Proclamação da República: entenda como aconteceu

Saiba o que estudar para o vestibular do Mackenzie!

A Proclamação da República aconteceu no dia 15 de Novembro de 1889, decorrente de uma série de insatisfações de diversos grupos sociais, como os militares, grandes fazendeiros e a Igreja com o Império. Entenda melhor essa história.

Capa do Diário Popular com a notícia da Proclamação da República. (Fonte: Wikimedia Commons)
Capa do Diário Popular com a notícia da Proclamação da República. (Fonte: Wikimedia Commons)

Muita gente descontente

Após a Guerra do Paraguai, os militares tinham uma série de reivindicações, como aumentos de salário e maior participação política. O Império não fez nenhum movimento no sentido de aplacar estes descontentamentos. 

Além disso, a cúpula das forças militares foi muito influenciada pelo Positivismo, corrente filosófica fundada por Auguste Comte que defendia o progresso e a ciência e se opunha à tradição.

Os grandes fazendeiros e elites agrárias estavam descontentes pelo modo como foi conduzida a abolição da escravatura. Foram considerados Republicanos de última hora pois só se juntaram ao movimento quando eles estava prestes a acontecer.

A Igreja Católica criticava a constante interferência do Império e do próprio Dom Pedro II nas decisões da sua cúpula. As elites urbanas, compostas por grupos como empresários, profissionais liberais e grandes comerciantes, reivindicavam a possibilidade de participar na vida política.

Um líder receoso

O Marechal Deodoro da Fonseca, então chefe do exército brasileiro, foi convencido por um grupo de militares e civis para proclamar a República. Ele era monarquista e amigo de Dom Pedro II e para que aceitasse liderar o levante lhe foi dito que o objetivo seria derrubar o gabinete do Visconde de Ouro Preto, que atuava como primeiro-ministro.

Retrato do Marechal Deodoro da Fonseca. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Retrato do Marechal Deodoro da Fonseca. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Depois da prisão do Visconde, Floriano foi convencido a assinar um documento extinguindo a monarquia sob o pretexto de que o Imperador nomearia Silveira Martins, antigo desafeto e inimigo político, para o cargo.

Assim, o Marechal Deodoro da Fonseca assumiu o papel de Chefe do Governo Provisório encerrando o Brasil Império, que durara 70 anos. O Imperador Dom Pedro II evitou convocar seus aliados para evitar uma Guerra Civil no Brasil. Com isso, ele a família foram exilados. 

O povo ficou de fora

A Proclamação da República foi uma revolução bastante tímida: não só não houve apoio popular como o povo não estava ciente da mudança de regime. Muitos grupos populares que viam o Imperador com bons olhos tentaram se rebelar, mas qualquer movimento monarquista foi duramente reprimido.

O Marechal Deodoro e seu vice, Marechal Floriano Peixoto, organizaram os símbolos da República, como o Hino Nacional e a Bandeira do Brasil, fortemente influenciados pela filosofia positivista.

Efetivamente a mudança para um movimento republicano alterou pouca coisa no sistema social brasileiro para o povo. A grande mudança esteve no topo da pirâmide social com as oligarquias locais assumindo a máquina pública e podendo fazer parte da política. Além disso extinguiu-se o Poder Moderador e separou-se a Igreja do Estado, permitindo a liberdade de culto.

“Agora vou descansar”, teria dito Dom Pedro II

Há registros históricos de que Dom Pedro II fez pouco para reagir contra o levante que levou ao fim da Monarquia no Brasil. Ao saber da sua deposição, ele teria simplesmente dito: “Se assim é, será minha aposentadoria. Trabalhei demais e estou cansado. Agora vou descansar”.

Entrega da mensagem de deposição a Dom Pedro II. (Fonte: Urias Antonio da Silveira/Wikimedia Commons/Reprodução)
Entrega da mensagem de deposição a Dom Pedro II. (Fonte: Urias Antonio da Silveira/Wikimedia Commons/Reprodução)

A Imperatriz Teresa Cristina faleceu três semanas após a chegada a cidade do Porto. Depois disso, Dom Pedro II se estabeleceu na França e viveu seus últimos dois anos em um hotel, ajudado financeiramente pelo seu amigo Conde de Alves Machado.

Suas últimas palavras teriam sido: “Deus que me conceda esses últimos desejos — paz e prosperidade para o Brasil”. Seu corpo foi enterrado, a seu pedido, com um pacote que continha terra de todas as províncias do Brasil. Décadas após sua morte, seus restos mortais foram trazidos ao Brasil e se encontram no Mausoléu Imperial, dentro da Catedral de Petrópolis.

Fonte: Toda Matéria, Info Escola, Mundo Educação, Brasil Escola, FGV, Folha de São Paulo, História do Mundo.

Confira mais dicas para se dar bem no vestibular!

Este conteúdo foi útil para você?

54574cookie-checkProclamação da República: entenda como aconteceu