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A partir deste ano, os estudantes que estiverem no Ensino Médio vão encontrar algumas transformações. Aprovado pela lei n° 13.415/2017, o Novo Ensino Médio tem como justificativa uma mudança de foco. Antes essa parte da vida estudantil era vista como uma preparação para o Ensino Superior, mas agora ela tem como objetivo o mercado de trabalho.
Inclusive, essa etapa será integrada a cursos técnicos que possibilitarão ao discente sair com um diploma de uma área específica para já adentrar ao universo profissional.
Novo Ensino Médio: itinerários formativos
O Novo Ensino Médio terá itinerários formativos, aulas destinadas para os estudantes se aprofundarem em uma das quatro áreas do conhecimento ou adquirir uma formação técnica e profissional.
Esses itinerários serão optativos e escolhidos de acordo com o interesse do discente e disponibilidade da instituição. O estudante será capaz de adicionar um itinerário à sua grade curricular, mas poderá escolher outros ao longo dos três anos.
Por lei, a instituição de ensino precisa disponibilizar, no mínimo, duas opções para que o discente consiga escolher. As vagas serão limitadas.
Essa categoria de ensino ocupará 40% do total de horas correspondentes à etapa final do ensino básico, chegando a 1,2 mil horas segmentadas nos três anos.
Há alguns estados, como Goiás, que, neste ano, já vai ofertar essas aulas, mas elas só serão obrigatórias para as escolas de todo o país a partir de 2023.
O que muda com o Novo Ensino Médio?
O itinerário não é a única mudança. Haverá, ainda, outras bastante significativas. Elas serão implementadas gradativamente em escolas públicas e privadas de todo o Brasil. Veja quais são a seguir.
1. A carga horária
Até então, o Ensino Médio tinha, em média, 4 horas diárias, mas, a partir deste ano, será de 5 horas por dia. Isso significa que, no final da última etapa do ensino básico, o estudante terá cumprido 3 mil horas letivas.
São mil horas letivas anuais, um acréscimo de 200 horas com relação ao modelo anterior. A lei não especifica se essa carga horária deve ser feita exclusivamente na modalidade de ensino presencial ou se a distância, já que a legislação possibilita que 30% do Ensino Médio noturno e 20% do diurno sejam realizados remotamente.
2. Grade curricular
A alteração da grade curricular não poderia ficar de fora dessa atualização do Novo Ensino Médio. Agora, as disciplinas serão trabalhadas como áreas do conhecimento, modelo que já é explorado e cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e em outros vestibulares. São elas:
- Linguagens e suas Tecnologias;
- Matemática e suas Tecnologias;
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
- Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Essas áreas vão englobar todas as matérias já trabalhadas na modalidade de ensino atual, mas, no novo modelo, os conteúdos serão desenvolvidos na sala de aula de maneira integrada. Desse modo, temas de Geografia poderão ser trabalhados com os de História, por exemplo.
Serão destinados 60% do total de horas letivas para essa parte da grade curricular, o que corresponde a 1,8 mil horas distribuídas entre os três anos de Ensino Médio.
3. Projeto de vida
Outra mudança significativa do novo modelo, na realidade, um acréscimo, é o projeto de vida. O projeto de vida é um componente que será disponibilizado nas escolas para auxiliar os jovens a compreender seus interesses, bem no estilo orientação.
A finalidade é possibilitar que os estudantes saiam do Ensino Médio com maior clareza sobre suas ambições de vida e quais serão os próximos passos a serem dados para alcançar seus objetivos.
O projeto, inclusive, pode ajudar na escolha da eletiva que ele vai cursar ainda nessa etapa da educação. Na lei e demais documentações do Novo Ensino Médio, não está especificado se essa etapa será realizada por um profissional especializado, como um psicólogo, ou se um docente da própria instituição será encarregado especificamente para essa função.
Fonte: Ministério da Educação, Planalto, Rede Jornal Contábil, G1.