O cigarro eletrônico é considerado, por muitas pessoas, mais inofensivo do que o cigarro de tabaco. Com a sua popularização, ele tem trazido de volta a sensação de “glamour” que o costume de fumar tinha ao longo do século 20, mas que foi diminuindo gradativamente ao longo das três últimas décadas, quando pesquisas comprovaram os danos do cigarro ao organismo.
Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) emitem vapor e não fumaça, como o cigarro comum. Além disso, algumas versões não possuem nicotina, substância conhecida por causar dependência e vários outros problemas de saúde.
Mas se ele não emite a fumaça tóxica do tabaco e nem sempre tem nicotina, por que é proibido em mais de 30 países? Entenda a polêmica e como ela pode cair no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
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O que são cigarros eletrônicos?
Os cigarros eletrônicos têm sua base composta por água, glicerina vegetal, propileno glicol e, em alguns casos, nicotina. Quando esse composto é aquecido no interior do cigarro, gera um vapor, que é inalado.
E, aqui, há vários problemas. Um deles tem a ver com o fato desse produto ser ainda recente (a comercialização começou em meados dos anos 2000) e ainda não existirem estudos de longo prazo atestando sua segurança, como reforça o INCA (Instituto Nacional do Câncer).
A ciência tem mostrado, por exemplo, que a ausência de nicotina não torna o produto seguro. Pesquisas em camundongos apontaram que a exposição ao vapor destrói células pulmonares e ainda reduz a quantidade de vasos sanguíneos saudáveis, aumentando o risco de enfisema pulmonar.
Por ora, nenhum teste parecido foi realizado em humanos, mas estudos populacionais (que analisam dados como hábitos de consumo, estilo de vida e incidência de doenças de uma grande amostra) sugeriram que o uso do cigarro eletrônico está associado à incidência de câncer e problemas pulmonares.
Outro ponto diz respeito à ocultação de informações nos rótulos dos DEFs. Segundo a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) muitos desses produtos apresentam substâncias não rotuladas, inclusive nicotina, e poucos e-commerces revelam a lista dos compostos contidos nos dispositivos.
Para complicar ainda mais, os dispositivos são muito usados por quem quer deixar o tabaco, e tem se tornado cada vez mais popular entre os jovens, com sabores atraentes que atribuem a ele um toque “cool”.
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Anvisa e cigarros eletrônicos: o que o órgão diz sobre eles
Por esses motivos, a comercialização, fabricação e publicidade dos cigarros eletrônicos são proibidas no Brasil desde 2009 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Em abril deste ano, o órgão regulador endureceu ainda mais a norma, vedando também a produção, a distribuição, o armazenamento e o transporte do produto em todo o território nacional, embora não tenha proibido o uso.
Como o tema pode cair no Enem
Já deu para notar que o assunto é controverso, certo? Por isso e por também ser super atual, ele tem grandes chances de cair no Enem. Confira três maneiras como o tema pode aparecer.
Redação abordando saúde pública
O último parecer da Anvisa sobre a polêmica é relativamente recente, o que o torna um bom candidato ao tema da redação. Conhecer a ascensão, a queda e o revival do hábito de fumar após o boom do vape ou pendrive (nomes pelos quais os dispositivos também são conhecidos) pode ajudar bastante na contextualização do problema.
Conheça mais temas que podem ser escolhidos para a redação do Enem
Questões de biologia
O efeito dos cigarros eletrônicos no organismo pode ser abordado em questões sobre o sistema cardiorrespiratório, que está entre os principais alvos do vape, segundo as pesquisas mais recentes.
Questões de química
Questões que abordem as reações químicas envolvidas na formação do vapor do cigarro eletrônico ou na interação de moléculas do dispositivo podem aparecer em questões de química. É importante conhecer previamente o assunto, pois, apesar de técnicas, as perguntas aparecem de modo contextualizado com a problemática atual.
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