Viver em sociedade é um desafio, as relações entre as pessoas são muito dinâmicas e nós, como humanidade, estamos sempre nos transformando. Tantas mudanças a todo momento precisam ser compreendidas, por isso a ciência tem um campo específico para isso: a sociologia.
Estudar essas transformações não é algo restrito aos cientistas sociais, afinal lidar com pessoas faz parte do dia a dia de vários profissionais. Quem faz faculdade de Direito, Administração, Economia, Psicologia, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e até Engenharia muito provavelmente terá que cursar a disciplina de Sociologia. E o conteúdo desse campo científico é cobrado nos principais vestibulares do país.
Se você é vestibulando, já percebeu a importância de estudar Sociologia. Para entender essa área do conhecimento, o ideal é saber como ela se tornou a ciência que conhecemos hoje.
A origem da Sociologia
É difícil definir um ponto de origem para qualquer campo científico, pois ele é o resultado da soma de descobertas de inúmeros indivíduos que viveram em diferentes séculos. O mesmo vale para a Sociologia. Mas podemos estabelecer como marcos três momentos distintos da história: Iluminismo, Revolução Francesa e Revolução Industrial.
O movimento iluminista se desenvolveu nos séculos XVII e XVIII, especialmente na Inglaterra, Holanda e França. Ele defendia outra perspectiva para se compreender o mundo, baseada na razão. Os pensadores iluministas eram críticos do absolutismo e defendiam a liberdade política e econômica, a partir da crença de que todos são iguais perante a lei.
O Iluminismo inspirou os ideais que levaram à Revolução Francesa. Ao abandonar a monarquia pelo republicanismo, a sociedade francesa viveu anos de instabilidade política. O movimento revolucionário também desencadeou uma ruptura política em outras nações europeias.
Outro momento de ruptura foi a Revolução Industrial, que alterou a lógica das classes sociais e difundiu o capitalismo. Essa transformação profunda na sociedade moderna teve como consequência a explosão demográfica em centros urbanos, como Londres e Paris, e aumento significativo da pobreza e da violência. Esse cenário de caos nas principais cidades europeias precisava ser compreendido para ser superado; assim, pensadores passaram a organizar o campo científico da sociologia.
Pensando a sociedade como ciência
Quem cunhou o termo “sociologia” e tentou estudar a sociedade para salvá-la do caos foi Augusto Comte (1798-1857). O filósofo queria colocar a humanidade no rumo do progresso novamente, por isso propôs a criação de uma ciência que buscasse soluções para a retomada dos desenvolvimentos social, científico e moral.
O pensador que definiu uma metodologia científica para a sociologia foi Émile Durkheim (1858-1917). Para ele, o pensamento comtiano era muito abstrato, e as Ciências Sociais precisavam de um método de análise rigoroso, semelhante ao das Ciências Naturais. A obra que marcou essa fase da sociologia foi As regras do método sociológico, de 1895.
A partir de então, a sociologia se tornou um campo autônomo. Assim como a própria sociedade, seu objeto de estudo está em constante transformação. Para Durkheim, a área deveria se dedicar aos “fatos sociais”, instrumentos que determinam a maneira de agir, pensar e sentir de um indivíduo em sociedade. Já Max Weber (1864-1920), outro pensador considerado “pai da Sociologia”, prefere o termo “ação social”, um ato comunicativo dentro da sociedade e que sempre afeta intencionalmente o comportamento de outro indivíduo.
Hoje, a sociologia se concentra em analisar hábitos, costumes e estruturas de uma sociedade e como seus integrantes se relacionam.
Sociologia no Brasil
Os brasileiros também tentaram explicar o funcionamento da sociedade. Os primeiros trabalhos dessa área datam de 1890 e foram elaborados por juristas. Em 1933, foi fundado o primeiro curso superior de Sociologia no Brasil, que promoveu o método científico entre os intelectuais que se arriscavam a escrever tratados sobre a formação da sociedade brasileira. Os principais nomes da sociologia no Brasil são Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior e Florestan Fernandes.