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Não há um dia em que a história humana não se movimente. E, em poucos dias ou meses, pode-se produzir mais transformações do que em longas décadas. Esse é o caso da pandemia da covid-19, que rapidamente fez o mundo virar de “pernas para o ar”.
Cerca de um ano depois de o vírus chegar ao Brasil, o país já assiste a uma série de mudanças que vieram para ficar. Muitas empresas já adiantaram que adotarão o home office de forma definitiva, assim como escolas devem apostar no ensino híbrido como prática permanente.
Mas como os livros de História apresentarão essa questão? Em meio a tantas mudanças, é difícil sistematizar os acontecimentos e entender qual narrativa será contada sobre os dias que vivemos hoje.
Para abordar mais questões a esse respeito, o blog do Mackenzie conversou com o Prof. Dr. Sérgio Ribeiro Santos, coordenador da Licenciatura em História ofertada pela Universidade.
É difícil fazer uma previsão, por diversas razões. Uma delas é que os editais que demandam livros didáticos costumam receber um direcionamento do governo. Por isso, depende do contexto em que o livro será editado e do rumo político do período.
Mas alguns elementos podem ser adiantados por meio da história das epidemias. Esse campo reúne uma série de conhecimentos importantes sobre o passado que ilustra o período atual, como o comportamento humano diante das doenças e de seus efeitos.
Há diferentes posições sobre isso na tradição historiográfica. Um campo defende que, quanto mais distanciamento cronológico, melhor. Outras correntes, no entanto, afirmam que isso não é decisivo para a análise do historiador e que se pode, sim, fazer análises de objetos contemporâneos.
O importante a ressaltar é que, seja qual for a perspectiva, o profissional deve adotar fontes teóricas e bases epistemológicas. É isso que garante ao cientista social poder fazer análises com qualidade e rigor, seja do tempo presente, seja do passado.
Eu acredito que os livros de História continuarão, sim, a ser relevantes. Penso isso porque há muita informação disponível, de diversas formas, e todas elas são importantes. Mas os livros são pensados de forma a sistematizar essas informações e criar análises didáticas.
O que ocorrerá é uma complementaridade, e não exclusão. Alguns livros permanecerão em mídia física, outros em digital. É o mesmo processo que ocorre com os demais livros existentes.
A história não despreza nenhum tipo de fonte. Atualmente, temos muitas opções imagéticas, assim como textos. Todas as fontes podem ser úteis para recuperar um período histórico.
Como cada tipo de fonte tem suas próprias particularidades e auxilia de forma diferente na construção de narrativas, os historiadores têm-se especializado em algumas delas.
O que pode acontecer são trabalhos diferentes sobre um mesmo objeto por meio de fontes variadas. Uma rede social é diferente de um texto científico, que é diferente do jornal, que é diferente das fontes oficiais etc. Cada uma auxilia ao seu modo.
É verdade, jornalistas e escritores podem escrever sobre fatos passados e alguns o fazem com extrema competência. A diferença está na linguagem e no propósito da comunicação.
O historiador profissional não se preocupará apenas com uma boa narrativa para a reconstituição de uma memória, mas também com um referencial epistemológico e ferramental historiográfico adequado. Ter apenas documentos em mãos e relacioná-los ou descrevê-los não é garantia de um trabalho historiográfico.
É por isso que, no curso de História, aprende-se uma série de técnicas e instrumentos de análise: o que os documentos falam? Como falam? Como deixam de falar? Como qualquer ciência, têm-se técnicas específicas. Essa é a particularidade do trabalho historiográfico.
Fonte: Youtube AI.