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Fazer um curso superior não é apenas se formar e estar preparado para o mercado de trabalho. Uma etapa importante da graduação se refere à formação do pensamento científico e dos métodos que se usa para conhecer e intervir na realidade. Nesse contexto que entra a importância dos métodos indutivo e dedutivo.
Hoje, é dia de falar sobre o modo dedutivo de produzir conhecimento. Confira como ele funciona e as características do saber construído por meio dele.
O que é o método dedutivo?
O método dedutivo é aquele pelo qual o cientista observa a realidade e procura interpretá-la por meio de categorias teóricas preexistentes. Assim, aquilo que o pesquisador encontra no campo de estudo auxilia na revisão ou na confirmação do que já se sabe sobre o mundo.
Por exemplo: um biólogo vai para uma floresta estudar novas espécies e encontra lá um animal nunca visto. Esse bicho tem seis patas e antenas. Então, agindo de modo dedutivo, o biólogo pressupõe que se trata de um inseto.
Nessa orientação, o especialista só vai renunciar as categorias anteriores se o objeto de estudo não couber nelas. Se ele encontrar um animal de dez pernas, ele entenderá que não se trata de um inseto nem de um aracnídeo; então, precisará encontrar formas de repensar o que já sabe diante do que acaba de descobrir.
Um caso clássico sobre o método dedutivo ocorreu com Einstein, quando elaborou a Teoria da Relatividade. Ele partiu de cálculos matemáticos em vez de ir a campo e confiar nos sentidos (os físicos à sua época confiavam apenas no que podiam ver, sentir e ouvir). Ao raciocinar a partir das categorias matemáticas das quais dispunha, ele foi capaz de criar uma teoria que revolucionou o modo como o mundo é interpretado pela humanidade.
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Qual é a diferença entre os métodos dedutivo e indutivo?
No modo dedutivo, o pesquisador age de forma a categorizar o mundo em características já existentes. Já no método indutivo, ele se preocupa em conhecer a realidade pelo que ela demonstra ser no ato da descoberta, ou seja, em vez de partir do que a mente conhece, ele parte do que os sentidos revelam.
Outro exemplo: um geógrafo vai a campo e descobre um lago de água salgada em vez de água doce. Sob o método dedutivo, ele partiria do que já se sabe sobre lagos salgados, e a explicação para isso poderia ser que essas formações ocorrem porque são construídas sobre salinas. Então, o cientista vai confirmar ou não essa hipótese. A vantagem dessa abordagem é que o pesquisador direciona seu raciocínio para aquilo que já se mostrou ser válido em outras situações diferentes.
Já ao adotar o modo indutivo, em vez de partir do que já se sabe sobre o assunto, ele estuda o fenômeno em si e sem usar conhecimentos prévios. Nesse caso, o pesquisador pode descobrir que o lago salgado não se forma por conta de salinas, mas porque ele era formado pela água do mar até algum tempo atrás.
A vantagem do raciocínio indutivo é que não se fica preso ao que já se conhece. A ideia é conhecer aquilo que ainda não se sabe. Se a conclusão do cientista for de que se trata mesmo de salinas, tudo bem. Porém, é possível encontrar novas respostas para a compreensão do mundo e abrir um “leque” de explicações para a realidade.
Gostou de aprender mais sobre como fazer ciência? Se isso agradou você, considere a carreira de pesquisador. Ao fazer um mestrado e um doutorado, você estará pronto para o mundo acadêmico.
Fonte: Toda Matéria.