Israel e Palestina: entenda as origens do conflito

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Uma nova escalada de tensão no conflito entre israelenses e palestinos, entre abril e maio de 2021, trouxe essa questão novamente para as manchetes — e pode colocá-la também nas perguntas de atualidades dos vestibulares. Mais uma vez, como em outras ocasiões no passado, as autoridades de Israel e o grupo árabe Hamas, que controla a faixa de Gaza, voltaram a se atacar com bombas e mísseis. 

Esses novos ataques geraram muita preocupação na comunidade internacional, além de imagens impressionantes — como o vídeo abaixo, que mostra o Domo de Ferro (sistema de defesa israelense) entrando em funcionamento ao vivo na televisão.

Incoming during our live shot. pic.twitter.com/H2onIYWfqB

— Trey Yingst (@TreyYingst) May 16, 2021

Nesse contexto, o primeiro aspecto importante é entender que se trata de um assunto complexo: o conflito entre Israel e Palestina se arrasta há sete décadas, com motivações políticas e religiosas, bem como dilemas jurídicos e diplomáticos sobre os atos de cada lado nesse meio tempo. Dito isso, a origem das inimizades entre os dois povos remonta à divisão dos territórios do Mandato Britânico da Palestina, após a 2ª Guerra Mundial.

Os planos de divisão da ONU para Israel e Palestina

A região onde ficam o atual Estado de Israel, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (todos territórios palestinos, como vamos explicar a seguir) pertencia ao Império Otomano, que caiu com a 1ª Guerra Mundial. Com isso, as terras se tornaram, então, do Império Britânico.

O movimento sionista defendia a criação de um estado para o povo judeu desde o século XIX. A região do Mandato Britânico da Palestina era ideal para isso, já que Jerusalém é uma cidade sagrada para o judaísmo — embora também seja para o islamismo e o cristianismo, o que também é importante para entender o conflito. Logo nas primeiras décadas do século XX, milhares de judeus começaram a migrar para a região.

Quando aconteceu o Holocausto — extermínio em massa de minorias, incluindo milhões de judeus — durante a 2ª Guerra Mundial, a ideia de criar um estado para esse povo tomou força. A recém-fundada Organização das Nações Unidas (ONU) desenvolveu os planos para isso, dividindo o território britânico no Oriente Médio entre árabes e judeus. 

A imagem abaixo está em inglês e francês, mas é bastante simples de entender: a ideia era de que as áreas em verde formassem o estado judeu (Israel) e aquelas em amarelo o estado árabe (Palestina). A cidade de Jerusalém, importante para ambos os povos, permaneceria como um “corpo separado”, administrado internacionalmente e sem pertencer a nenhum país. 

O plano de divisão dos territórios, de 1947, previa um estado judeu e outro árabe/palestino (Imagem: Wikimedia Commons)
O plano de divisão dos territórios, de 1947, previu um estado judeu e outro árabe/palestino. (Fonte: Wikimedia Commons)

O histórico das guerras entre árabes e israelenses

As autoridades britânicas saíram do Oriente Médio, e os judeus declararam a criação de seu estado soberano, Israel, já em 1948. Contudo, os árabes não aceitaram a proposta, e a guerra começou no mesmo ano. Então, a Jordânia (país de maioria islâmica) invadiu a região oriental de Jerusalém, e os judeus tomaram a parte Ocidental. 

Logo, houve um cessar-fogo e a divisão foi demarcada, com muros e pontos de controle dividindo Jerusalém — outro aspecto central do conflito. Ainda assim, os palestinos não conseguiram constituir seu estado nacional, algo pelo qual lutam até hoje, uma vez que seu território continuou sob controle da Jordânia.

Como a situação não ficou plenamente resolvida em 1948, novas guerras continuaram acontecendo desde então, complicando ainda mais a situação na região. Uma das mais importantes é a Guerra dos Seis Dias, de 1967, quando Israel tomou a Faixa de Gaza e começou a criar assentamentos judeus na Cisjordânia.

Sobre isso, é importante explicar o que são Cisjordânia e a Faixa de Gaza, nomes que sempre aparecem nas notícias sobre esse assunto. Cisjordânia abarca as áreas depois do Mar Morto e antes do rio Jordão, em oposição à Transjordânia (que, atualmente, é o país independente da Jordânia). 

A Faixa de Gaza é uma faixa de terra com apenas 41 km de comprimento e algo entre 6 e 12 km de largura — embora vivam ali 1,7 milhão de pessoas, fazendo desse um dos locais mais povoados do planeta. Esses dois territórios deveriam pertencer à Palestina, de acordo com o plano inicial da Organização das Nações Unidas (ONU).

Voltando à história, em 1980, a legislação israelense foi modificada para definir Jerusalém como a capital “única e indivisível” do país. Na prática, o governo passou a controlar também a parte oriental da cidade, gerando tensões com os muçulmanos que viviam ali. Isso, aliás, foi o estopim dos conflitos de 2021: a expulsão de famílias árabes do bairro Sheikh Jarrah, após uma decisão da justiça israelense. 

A região e, especialmente, Jerusalém, são consideradas sagradas por israelenses e palestinos (Imagem: Wikimedia Commons)
Jerusalém é considerada sagrada por israelenses e palestinos. (Fonte: Wikimedia Commons)

Mais algumas perguntas e respostas para compreender

Como dito, os palestinos lutam pela criação de seu estado nacional até hoje; portanto, o que existe é a Autoridade Palestina, com sede em Ramallah, próximo de Jerusalém, porém não um “país de verdade”, com reconhecimento internacional e assento na ONU. 

Além disso, os israelenses continuam ocupando áreas na Cisjordânia, de modo que as áreas palestinas acabam formando 167 “ilhas”, sem território contínuo. Uma solução para o conflito — provavelmente com a criação de um estado palestino — é buscada desde os anos 1980. Em 1994, o líder palestino Yasser Arafat e os israelenses Shimon Perez e Yitzhak Rabin chegaram a ganhar o Nobel da Paz por suas negociações — como você pode ver na foto que ilustra essa matéria.

Mas aí surgiu outro componente: o grupo islâmico Hamas. Este conquistou a Faixa de Gaza em 2007 e não aceita a existência do estado de Israel. A Autoridade Palestina controla apenas as “ilhas” na Cisjordânia, enquanto o Hamas é quem tem o poder (de fogo, inclusive) na Faixa de Gaza. A maior parte das tensões — inclusive agora, em 2021 — é com esse grupo. Em vista disso, a paz na região ainda é um desafio.

Fonte: BBC, MegaCurioso.

O que você sabe sobre o conflito entre Israel e Palestina?

Responda às questões a seguir e descubra!

1. Quais são os principais territórios em disputa no conflito entre Israel e Palestina?
a. Palestinos e israelenses disputam apenas a posse da cidade de Jerusalém.
b. Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
c. Todo o território do Oriente Médio, inclusive países vizinhos.
d. A faixa de Gaza, que atualmente é controlada pelo Hamas.
e. A cidade de Ramallah, que está sob o controle da Autoridade Palestina.

Correto!

Errado!

2. Quem controlava os territórios antes da disputa entre israelenses e palestinos?
a. Desde o fim do Império Otomano, na Primeira Guerra Mundial, o Império Britânico passou a controlar a região.
b. Os territórios sempre foram controlados pelos judeus, mas a oportunidade de criação de um Estado só veio com o fim da Segunda Guerra Mundial.
c. Os países árabes, como a Jordânia, eram responsáveis por controlar a região antes dos conflitos.
d. A Palestina sempre teve uma presença árabe forte, e o povo palestino controlava a região.
e. A região nunca teve um controle oficial, por isso sempre foi motivo de disputas.

Correto!

Errado!

3. O que motivou a Guerra de Seis Dias?
a. O ataque do Hamas a Jerusalém Ocidental, de domínio israelense.
b. A criação de muros e pontos de controle dividindo a cidade de Jerusalém.
c. Os ataques árabes liderados pela Jordânia aos territórios israelenses.
d. O não reconhecimento pela Organização das Nações Unidas (ONU) da criação do Estado Palestino.
e. A tomada da Faixa de Gaza por Israel e a criação de assentamentos israelenses na Cisjordânia.

Correto!

Errado!

4. Os israelenses e palestinos já estiveram em comum acordo?
a. Sim. A ocupação de Jerusalém por Israel foi de comum acordo com os palestinos.
b. Sim. Durante a criação do estado de Israel, israelenses e jordanianos concordaram com a criação também de um estado Palestino.
c. Sim. Em 1994, o líder palestino Yasser Arafat e os israelenses Shimon Perez e Yitzhak Rabin chegaram a ganhar o Nobel da Paz por suas negociações.
d. Sim. Os dois povos costumam viver pacificamente, mas são provocados por interesses internacionais que preferem a guerra na região por conta do petróleo.
e. Não. O acordo entre os dois povos nunca aconteceu, por isso, os conflitos são tão frequentes.

Correto!

Errado!

5. O que motivou os recentes conflitos na região em 2021?
a. A divisão do território britânico no Oriente Médio entre palestinos e israelenses.
b. A conquista da Faixa de Gaza pelo grupo Hamas.
c. O anúncio da criação do estado Palestino por parte da Jordânia.
d. A decisão da Justiça israelense de expulsar famílias de um bairro em Jerusalém Oriental.
e. A declaração da ONU de que a Faixa de Gaza e Cisjordânia devem pertencer ao povo palestino.

Correto!

Errado!

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