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Desde que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, “os olhos” do mundo todo estão voltados para o confronto. Além das tragédias que a guerra impõem aos militares e aos civis na zona de guerra, a população mundial pode sentir as implicações econômicas da batalha.
Mas por qual motivo o que se passa na Rússia influencia tanto o mundo inteiro? Qual é o tamanho real da economia desse país?
Ao contrário do que sua extensão territorial pode indicar, a Rússia tem uma economia modesta, sendo a 12ª colocada no ranking das maiores economias do Fundo Monetário Internacional (FMI). O país tem uma economia muito menor do que a de países com menor extensão territorial e menos população, como a Itália e o Canadá.
Apesar disso, dois dos principais produtos que a Rússia exporta podem afetar a economia global: o petróleo e o gás natural. A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Arábia Saudita. Mais da metade de suas exportações têm a Europa como destino.
Qualquer risco de sanção às exportações do petróleo russo afetam diretamente a oferta mundial da commodity e o preço no mercado internacional. Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, o petróleo Brent ultrapassou a marca de US$ 100 pela primeira vez desde 2014.
Duas semanas após o início do confronto, o valor está flutuando na casa dos US$ 120. Alguns especialistas afirmam que, se o petróleo russo for completamente proibido, o valor do barril pode chegar aos US$ 300.
Os Estados Unidos afirmaram que vão barrar completamente a importação do petróleo russo. O país não deve sofrer com a falta do produto, mas o aumento internacional do preço já fez a gasolina subir 11% na última semana.
A Inglaterra afirmou que deixará de comprar o petróleo dos russos até o fim do ano, porém o país utilizava apenas 8% do petróleo vindo dessa fonte. Outros países da Europa, como a Holanda, importam cerca de 35% do petróleo da Rússia e, por isso, negaram suspender a compra, com medo do que o movimento poderia causar nos preços.
A União Europeia importa cerca de 40% do gás natural da Rússia. Esse combustível é altamente necessário para manter o aquecimento dos lares durante os períodos frios, além de outros usos.
Barrar o uso do gás natural russo causaria um problema nos preços da commodity e na logística de importações. Nenhum outro país tem a proximidade e a capacidade de suprir tamanho volume em pouco tempo. Isso acontece porque a maior parte do gás é distribuído pelo duto Nord Stream, que vai da Rússia até a Alemanha.
O aumento do preço dos combustíveis afeta diretamente todas as economias globais. No Brasil, por exemplo, o aumento do preço da gasolina impacta o preço dos alimentos, visto que combustíveis fósseis são usados em todos os maquinários agrícolas e em caminhões que fazem o transporte desses produtos.
O preço dos combustíveis e da energia afeta também o crescimento e a inflação dos países. Christine Lagarde, presidenta do Banco Central Europeu (BCE), divulgou, em coletiva de imprensa, que a instituição reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro de 4,2% para 3,7%. Ela também alertou que a inflação pode ser maior se a alta de preços contaminar outros setores.
A Rússia também é importante exportadora de alguns produtos naturais, como minério, madeira e commodities agrícolas (milho, trigo e óleo de soja). A dificuldade de exportação ou sanções nesses setores também afetam o preço global desses produtos.
O Brasil tem uma relação que agora se torna problemática: a dependência dos fertilizantes russos — 20% dos adubos utilizados no Brasil vêm da Rússia. Na primeira semana de março, o governo russo suspendeu as exportações de fertilizantes até que houvesse garantias de segurança nas rotas marítimas.
A ministra da agricultura, Tereza Cristina, afirmou, entretanto, que enquanto durar o conflito é impossível importar fertilizantes russos. Isso porque há dificuldade em garantir as rotas e também de manter os pagamentos.
Muitos bancos russos foram suspensos do sistema internacional de transações financeiras, e não há modos alternativos de garantir as transações internacionais para essas instituições.
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Fonte: CNN, IstoÉ Dinheiro, Correio Braziliense, DW, Mundo Educação, BBC, Agrolink, Estadão.