Você sabe o que foi a Revolução Constitucionalista?

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A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um levante armado realizado pelo estado e a população de São Paulo em oposição ao Governo Provisório de Getúlio Vargas. Assim, foi o primeiro confronto de oposição ao governo Vargas e o último grande confronto armado do Brasil. Aconteceu em resposta à Revolução de 1930, que acabou com a autonomia dos estados garantido pela Constituição de 1891.

A Revolução Constitucionalista foi o último grande confronto armado do Brasil. (Fonte: WikiCommons)
A Revolução Constitucionalista foi o último grande confronto armado do Brasil. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Origem da Revolução de 1930

Entre 1891 e 1930, o Brasil foi governado pela chamada política café com leite, quando os dois estados mais ricos e mais influentes do país, São Paulo e Minas Gerais, revezavam-se na indicação do presidente da república. 

Com a Revolução de 1930 o candidato vitorioso, Júlio Prestes, foi exilado. Em seu lugar, foi empossado Getúlio Vargas, membro da elite agrária nacional e apoiado por militares e membros da classe média e burguesa urbana.

A frustração dos paulistas com Getúlio agravou-se devido à protelação de uma Assembleia Nacional Constituinte para a criação de uma nova constituição. Em vez disso, Vargas governou por meio de decretos, sem poder legislativo e indicando interventores (em sua maioria tenentes) para cada estado, o que não correspondeu com os interesses das elites locais.

Cartaz de convocação de voluntários. (Fonte: Wikimedia Commons)
Cartaz de convocação de voluntários para a Revolução de 1932. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

O Confronto

O estopim do confronto armado foi a morte de 4 estudantes em 23 de maio de 1932, em uma manifestação contra o governo de Vargas. As iniciais dos sobrenomes dos estudantes viraram um símbolo da revolução: MMDC (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo).

A partir daí, começou uma grande convocação e arregimentação de voluntários na mídia da época (rádio, jornais e cartazes) e, em 9 de julho daquele ano, aconteceram os primeiros ataques.

Informações diferentes apontam que as forças paulistas tinham entre 35 e 60 mil combatentes contra as mais de 100 mil do governo federal. A revolução contou com o apoio da maior parte da população paulista que, com a ajuda de grandes campanhas, doou ouro e dinheiro para a compra de armamentos e comida para as tropas. Setores industriais também pararam a produção para auxiliar na máquina bélica.

Com o início do confronto, esperava-se que as oligarquias de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro se juntassem à luta, mas nenhuma delas o fez e São Paulo logo se viu isolada e cercada pelas tropas federais.

As lutas armadas acabaram em 1º de outubro de 1932 com a rendição dos paulistas. Estima-se que morreram cerca de mil pessoas do estado de São Paulo, apesar de algumas fontes afirmarem que existem mais de 2 mil mortes não contabilizadas nesses dados.

Soldados paulistas na trincheira. (Fonte: Wikimedia Commons)
Soldados paulistas na trincheira durante a Revolução Constitucionalista. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Consequências

Apesar da derrota militar de São Paulo, pode-se dizer que a revolução teve algumas consequências positivas. Em 1933, foi eleito para o governo do estado Armando Sales, um civil. 

A luta pelo movimento constitucionalista ganhou força e, em 1934, foram convocadas eleições para uma assembleia constituinte que promulgou a nova Carta Magna, a constituição mais curta do Brasil, suspensa com o golpe que instituiu o Estado Novo em 1937. O regime ditatorial de Vargas durou até 1945, quando ele foi deposto por militares e antigos aliados.

Para Alexandre Hecker, professor de História Contemporânea da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o termo “revolução” não explica bem o que foi o movimento constituinte, uma vez que foi pensado e encabeçado pelas elites econômicas derrotadas que pretendiam normalizar a legislação e o processo eleitoral para voltar ao poder. Para ele, o movimento era, inclusive, muito conservador.

Hoje, o dia 9 de julho é considerado a data cívica mais importante do estado de São Paulo e é um feriado estadual.

Você sabe o que foi a Revolução Constitucionalista?

Chegou a hora de testar seus conhecimentos sobre a Revolução de 1932!

1. A partir da Constituição de 1891, o Brasil passou a ser governado efetivamente por 2 estados que se revezavam na indicação do presidente. Quais eram esses estados e como ficou conhecida a política dessa época?
a. São Paulo e Rio de Janeiro, política café com leite.
b. São Paulo e Minas Gerais, política café com queijo.
c. São Paulo e Pernambuco, política dos grandes portos.
d. Rio de Janeiro e Pernambuco, política samba e frevo.
e. São Paulo e Minas Gerais, política café com leite.

Correto!

Errado!

2. A revolução de 1930 encerrou o ciclo da política vigente desde 1891. Os revoltosos depuseram o presidente Washington Luís e impediram a posse do presidente eleito e indicado por São Paulo, Júlio Prestes. Em seu lugar quem foi conduzido à presidência e com apoio de quais estados e setores do país?
a. Afonso Pena, apoiado pelos estados do Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo, bem como pelas elites agrárias desses estados.
b. Getúlio Vargas, apoiado pelos estados do Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo, assim como pelas elites agrárias desses estados.
c. João Goulart, apoiado pelos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Pernambuco, bem como pelos militares e pela classe média urbana.
d. Getúlio Vargas, apoiado pelos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba, assim como pelas elites agrárias desses estados, pelos militares e pelas classes médias urbanas.
e. Eurico Gaspar Dutra, apoiado pelos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba, bem como pelas elites agrárias desses estados, pelos militares e pelas classes médias urbanas.

Correto!

Errado!

3. Quais foram as principais reclamações dos paulistas contra o Governo Provisório na ocasião da Revolta Constitucionalista?
a. O protelamento da convocação de uma assembleia constituinte para a elaboração da nova constituição e a intervenção na escolha do Governador.
b. O protelamento da convocação de uma assembleia constituinte para a elaboração da nova constituição e a falta de apoio para a venda externa de café.
c. Toques de recolher que foram impostos pelo Governo Federal e o confisco do ouro.
d. Confisco do ouro para financiamento da Revolução de 1930 e a nomeação de interventores no estado.
e. Confisco de produtos agrários e a nomeação de interventores militares.

Correto!

Errado!

4. Qual fato é considerado o estopim para a Revolução Constitucionalista?
a. A morte de quatro estudantes durante protesto contra o Governo de Júlio Prestes, e as iniciais dos sobrenomes dos estudantes formam a sigla MMDC, que se tornou símbolo da revolução.
b. A deposição do Presidente Washington Luís.
c. A morte de quatro estudantes durante protesto contra o Governo de Getúlio Vargas. As iniciais dos sobrenomes dos estudantes formam a sigla MMDC, que se tornou símbolo da revolução.
d. A morte do presidente eleito e indicado por São Paulo, Júlio Prestes.
e. A morte de quatro estudantes, cujas iniciais dos sobrenomes formam a sigla MMDC, durante protesto contra a ditadura militar.

Correto!

Errado!

5. O confronto armado na Revolução Constitucionalista durou cerca de 6 meses. Quais das alternativas abaixo cita apenas motivos corretos para a rendição dos paulistas?
a. Perda de mais de mil soldados, cerco do Governo Federal e ausência do apoio esperado dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
b. Perda de mais de 10 mil soldados, cerco do Governo Federal e ausência do apoio esperado dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
c. Cerco dos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco, bombardeamento do porto de Santos.
d. Cerco do Governo Federal, perda do ouro entregue pela população e revoltas populares.
e. Intervenção militar, apoio da Alemanha nazista e bombardeamento do Porto de Santos.

Correto!

Errado!

6. Apesar da derrota dos paulistas na Revolução Constitucionalista, por que considera-se que houve ganhos políticos para o estado?
a. A queda do Regime Getulista, que culminou no suicídio dele em 1954.
b. O apoio de outros estados para a compra de café e a recuperação da crise de 1929.
c. As elites agrárias retomaram o direito de indicar o presidente.
d. A luta pela constituição ganhou força e acabou culminando na Constituição de 1988.
e. A luta pela nova constituição ganhou força e, em 1933, uma assembleia constituinte foi convocada; houve também a substituição do interventor militar por um governador civil eleito.

Correto!

Errado!

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Fonte: Brasil Escola, Assembleia Legislativa de São Paulo, Guia do Estudante, Toda Matéria, FGV, Nova Escola.

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