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Vírus são seres vivos? Saiba por que cientistas dizem que não

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O vírus é um organismo microscópico e simples que não tem células. Sua estrutura é basicamente formada por ácido nucleico e proteínas. Por ser acelular e não ter metabolismo próprio, é facilmente adaptável aos ambientes onde entram. 

Portanto, os vírus se reproduzem no interior de uma célula hospedeira, provocando a duplicação do seu material genético e a síntese da proteína. O resultado desse processo é chamado de infecção viral e resulta em doenças que podem ser graves, como é o caso da covid-19 e da Aids, por exemplo.

A maioria dos vírus é muito seletiva quando vai atacar um hospedeiro. Geralmente atacam um ou poucos tipos de células. Embora possam se reproduzir, são classificados como seres não vivos por não terem células. Mas não há uma verdade absoluta que reine entre a comunidade científica. Entenda a polêmica. 

Por que vírus seriam seres vivos?

O vírus da gripe comum pode ser um transtorno na vida das pessoas.  (Fonte: Dragana Gordic/Shutterstock)

Quem defende que os vírus são seres vivos, argumenta que eles desenvolvem atividades consideradas complexas, já que conseguem burlar o sistema imunológico de outros seres, a ponto de provocarem doenças. 

Outro argumento que reforça a tese é o fato de que neles há a presença de material genético como DNA e/ou RNA. Dessa forma, conseguem transmitir suas características aos vírus a que deram origem, mesmo que esse conteúdo tenha origem em hospedeiros.

Os vírus também conseguem evoluir, pois se modificam com o tempo. Esse é um perfil interessante que foi observado, uma vez que os seres vivos que se adaptam conseguem sobreviver.

E por que o vírus não seria vivo?

Por outro lado, alguns pesquisadores defendem que os vírus não podem ser classificados como seres vivos pelo fato de não terem células. A teoria celular defende que todos os seres vivos são formados por células.

Além disso, esse microrganismo não demonstra potencial bioquímico para a produção de energia metabólica. Dessa maneira, não teria capacidade de respirar ou de se alimentar por conta própria, sendo dependente da célula hospedeira.

Por enquanto, a comunidade científica tem reunido argumentos que tendem a balançar para esse lado, ou seja, na hora do vestibular, vale a pena considerar que os vírus são uma criatura biologicamente interessante, mas sem vida. 

Novas descobertas devem aquecer o debate

Bioquímicos pesquisam os vírus, mas não concordam sobre classificá-los como seres vivos ou sem vida.  (Fonte: Maksim Shmeljov/Shutterstock)

Cientistas liderados pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, apresentaram um resultado de pesquisa sobre a descoberta de novos grupos inteiros de vírus (denominados de fagos gigantes) que infectam bactérias. Neles foram identificados genes que codificam partes do mecanismo celular.

Para esses pesquisadores, os fagos gigantes têm um número atípico de componentes do mecanismo de tradução, diferente de um vírus típico. Além disso, o estudo revelou que eles são mais comuns do que se acreditava e que, em determinados casos, conseguem produzir suas próprias proteínas (não precisam ter um hospedeiro para seu metabolismo). 

De acordo com esses especialistas, o que divide a vida da não vida é a existência de ribossomos e a capacidade de traduzir informação genética. Todos os vírus recém-descobertos têm genomas com mais de 200 mil pares de bases, enquanto o tamanho médio dos vírus conhecidos é de 52 mil pares de bases.

Assim, o dilema existencial sobre esse agente infeccioso merece avaliação constante. Por enquanto, considere no vestibular que eles não são vivos. Mas não se assuste se você vir a comunidade científica chegando a outra conclusão em alguns anos. Mais vírus têm sido estudados e levado a uma interpretação sob novos parâmetros do que é vida.

Fonte: Ciência em Ação, Mundo Educação, Ecycle, Brasil Escola.

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