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O fenômeno óptico que permite que grandes brilhos sejam avistados em regiões do Polo Norte à noite é denominado Aurora Boreal. Ele acontece devido à interação entre os ventos solares e o campo magnético do planeta.
O processo que dá origem à Aurora Boreal começa no Sol. A estrela emite, além da luz, ventos solares. Estes ventos são carregados de partículas subatômicas cheias de energia, chamadas de plasma. O plasma entra em contato com a atmosfera da Terra que age como escudo contra essas partículas.
Nesse processo o Sol libera uma quantidade enorme de elétrons, principalmente pela sua camada externa, denominada Corona. Assim íons — átomos que ganharam ou perderam elétrons — chegam à Terra e se misturam com as moléculas de oxigênio e de nitrogênio. Os ventos solares viajam a uma velocidade média de 11,2 mil km/h e, apesar da alta velocidade, levam cerca de 5 dias para chegar à Terra. Essa interação dos ventos em alta velocidade com as partículas existentes nos gases da atmosfera emite luzes de cores verde, vermelha e azul, gerando o fenômeno da Aurora Boreal. A cor varia conforme o comprimento de onda produzido pelas partículas envolvidas no processo.
Dependendo da altitude em que o fenômeno ocorre, o oxigênio pode gerar Auroras Boreais verdes ou vermelhas, enquanto o nitrogênio, também a depender da altitude, é responsável por gerar Auroras azuis, púrpuras ou violetas.
A Aurora Boreal pode se manifestar de diferentes formatos, como pontos luminosos, faixas no sentido horizontal ou vertical e até arcos que trocam de forma, mas são sempre alinhadas ao campo magnético da terra. Esses formatos diferentes acontecem devido ao modo como o vento solar é capturado na ionosfera, situada acima da estratosfera, que forma uma espécie de “túnel magnético” interagindo com os gases atmosféricos.
Como o fenômeno é causado pelos ventos solares, que são a emissão de partículas provenientes do Sol, sempre que se vê uma aurora significa que houve uma manifestação de ventos solares. Dependendo da intensidade desses ventos, ocorrem as chamadas tempestades solares, que podem interferir no funcionamento de aparelhos elétricos e de satélites.
Algumas das luzes emanadas em um fenômeno de Aurora Boreal ou Austral estão muito próximas do limite do que os olhos humanos podem enxergar (principalmente as avermelhadas ou violetas). Por isso, lentes de câmeras fotográficas podem capturar melhor o fenômeno do que os olhos humanos. As fotos feitas com maior exposição à luz permitem que mais elétrons e sua luminosidade sejam capturados pelas câmeras.
A Aurora Boreal é um grande atrativo turístico e pode ser vista principalmente no Alasca, no Canadá, na Dinamarca, na Escócia, na Finlândia, na Groenlândia, na Islândia, na Noruega, na Rússia e na Suécia. O lugar de mais fácil visualização, porém, é na Finlândia, na cidade da Lapônia, o que torna o local um grande polo turístico. O fenômeno ocorre principalmente nos meses de setembro, outubro, fevereiro e março.
Assim como a Aurora Boreal, um fenômeno parecido também ocorre no Hemisfério Sul, e é denominado Aurora Austral. Esta, porém, é de visualização bem mais difícil, visto que ocorre muito próxima da Antártida e exige uma proximidade bem maior para ser avistada.
Os primeiros registros de visualização da Aurora Boreal por humanos são de pinturas rupestres atribuídas a Homo sapiens, ligados aos povos Cro-Magnon, há cerca de 3,5 mil anos.
A população indígena Sami, originário do norte da Noruega, da Suécia e da Finlândia, acreditava que a aurora era emanada da alma de ancestrais mortos, as cores simbolizavam a abertura de um portal entre os mundos que deveria ser observada com reverência.
Fonte: Educa mais Brasil, Revista Galileu, Brasil Escola, Toda Matéria.