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A Guerra de Independência dos Estados Unidos durou mais de uma década, com uma crescente desavença entre a coroa britânica e um grande e influente segmento das colônias norte-americanas. O principal motivo para o conflito foram as tentativas britânicas de afirmar um maior controle sobre os assuntos coloniais.
No entanto, os conceitos de um novo movimento filosófico ajudaram os líderes da Revolução Americana a ter um conjunto de ideais pelo qual lutar. Visto que, até então, os direitos de liberdade de expressão, igualdade, liberdade de imprensa e tolerância religiosa defendidos por expoentes do Iluminismo não eram garantidos para os colonos norte-americanos.
O Iluminismo foi uma corrente filosófica que ganhou força nos séculos XVII e XVIII com ideias que destacavam o exercício da razão crítica em oposição ao dogmatismo religioso ou à fé irrefletida.
O movimento tornou o pensamento científico independente do pensamento religioso e enfatizou a importância da natureza e da ordem natural como fonte de conhecimento. Em oposição às disputas religiosas na Europa, os pensadores iluministas defenderam a tolerância e a liberdade religiosa.
Sua ênfase na liberdade intelectual e nos direitos humanos provocaram um conflito entre os defensores dessas novas ideias, e os políticos e religiosos que estavam no poder na Europa, influenciando outras partes do mundo, inclusive na independência de diversas colônias europeias nas Américas.
Os pensadores iluministas influenciaram na organização do Estado e da economia dos Estados Unidos. Entre as principais ideias adotadas, está a separação de poderes legislativo, executivo e judiciário para equilibrar o controle do governo, defendida por Montesquieu em seu livro O Espírito das Leis.
Jean-Jacques Rousseau argumentava que um governo deveria existir de forma a proteger a sociedade e os cidadãos. Rousseau citou em seu livro O contrato social, que “o homem nasceu livre; e em todos os lugares ele está acorrentado”. Para recuperar a igualdade e a liberdade, o governo e cidadãos deveriam se sujeitar a um acordo.
Os fundadores dos Estados Unidos também se inspiraram nas ideias de John Locke. Para ele, “os indivíduos têm o direito natural de possuir propriedade, e isso nunca pode ser tirado deles sem o próprio consentimento”. Esse conceito da importância da propriedade privada é um dos principais valores dos Estados Unidos.
Já Thomas Hobbes foi importante para inspirar os colonos americanos para aprovar a constituição do novo país. Hobbes defendia que as pessoas devem obedecer a um grupo ou uma pessoa que está no poder, em vez de um estado de natureza. Portanto, a saída de um estado de desordem é estabelecer o contrato social para manter a paz.
A corrente filosófica foi tão difundida nas colônias que poucos americanos permaneceram totalmente intocados por suas ideias. O Iluminismo teve uma importância para unificar os revolucionários que tinham origem em diversas religiões diferentes, o que culminou na noção de “religião civil” nos Estados Unidos.
O movimento foi a raiz de muitas das ideias que provocaram a Independência dos Estados Unidos e deixou marcas na sua constituição em vigência até hoje. Os principais líderes revolucionários eram propagadores de ideias iluministas.
Na Declaração de Independência, Thomas Jefferson escreveu os direitos naturais dos americanos à “vida, liberdade e busca da felicidade”, ideias propagadas por filósofos iluministas.
Benjamin Franklin defendia que a razão, o livre-comércio e um espírito cosmopolita eram as bases para os estados-nação cultivarem relações pacíficas. Franklin foi um ferrenho defensor do federalismo e da liberdade religiosa.
James Madison, considerado como o “pai da constituição”, era defensor da tese de uma grande República com separação de poderes para dar controle e equilíbrio. O diplomata John Adams concordava com as ideias de Madison e acrescentava que o governo deveria ser planejado para restringir os efeitos de tendências apaixonadas.
Fonte: Ient, Descomplica, Internet Encyclopedia of Philosophy (IEP).