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Você já deve ter ouvido falar que a vida é cíclica — e não seria diferente com as artes: de tempos em tempos, novos movimentos e estilos surgem, resgatando características do passado. Foi assim com a arquitetura neoclássica, que teve seu auge entre o fim do século XVIII e o começo do século XIX, após romper com os padrões do barroco e do rococó, que estavam em alta.
O Neoclassicismo foi um retorno da arte à ordem e à racionalidade da antiguidade clássica. Na arquitetura, teve inspiração nas construções gregas e romanas. Antes desse período, o Barroco trazia uma arquitetura mais extravagante, enquanto o Rococó era muito mais decorativo.
Os primórdios da arquitetura neoclássica surgiram cerca de 100 anos antes de seu apogeu: entre 1640 e 1750, principalmente na Inglaterra, onde caminhava timidamente ao lado do rebuscado estilo Barroco. Daquele período, é possível destacar a Catedral de São Paulo, o Observatório Real de Greenwich e o Royal Hospital Chelsea, todos em Londres.
O estilo neoclássico só foi se tornar predominante na arquitetura por volta de 1780, após superar o Rococó. Na época, a esfera pública via uma alternância de poder: a aristocracia estava perdendo espaço, com os movimentos burgueses tendo cada vez mais voz. O fim das monarquias, os avanços dos movimentos de independência e a valorização do indivíduo marcaram esse período, chamado de Iluminismo.
Os estudiosos da época passaram a se interessar mais por obras antigas, principalmente as gregas e as romanas. Com a redescoberta de Herculano e Pompeia, em 1738 e 1748, respectivamente, a cultura romana “caiu na boca do povo”. As duas cidades italianas soterradas pela erupção do Vesúvio, no ano 79, ajudaram a fortalecer a ideia de uma arquitetura mais clássica – basta lembrar que, até hoje, esse estilo é um dos que mais atraem turistas e estudiosos.
As artes em geral, portanto, passaram a refletir os interesses da burguesia, que, na arquitetura, buscava retornar aos estilos mais clássicos justamente para romper os padrões vigentes. Ao contrário do Renascimento, o Neoclassicismo buscava uma forma de adaptar as características do passado para a modernidade daquele momento.
O Brasil não ficou de fora do movimento neoclássico, com o célebre Marquês de Pombal enviando arquitetos para cá em 1750. Tal como no resto da América Latina, esse estilo teve seu auge a partir de 1808, com a chegada da Família Real e da Corte portuguesa. Em 1816, a chamada Missão Francesa trouxe os ilustres Nicolas-Antoine Taunay (pintor paisagista), Jean Baptiste Debret (pintor e desenhista) e Grandjean de Montigny (arquiteto), que ajudaram a consolidar a arquitetura neoclássica em solo tupiniquim.
A parte mais “nobre” dessa arquitetura ficou restrita à Corte e aos mais endinheirados, já que eram utilizados materiais importados da Europa para as construções. Mesmo assim, a população acabou pegando gosto pelo estilo, dando um jeitinho de adaptar e, com isso, baratear as obras imponentes.
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