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Você já parou para pensar para que serve o apêndice humano além de inflamar e ter que ser retirado? Ou o dente do siso? E o cóccix? Apesar dessas estruturas não terem muita função no corpo (pelo menos não a função original), elas dão dicas sobre o nosso passado e algumas delas ainda têm funções anatômicas secundárias. Vamos entender por que isso acontece e como a biologia analisa essas estruturas.
Define-se como órgãos vestigiais, ou estruturas vestigiais, órgãos, tecidos, estruturas e células de um organismo vivo que perderam ou modificaram sua funcionalidade ao longo da história humana. Esses órgãos deixam de exercer a função principal que tinham em uma espécie de ancestral comum. Apesar do nome, muitos órgãos vestigiais não são realmente órgãos, por isso, o nome “estruturas vestigiais” também é utilizado.
Segundo a teoria da seleção natural, os indivíduos com maior capacidade de sobreviverem em meio ao espaço em que se inserem perduram naquele espaço e se reproduzem. Essa vantagem está geralmente associada a alguma característica.
Por exemplo, um animal com pelagem mais robusta pode sobreviver melhor em regiões frias e se reproduzir ali. Mas e se essa comunidade de bichos inventa uma espécie de ar condicionado? A pelagem grossa deixa de ter uma função prática. E é aí onde entram as estruturas vestigiais.
Alguns órgãos ou partes do corpo que eram fundamentais para uma espécie, podem se tornar praticamente obsoletas em outras que adquirem hábitos diferentes.
O estudo da embriologia comparada é uma ferramenta poderosa para entender essas mudanças. Muitos dos animais têm desenvolvimentos bastante similares durante certos estágios da vida embrionária. Os humanos, por exemplo, apresentam caudas até aproximadamente 30 dias do desenvolvimento do embrião.
Existem algumas estruturas que apresentam características da perda da funcionalidade principal nos seres humanos. O maior e mais conhecido exemplo é o apêndice, uma projeção do intestino que não apresenta grandes funções no corpo humano e é retirado em casos de inflamação.
Em mamíferos herbívoros, como os coelhos, o apêndice tem uma grande importância na digestão da celulose, visto que abriga microorganismos capazes de quebrá-la. Essas comparações com espécies correlacionadas permitem supor que os ancestrais de humanos tinham uma dieta muito mais vegetal e, portanto, o apêndice tinha maior importância.
Também ligada à alimentação é a existência dos terceiros molares – os populares dentes do siso. Para os nossos ancestrais com mandíbulas mais proeminentes e com a necessidade de mastigar folhas maiores e mais duras, esse dente tinha funções mais nítidas. Atualmente, com a diminuição da mandíbula, boa parte das pessoas nem chega a ter o siso despontando da gengiva.
Outro conhecido órgão vestigial é o cóccix. Esse prolongamento da coluna vertebral é o indício de uma cauda existente nos ancestrais humanos. Com a evolução, pelos princípios da deriva genética e da seleção natural, as novas espécies perderam essas características. Apesar disso, o cóccix ainda tem funções anatômicas secundárias como ser um dos pontos de fixação de diversos músculos pélvicos.
Os músculos responsáveis pelo arrepiar dos pelos humanos também parecem ser vestígios de estruturas mais úteis para animais mais peludos como chimpanzé. Com esse mecanismo os animais conseguem absorver mais calor e parecer mais ameaçadores para predadores.
Muitos animais e até plantas apresentam estruturas vestigiais. Algumas das mais interessantes para o entendimento do processo evolutivo são de alguns peixes que habitam em cavernas ou de anfíbios, como a cobra-cega, que apesar de não enxergarem ainda têm olhos sem função.
Várias espécies de aves, como as emas, avestruzes e kiwis australianos, apresentam as asas como órgãos vestigiais. À medida que essas espécies foram adquirindo hábitos terrestres, as asas deixaram de servir para voar e agora têm funções secundárias como manter o equilíbrio durante a corrida e atrair parceiros para o acasalamento.
Fonte: Brasil Escola, Infoescola, Só Biologia, Estado de Minas, News Medical, TVi.