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Em seu início, a pandemia da covid-19 atingiu o mundo sem distinção. Países do norte e do sul foram rapidamente infectados pelo vírus Sars-CoV-2, que já matou milhões de pessoas. A grande solução desse problema tem sido a vacina. Mas o que fazer com a desigualdade no acesso global aos imunizantes?
Antevendo esse tipo de problema, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou no início de 2020 uma iniciativa chamada Covax. Para entender mais sobre ela, se deu certo ou não e como o Brasil tem-se comportado diante desse esforço multilateral, fique ligado: preparamos um roteiro com tudo o que você precisa saber sobre o tema.
O Covax é um consórcio de vacinas em que, com o apoio da OMS, países em desenvolvimento poderiam contar com um fundo e comprar grandes lotes de vacina diretamente das farmacêuticas produtoras. Isso ocorreu ainda durante as fases de testes. O objetivo era tentar remediar a lei de simples oferta e procura, já que a possibilidade de pagar por elas é bastante diferente.
Diante de uma corrida contra o tempo na fabricação de imunizantes, nações ricas têm comprado doses suficientes para vacinar diversas vezes sua população. É verdade que o Reino Unido fez doações ao Covax para que o fundo comprasse doses para países pobres. Mas é verdade também que o país já estuda vacinar a população com a terceira dose, ao passo que muitas nações mal começaram suas campanhas, ou seja, apesar do Covax, a desigualdade no acesso à vacina permanece.
Existe um fundo humanitário nesse tipo de amparo. Afinal, não deixar pessoas convalescerem de uma virose para a qual não haja qualquer tipo de tratamento medicamentoso eficaz, preventivo ou responsivo, é algo que desperta a solidariedade mais elementar.
Mas existe também um interesse objetivo das nações mais ricas (ou ao menos deveria existir). Por mais que elas vacinem várias vezes suas próprias populações, o que tem ocorrido, o Sars-CoV-2 continuará a criar variantes enquanto circular. E, a qualquer momento, pode surgir uma mutação para a qual as vacinas produzidas não surtem efeito. Nesse caso, de nada adianta proteger exclusivamente seus habitantes.
O governo brasileiro inicialmente não desejava fazer parte do Covax, mas logo acabou aderindo à cota mínima: encomendou 42 milhões de doses (suficientes para imunizar 21 milhões de pessoas — 10% da população nacional).
Os acordos do Covax estão com dificuldade de serem mantidos. Apesar deste contrato inicial, os países ricos continuam tendo prioridade na produção, já que pagam um valor maior por elas. Até o mês de maio, das 42 milhões de doses adquiridas pela iniciativa, o Brasil só havia recebido cerca de 5 milhões delas.
Assim, com um gargalo na produção e uma altíssima demanda por parte dos países ricos, mesmo se o Governo Federal tivesse encomendado o máximo de doses possível, nada garantiria que a população já tivesse sido imunizada, como já ocorre em Israel e Estados Unidos, onde a vacinação já atinge adolescentes sem comorbidades.
Por isso, tão preocupante quanto a falta de governança nacional sobre a imunização, é a falta de controle dos órgãos multilaterais sobre a pandemia. No momento em que mais se precisou de um pacto internacional pela vida, a OMS mostrou que a queda de braço com as grandes farmacêuticas e o poder financeiro é extremamente difícil.
Fonte: Saúde Abril, BBC, G1, Carta Capital, CNN.