As palavras “publicitário” e “agência” quase sempre estão na mesma frase. Mas, não necessariamente. Com a evolução dos modelos de comunicação e marketing, a classe de publicitários viu surgirem tanto novos postos de trabalho quanto novas demandas, indo muito além do tradicional “publicitário de agência”, que segue ainda sendo a principal estrada.
Entretanto, no setor de marketing as coisas estão mudando. “Ué? Mas, marketing e publicidade não são a mesma coisa?” É comum ouvir essa pergunta, e temos a resposta.
A publicidade faz parte do marketing; está dentro dele como uma de suas áreas de atuação.
O marketing envolve toda a parte estratégica de uma marca, empresa, ou organização (análise de mercado, empresa, contexto externo, definição de público-alvo, preço, distribuição, comunicação, retorno financeiro, criação e divulgação). O marketing avalia as questões estratégicas a partir de um plano sobre o futuro da empresa, a comunicação é a área que analisa os diversos públicos e como falar com cada um deles. A publicidade entra como uma importante ferramenta para operacionalizar este contato com alguns dos públicos de interesse da empresa/organização. Por isso, a publicidade está dentro da “comunicação” e muitos publicitários (e até administradores) acabam atuando no marketing.
Onde o publicitário trabalha no marketing?
Na maioria dos casos, o publicitário atua em agências e nos departamentos de marketing de diversos tipos de empresas que contratam o serviço das agências de comunicação e precisam de um profissional que faça essa conexão.
No entanto, também podem atuar em pesquisas sobre marcas produtos e serviços para colher opiniões, preferências e comportamento dos clientes e/ou futuros clientes das empresas. Considere que na área de marketing as oportunidades costumam aparecer em maior quantidade, visto que toda empresa deve ter um departamento voltado a essa especificidade.
O que mais o publicitário pode saber?
Com a evolução da tecnologia, tanto o consumidor quanto o mercado demandam novos atributos dentro das agências e das empresas que contam com setores de marketing. O jogo está mudando, e algumas áreas e cargos não existiam há pouco tempo na propaganda. Veja novas oportunidades que surgiram no setor.
1) Business Intelligence
O Business Intelligence, o apenas “BI”, passou a ser essencial para apoiar a coleta de dados sobre o público-alvo e mensurar as ações de comunicação. Na Era Digital e, por que não, a Era dos Dados, o diferencial de uma empresa pode estar em como usar as informações obtidas dos clientes ou possíveis clientes com rapidez e assertividade para prever e antecipar tendências, tomando decisões que possam melhorar os seus resultados.
Isso significa que esse profissional busca, dados estatísticos, métodos e modelos para extrair e analisar informações visando tirar as melhores conclusões possíveis. De modo geral, o BI trabalha diretamente com decisões estratégicas, fornecendo insights e participando ativamente de discussões e reuniões de produto.
2) Inovação e prototipação
O departamento de desenvolvimento sempre existiu, mas recentemente ganhou funções novas. Se antes os maiores avanços diziam respeito a trabalhar com a criação de softwares, agora as bancadas de trabalho se ocupam com a fabricação de protótipos usando eletrônica, robótica e impressoras 3D. A ideia é prototipar ideias, testar e viabilizar com total agilidade. A meta é errar mais rápido — e corrigir os erros mais rápido ainda.
3) Community Manager
O Community Manager, ou apenas “CM”, gerencia, planeja e acompanha todas as execuções e os resultados do trabalho em mídias sociais. E não estamos falando só de Facebook, Instagram, Twitter e YouTube. Também estão incluídas nisso plataformas de comunicação interna, que vêm ganhando força nos mercados de escolas, games, academias etc. Esse profissional tem como atribuições criar conteúdo, gerar conversas e estreitar o vínculo no meio digital trabalhando com brand e personas pré-estabelecidas. Além disso, pode trabalhar analisando a marca e seus concorrentes, acompanhando os resultados no dia a dia.
4) User Experience Design
O setor de User Experience, ou só “UX”, é o responsável por levantar as necessidades do usuário de acordo com a sua própria experiência com o produto e direcionar as demandas para o desenvolvimento ou a melhoria de projetos. Além de aprimorar produtos existentes, pode trabalhar usando esses dados coletados para a criação de novos serviços e produtos mais eficazes e eficientes do que seriam sem eles.
5) Social CRM e Listening
Com as redes sociais operando em real time os consumidores passaram a ter mais ferramentas para elogiar, ou discordar e reclamar de produtos e serviços que experimentou. Neste contexto, as empresas tiveram de buscar novas formas de entender os dados e as manifestações dos consumidores para atenderem suas demandas de forma rápida, evitando os desdobramentos destas manifestações em possíveis crises de imagem. Desta forma, desenvolveu-se o chamado SAC 2.0, em que as empresas e as marcas filtram as informações para melhorarem seus serviços e produtos. Surgiu assim, o conceito de CRM social.
O termo tem origem no social + o conceito de CRM (Customer Relationship Management em inglês), que pode ser traduzido para o português como Gestão do Relacionamento com o Cliente. É uma área focada na experiência one-to-one.
6) Real time content
Cada vez mais clientes, funcionários, fornecedores e outros públicos passam mais tempo conectados nos mais diferentes dispositivos. Para atrair a atenção e mantê-la sobre um produto, serviço ou marca as instituições passaram a desenvolver conteúdos exclusivos para suas plataformas e redes sociais. Por isso, as equipes de marketing tiveram de se reorganizar trazendo um novo perfil profissional, que produz conteúdo com alto poder de engajamento, utilizando as redes sociais, como o Stories do Instagram.
O time monitora memes, GIFs e tendências para responder com rapidez as manifestações feitas nas redes sociais e em outras plataformas digitais em que as empresas estão.
E aí, se identificou com alguma dessas posições? A publicidade mudou e vai continuar mudando. É importante acompanhar as tendências e estar disponível para elas.
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