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A Independência do Brasil está marcada pela referência a diversos símbolos eternizados na pintura O Grito do Ipiranga, com Dom Pedro levantando sua espada em frente a uma grande e pomposa guarda imperial uniformizada e montada a cavalo. Mas a realidade foi bem diferente.
Mais do que um movimento protagonizado por Dom Pedro, a Independência foi fruto de uma complexa conjuntura política que envolveu as elites agrárias e intelectuais ligadas à maçonaria, revoltas populares e um grande acordo financeiro. Conheça algumas curiosidades que contam essa história para além do imaginário popular.
1. O “Dia do Fico” foi um prelúdio da Independência
Durante o período da regência de Dom João VI (1808 a 1821), o Brasil deixou de ser colônia e passou a ser integrante do Reino Unido de Portugal e Algarves. Dom João havia fugido da invasão francesa, que chegou a dizimar um sexto da população de Portugal, e instalou a Corte no Brasil.
Quando Napoleão Bonaparte foi derrotado em 1815, houve uma grande convulsão social em Portugal, vários protestos e revoltas. Lá, políticos maquinavam acordos com Espanha, França ou Inglaterra.
Assim, em 1821 Dom João VI volta a Portugal para reorganizar o Reino, e um dos principais interesses da nobreza era a volta da Corte a Portugal e a recondução do Brasil à condição de Colônia.
Dom Pedro, então regente do Brasil foi convocado a retornar a Portugal, mas, foi influenciado por intelectuais, elites e movimentos populares a continuar no Brasil. A decisão final veio em 9 de janeiro de 1822, que ficou conhecido como “O Dia do Fico” e foi um prelúdio da independência.
2. A Independência foi assinada por Leopoldina da Áustria
Em agosto de 1822, Dom Pedro havia partido para São Paulo para resolver conflitos políticos e nomeou sua esposa, Leopoldina da Áustria, como Chefe de Estado e Princesa Regente interina do Brasil.
Enquanto estava em São Paulo, mais um ultimato chegou de Portugal ordenando o retorno do Príncipe Regente. Leopoldina então reuniu o Conselho do Estado do Rio de Janeiro e assinou um decreto separando o Brasil oficialmente de Portugal, em 2 de setembro de 1822.
3. Dom Pedro estava às margens do Ipiranga por sua disenteria
Em 5 de setembro, ainda sem ter recebido notícia da separação, Dom Pedro e a comitiva iniciam a viagem de retorno ao Rio de Janeiro. Durante a viagem ele sofria com uma forte disenteria que obrigava a comitiva a fazer diversas paradas não programadas, e se manter perto do rio Ipiranga. No dia 7, a notícia chega e então Dom Pedro dá o famoso “grito da independência”.
4. O quadro que popularizou o grito do Ipiranga é uma imagem idealizada
O quadro que popularizou a cena do Grito do Ipiranga foi pintado em 1888 por Pedro Américo. A pintura tomou diversas liberdades artísticas para fortalecer a imagem do Império. No quadro, Dom Pedro aparece cercado pela guarda imperial, com seus uniformes brancos e vermelhos, mas ela ainda não existia na época.
Todos estão montados a cavalo, mas os animais usados para fazer o trajeto eram mulas. As palavras “independência ou morte” foram ditas no final da seguinte frase “Viva a Independência e a separação do Brasil! Brasileiros a nossa divisa de hoje em diante será Independência ou morte”. É bastante provável que Dom Pedro não tenha discursado com a espada em mãos.
5. Brasil pagou 2 milhões de libras esterlinas pela independência
Portugal só reconheceu a Independência do Brasil em 1825, e para isso exigiu uma indenização de 2 milhões de libras esterlinas. O país estava sem nada nos cofres que haviam voltado com a corte para Portugal e, por isso, fez um empréstimo da Inglaterra. Esse foi o início da dívida externa do Brasil.
Fonte: Brasil Escola, Folha, Bol, Mega Curioso