Um profissional graduado no curso superior de Farmácia conta com variadas oportunidades de trabalho em um mercado aquecido — já que a ciência vem elevando a expectativa de vida dos brasileiros idosos e novos medicamentos têm movimentado as farmácias.
De acordo com as estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população brasileira manteve a tendência de envelhecimento dos últimos anos e ganhou 4,8 milhões de idosos desde 2012, superando a marca dos 30,2 milhões no ano de 2017.
Um maior número de idosos significa crescimento no consumo de medicamentos, já que doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, tendem a surgir com o avançar da idade. As farmácias são os principais canais de distribuição desses medicamentos, e não há crise capaz de frear o crescimento do varejo farmacêutico; trata-se de demanda natural.
É dentro das farmácias que está o maior (e gigante) mercado que demanda força de trabalho, abrindo vagas para farmacêuticos. De acordo com a Lei nº 13.021/14, de 2014, a legislação mudou o conceito de farmácia no Brasil. Sendo assim, farmácias e drogarias deixam de ser meros estabelecimentos comerciais para se transformarem em unidades de prestação de assistência farmacêutica, à saúde e orientação sanitária individual e coletiva, além de eliminar o termo drogaria
A lei obriga a presença permanente do farmacêutico nas farmácias de qualquer natureza, reafirmando o que já determinava a Lei nº 5.991/73. Com um porém: a partir dela, apenas o profissional farmacêutico pode exercer em estabelecimentos essa responsabilidade técnica.
Há farmácias não só em ruas e centros comerciais, mas também em hospitais, clínicas e postos de saúde. Lá o farmacêutico é responsável pela gestão do estabelecimento e dos medicamentos, pelo gerenciamento de estoque — principalmente das substâncias controladas por lei — e pelo armazenamento adequado. Em órgãos públicos, o profissional ainda visita as indústrias e os comércios para fiscalizar o cumprimento de normas sanitárias e técnicas.
Diante desse cenário, as farmácias convencionais, de manipulação e redes de drogarias são grandes empregadoras de farmacêuticos e, por isso, é natural vê-las como o seu principal mercado de trabalho. Entretanto, há muitas outras possibilidades de atuação.
Após 4 ou 5 anos de curso — em salas de aula e laboratórios de estudos químicos, biológicos e clínicos —, aprendendo sobre o corpo humano e o funcionamento e a composição dos sistemas nervoso, circulatório, respiratório, urinário, entre outros aspectos da saúde — como a transmissão de doenças e os tratamentos indicados —, é hora de trabalhar no seu setor.
Além das tradicionais farmácias (em quehá muito trabalho a se fazer), um profissional farmacêutico pode encontrar oportunidades em indústrias farmacêuticas (fabricantes de medicamentos e itens de uso médico), nas indústrias de alimentos, de cosméticos e também de higiene. O papel do profissional de farmácia, nessas áreas afins, é trabalhar na área de pesquisa e desenvolvimento,orientar os processos de fabricação, realizar testes, controlar a qualidade de componentes e realizar exames toxicológicos de vários tipos para garantir a saúde do consumidor desses produtos.
A indústria farmacêutica — aquela responsável pela produção de medicamentos e produtos de saúde em geral — é a maior e mais consistente indústria que oferece vagas de trabalho ao profissional do setor. Considerada imune a crises econômicas, pois a demanda de medicamentos não tende a diminuir, tem crescimento acima da média nacional das indústrias.
Nela, o farmacêutico trabalha com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, testando princípios ativos e tornando-se responsável pelo que é produzido. O mesmo acontece com a indústria de cosméticos. Certamente, se você olhar atrás dos seus cremes, xampus e outros apetrechos de beleza, haverá um “farmacêutico responsável” por eles.
Na categoria “não medicamentos”, estão incluídos itens de higiene pessoal, cosméticos, perfumaria, absorventes íntimos, adoçantes, tinturas de cabelo, preservativos e protetores solares, entre outros, o que mostra a demanda por gerir produtos diferenciados.
No que diz respeito à indústria alimentícia, o trabalho é focado na qualidade dos alimentos produzidos para consumo humano e propor tecnologias que visam aumentar o tempo de vida do alimento, ou melhorar as suas características organolépticas (sabor, odor, etc.). Sua função é avaliar os ingredientes e a matéria-prima, checar alterações na composição do produto final e proteger a saúde pública.
O site do Conselho Federal de Farmácia lista as áreas de atuação para o profissional farmacêutico. Nota-se que é um campo de trabalho consideravelmente amplo; veja abaixo alguns exemplos:
Se você viu na lista outras palavras que o deixaram curioso, saiba que há ainda mais áreas para se trabalhar como farmacêutico; por exemplo, laboratórios de análises clínicas e ambientais. E anime-se, pois o farmacêutico também pode abrir seu próprio laboratório ou atuar realizando análises toxicológicas, exames antidoping e até exames de DNA.
Além disso, existe todo um universo forense em que o farmacêutico trabalha em laboratórios, mas como perito criminal. Nesse caso, ele analisa o sangue de pessoas envolvidas em crimes ou a composição de drogas encontradas nelas, verifica falsificação de medicamentos e investiga contaminações químicas de outras origens em vítimas, alimentos e animais.
Você, estudante de Farmácia, tem como primeiro desafio compreender a dimensão da sua profissão e descobrir que a sua função também é estratégica e engloba questões químicas, biológicas, clínicas, sociais e culturais de suma importância.
É fato que os medicamentos interferem na vida das pessoas e o papel do farmacêutico será sempre prezar para que essa interferência seja a mais saudável e confortável possível, evitando — ainda no processo de produção, análise e orientação de uso — os eventos adversos.
Você estará sempre em contato com outras pessoas, como pacientes e seus familiares, fornecedores, gestores de laboratórios, enfermeiros e médicos. Portanto, desenvolver boas habilidades de comunicação é algo fundamental; você será, em boa parte dos casos, uma ponte entre mundos muito distantes e com demandas e urgências bem diferentes.
O profissional Farmacêutico precisa saber falar bem, ser claro e objetivo e ter poder de argumentação e persuasão. Há informações e orientações que não podem ser mal compreendidas por pacientes, tampouco circundadas de dúvidas quando lidas em receitas, além de liderar equipes de trabalho em diversos tipos de ambientes
Para que isso flua bem, é preciso saber ajustar o discurso de acordo com o público-alvo: pessoas idosas merecem uma atenção especial quando buscam atendimento farmacêutico; jovens às vezes se mostram agitados e sem atenção; pais e mães podem estar aflitos; em uma reunião de negócios a apresentação de relatórios de gestão sucinta e objetiva é fundamental.
Por fim, vale lembrar que desenvolver a habilidade escrita também é fundamental, pois pode ser necessário elaborar laudos, escrever comunicados e artigos.
Gostou desse conteúdo? Conheça mais sobre o curso de Farmácia.