RNA mensageiro: como funciona essa técnica nas vacinas?

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Em meio a uma das maiores crises sanitárias da história, as vacinas são a grande esperança para enfrentar o caos a que o mundo chegou. Entre os imunizantes já autorizados, há três tipos: aqueles que utilizam vírus inativado para gerar uma reação do sistema imunológico, os que se valem de vírus menos nocivos do que o Sars-CoV-2 e os que são feitos à base do chamado RNA mensageiro. Mas o que é essa molécula e como ela funciona?

Para entender melhor o assunto, é preciso lembrar que os seres humanos são compostos de células. No núcleo delas, está a molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA), que armazena toda a informação genética dos organismos. 

O RNA, por sua vez, é produzido no núcleo celular a partir de uma das fitas de uma molécula de DNA, e sua função é produzir proteínas. Essa síntese de proteínas é feita por três tipos de RNAs, que atuam bem alinhados, como um time:

RNA mensageiro (RNAm): transmite uma mensagem genética para os ribossomos, indicando quais são os aminoácidos e qual é a sequência que devem compor as proteínas a serem fabricadas.

RNA transportador (RNAt): entra em cena para transportar os aminoácidos que formarão a nova proteína.

RNA ribossomal (RNAr): organela onde ocorre a síntese de proteínas.

Como o RNAm é usado em vacinas contra a covid-19?

Laboratórios que utilizam o RNAm na produção de vacinas são otimistas sobre o futuro dessa tecnologia. (Fonte: PhotobyTawat)
Laboratórios que utilizam o RNAm na produção de vacinas são otimistas sobre o futuro dessa tecnologia. (Fonte: PhotobyTawat/Reprodução)

A lógica do processo envolvido nesse tipo de vacina é a seguinte: o RNAm usado para a vacina codifica uma proteína chamada spike, que está presente no coronavírus. Quando o corpo identifica-a, entende que precisa se defender e, então, o sistema imunológico é ativado. Assim, já está preparado para o caso de o coronavírus aparecer de verdade. 

A vantagem desse método é que dispensa o cultivo do vírus em laboratório, já que os imunizantes são desenvolvidos com a reprodução de sequências de RNAs. Isso torna o processo padronizado, mais seguro e barato. No entanto, é preciso levar em conta a fragilidade das moléculas do RNAm, pois disso resulta a necessidade do transporte e da armazenagem em temperaturas baixíssimas.

A tecnologia das vacinas por RNAm é nova?

O RNA mensageiro tem sido estudado desde 1990, mas com a pandemia de covid-19 as pesquisas receberam maior atenção e algumas das vantagens em seu uso para vacinas foram amplamente divulgadas.

Pesquisas iniciadas em 1990 chegaram aos resultados esperados em 2019, durante o desenvolvimento da vacina para Covid-19  (Fonte: Edward Jenner/Pexels)
Pesquisas iniciadas em 1990 chegaram aos resultados esperados em 2019, durante o desenvolvimento da vacina contra covid-19. (Fonte: Edward Jenner/Pexels/Reprodução)

O pesquisador Steve Pascolo, da Universidade de Zurique, em entrevista à TV RBI (Rede Brasileira de Informação) informou que o RNAm das vacinas é protegido por uma cápsula vegana e biodegradável, que conserva todas as propriedades das moléculas. Por isso, ele considera essas imunizações mais seguras pois reduzem possíveis reações alérgicas.

Quais são os laboratórios que desenvolveram a vacina com RNAm?

São dois os laboratórios que desenvolveram a vacina para combater o coronavírus utilizando RNA: Pfizer e Moderna. Veja a seguir algumas informações que esses laboratórios divulgaram.

Pfizer

Em parceria com a BioNTech, da Alemanha, o laboratório desenvolveu e testou a vacina à base de RNAm para combater o vírus Sars-CoV-2, com taxa de eficácia de 95%.

Segundo a Pfizer, a tecnologia do RNA mensageiro se mostra muito promissora para eventuais epidemias ou pandemias futuras, pois a mudança de antígeno codificado pode ser muito ágil e segura.

Moderna

Conforme publicação no site desse laboratório, ao usar RNA mensageiro, aproveitam-se os processos biológicos normais (com envolvimento de genes e proteínas) para criar o resultado desejado. Isso abre muito espaço para o tratamento de diversas doenças, muitas delas não tratáveis com terapias tradicionais. Seu parceiro no desenvolvimento da vacina é o National Institutes of Health (USA), e a eficácia demonstrada após testes é de 94,1%.

Fonte: CDC, Pfizer, UOL, Moderna, Brasil Escola, FioCruz.

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