Nascida em 19 de abril, em São Paulo, a escritora Lygia Fagundes Telles (1923-2022) se consagrou como a grande dama da literatura brasileira, sendo imortal na Academia Brasileira de Letras (ABL) e ganhadora de importantes prêmios literários, como Jabuti, Guimarães Rosa, Camões, entre outros. A autora faz parte da terceira geração modernista, época conhecida como pós-modernismo.
Ainda na adolescência, manifestou vocação para a literatura. Formou-se em direito na Universidade de São Paulo (USP) e cursou a Escola Superior de Educação Física da mesma universidade. Trabalhou na Secretaria de Agricultura, atuou como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo e, além disso, foi presidente da Cinemateca.
Lygia Fagundes Telles era filha de um promotor público e viveu parte da infância no interior de São Paulo. Foi morar na capital paulista com a mãe aos 8 anos de idade. Residiu também, por 5 anos, no Rio de Janeiro.
A escritora casou-se em 1945 com o seu professor de Direito Internacional Privado, Goffredo da Silva Telles Júnior (1915-2009), depois de se formar em Direito. Em 1954, nasceu o filho do casal, Goffredo da Silva Telles Neto, que lhe deu duas netas: Margarida e Lúcia. Lygia Fagundes Telles também teve uma bisneta, Marina.
A autora se divorciou de Goffredo da Silva Telles Júnior em 1960, mas manteve o sobrenome Telles. Depois, casou com o crítico de cinema Paulo Emílio Sales Gomes.
Ela morreu aos 98 anos no dia 3 de abril de 2022 em casa, de causas naturais.
Lygia Fagundes Telles dizia ser testemunha do tempo e da sociedade, sempre colocando sua visão política e social nos textos e nas prosas intimistas voltadas para a questão psicológica dos personagens, com “pitadas” de realismo mágico.
Em 1977, Lygia Fagundes Telles entregou ao então ministro da Justiça, junto à comissão de escritores que fazia parte, um abaixo-assinado contra a censura na época da ditadura militar — o Manifesto dos Intelectuais.
Na década de 1980, ela foi eleita para ABL, sendo a terceira mulher a entrar na academia. A autora também pertenceu à Academia Paulista de Letras.
Seu primeiro livro foi publicado em 1938, quando tinha 15 anos, com a ajuda financeira do pai. Porões e Sobrados é o título do livro de contos. Já o primeiro romance da escritora, Ciranda de Pedra, foi publicado em 1954. Aclamada pela crítica, a obra virou novela na TV Globo quase 30 anos depois.
O segundo romance de Lygia Fagundes Telles, Verão no Aquário, foi publicado no ano de 1963 e lhe rendeu o primeiro Prêmio Jabuti, o qual ela ganhou 4 vezes: em 1966, 1974, 1996 e 2001.
A autora também se dedicou ao cinema. Escreveu, em 1967, o roteiro para Capitu — baseado no livro Dom Casmurro, de Machado de Assis, em parceria com o marido, Paulo Emílio Sales Gomes.
O estilo literário da autora se caracterizava por apresentar conflitos existenciais, fluxos de consciência, bem como personagens cheios de dúvidas e incertezas. A fragmentação da narrativa, o foco nas relações humanas e a contextualização sociopolítica também são bastante notórios nas obras dela.
Entre os livros mais importantes de Lygia Fagundes Telles, estão Antes do Baile Verde (1970), As Meninas (1973), Seminário dos Ratos (1977), Filhos Pródigos (1978), A Disciplina do Amor (1980), As Horas Nuas (1989), A Noite Escura e Mais Eu (1995) e Invenção e Memória (2000).
Os anos 1970 marcaram o início da ascensão de carreira de Lygia Fagundes Telles como escritora. Ao longo dessa década, ela publicou algumas de suas obras mais importantes. Contudo, segundo a ABL, a consagração dela foi marcada pelo Prêmio Camões, em 2005, que é o maior troféu da literatura em língua portuguesa.
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Fonte: Brasil Escola Uol, G1, Carta Capital.