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O Romantismo não foi apenas uma escola da literatura, ele influenciou também as artes plásticas, o teatro, a música e a arquitetura. Com surgimento na Europa do século XVIII, o movimento chegou ao Brasil no fim do mesmo século e durou até meados do século XIX.
Surgimento
O primeiro romance a consolidar o movimento literário foi publicado na Alemanha, em 1774. Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Johann Wolfgang von Goethe, exaltava o sentimentalismo romântico, a idealização da mulher amada e o escapismo da realidade.
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No início do século XIX, a Inglaterra também passou a ser influenciada pelo Romantismo, com destaque para as poesias de Lord Byron e para o livro Ivanhoé, de Walter Scott, que serviu de inspiração para muitas obras brasileiras que tiveram a história medieval como tema. Na França, Victor Hugo publicou os clássicos Os Miseráveis, em 1862, e Notre-Dame de Paris (também conhecido como O Corcunda de Notre-Dame), em 1831.
O surgimento da burguesia durante a Idade Média foi um dos principais fatores que influenciaram o Romantismo, assim como a Revolução Francesa no fim do século XVIII e a invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte. No Brasil, a chegada da Família Real em 1808 e a Independência foram fatores históricos que refletiram diretamente na arte da época.
O Romantismo surgiu como oposição ao clássico e negava tudo aquilo que era modelo na Antiguidade Clássica.
Características da escola literária
Naturalmente, o Romantismo se manifestou de diferentes formas ao longo dos anos e nos diferentes países, mas existem características comuns na literatura do período. A arte, que antes era restrita à nobreza, passou a ser mais popular e acessível. No Brasil, isso aconteceu com os folhetins, um tipo de literatura que chegava às outras classes.
As principais características do Romantismo são:
- egocentrismo;
- sentimentalismo;
- escrita pessoal e subjetiva;
- idealização do amor e da mulher;
- temática religiosa e católica;
- nacionalismo;
- tom depressivo;
- versos livres e brancos (sem rimas).
Romantismo no Brasil
O Romantismo teve características próprias em nosso país, com muitas das temáticas das obras europeias sendo adaptadas para a realidade brasileira. Nossa cultura e nosso povo tornaram o movimento algo à parte do que estava sendo produzido na Europa.
Como dito, a independência do Brasil criou um terreno fértil para a popularização do Romantismo, visto que o grito de Independência, em 1822, definiu uma nova mentalidade no povo, que desejava exaltar o nacionalismo e rejeitar tudo que vinha sendo consumido de Portugal.
As mudanças políticas, a necessidade de se criar uma identidade nacional e a busca por liberdade foram combustíveis para que o movimento literário ganhasse força no Brasil. A primeira obra brasileira considerada romântica foi Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, publicada em 1836, na qual o autor afirma que as poesias foram escritas “refletindo sobre a sorte da pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida”.
No Brasil, o Romantismo na literatura durou de 1836 a 1881, sendo que as diferenças temporais e temáticas fazem com que o período seja dividido em três gerações.
Primeira geração: logo após a Independência, o Romantismo surgiu e teve como uma das suas principais características o ufanismo, a exaltação da pátria e o orgulho de ser brasileiro. Assim como na Europa, o cavaleiro medieval era apresentado como herói; aqui, o índio representava o herói ligado à pátria e às riquezas naturais da terra. Os principais autores do período foram Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Manuel de Araújo Porto-Alegre.
Segunda geração: a segunda geração do Romantismo brasileiro, também conhecida como mal do século, foi fortemente influenciada por Lord Byron e apresentava uma forte carga de pessimismo e egocentrismo. Também estavam presentes nas obras dessa fase a desilusão e a busca pela fuga da realidade por meio da morte ou do sonho.
O período é conhecido como Ultrarromantismo, pois apresenta as características mais típicas do movimento em sua forma mais exagerada. Existia uma idealização da mulher, mas que deixava de ser apenas romântica e passava a ser sexual; no entanto, o eu lírico não se sentia digno de tocar a mulher amada. Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire fizeram parte dessa fase.
Terceira geração: também conhecida como geração condoreira ou hugoana, teve forte influência de Victor Hugo e estava mais focada em questões políticas e sociais. Durante a segunda metade do reinado de D. Pedro II, o povo estava questionando tornar o Brasil uma república e promover o abolicionismo. Castro Alves (conhecido como o poeta dos escravos), Tobias Barreto e Sousândrade foram representantes dessa fase.
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