões mais próximas do Pólo Norte.
Tromsø, na Noruega, é considerada a capital mundial da aurora boreal. A cidade fica 350 km ao norte do Círculo Polar Ártico. Graças à Corrente do Golfo, o litoral tem temperaturas surpreendentemente moderadas e oferece belas paisagens com fiordes magníficos.
Outros locais populares na Noruega são as ilhas Lofoten e as cidades do extremo norte de Alta, Nordkapp e Kirkenes. Na Europa, o fenômeno normalmente pode ser visto também em cidades da Suécia, Finlândia, Islândia, Groenlândia e até na Escócia.
A aurora boreal pode ser vista no território da Sibéria, que ocupa a maior parte do Norte da Ásia. Apesar do espetáculo proporcionado pelas luzes no céu, poucos locais oferecem infraestrutura para o turista. A região abriga Salekhard, a única cidade do mundo localizada dentro do Círculo Polar Ártico, que conta com um aeroporto que recebe voos domésticos a partir de Moscou.
Na América do Norte, o Canadá se destaca por sua latitude norte e a baixa poluição luminosa, proporcionando uma boa visualização da aurora boreal em diversos pontos, como às margens do Lago Great Slave, Wood Buffalo e Jasper National Park.
O fenômeno também pode ser visto no Alaska, com destaque para a cidade Fairbanks, considerado o melhor lugar dos Estados Unidos para apreciar as luzes. O local conta com aeroporto e um sistema de previsão da aurora.
Fonte: Melhores Destinos, Library of Congress.