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Em 2020, as emissões de carbono em nível global caíram 7%, mas essa realidade foi diferente no Brasil. O nosso país é um dos únicos em que foi detectado um aumento nas emissões. Aqui, uma das principais causas de poluição são as queimadas, que vêm batendo recordes desde 2019 e, somente neste ano, já foram registrados mais de 100 mil focos de incêndio, o que torna o Brasil o líder em queimadas na América do Sul.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou que, entre janeiro e setembro de 2021, a Amazônia registrou 53.050 focos de queimadas. Desses, 260 resultaram em grandes incêndios que consumiram mais de 105 mil hectares de floresta.
O cerrado também apresenta dados preocupantes, foram 48.927 focos de queimadas entre janeiro e setembro — um aumento de 132% em relação ao mesmo período do ano passado.
Como os incêndios ocorrem?
Os incêndios podem ser causados por fenômenos naturais ou pela atividade humana. As causas naturais podem ser raios e descargas elétricas que causam faíscas e, consequentemente, incêndios em áreas florestais, de plantação ou de pastagem. Já as causas humanas podem ser as mais variadas, sendo intencionais ou não, e as mais comuns são aquelas ligadas ao fogo: campestre (causado por fogueiras mal apagadas); originado por descarte incorreto de bitucas de cigarro; gerado por motivos criminosos; e, o principal, motivacionado por queimadas para a limpeza agropecuária.
As queimadas para limpeza são provocadas por agricultores, que querem renovar o solo para novas plantações, como também por pecuaristas, que querem criar, renovar ou ampliar áreas de pastagens e, para isso, desmatam florestas.
No Brasil, há forte relação entre queimadas, desmatamentos e ampliações de área de pastagem. Segundo o Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), os dez municípios que mais desmataram dentro da área da Amazônia Legal no ano passado tiveram um acréscimo de quase meio milhão de cabeças de gado. Juntos, esses municípios desmataram 3.830 quilômetros quadrados (383 mil hectares) de floresta, de forma legal e ilegal.
Pará, Mato Grosso, Amazonas, Rondônia e Acre foram os estados que mais desmataram áreas de Floresta Amazônica em 2020. Somados, são mais de 9,9 mil quilômetros quadrados de floresta desmatados e um aumento de 2,77 milhões de cabeças de gado.
Como evitar incêndios em plantações?
As queimadas podem ser realizadas dentro da lei e ser uma maneira eficaz de limpeza de terreno para a plantação, mas para isso é importante seguir uma série de determinações legais e obter uma autorização no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Entre as recomendações para a realização correta de uma queimada estão: controlar o fogo com a construção de aceiros, que são faixas de terreno de pelo menos 3 metros, similares a uma estrada ou vala, que devem estar roçadas e limpas a fim de que não haja combustível para o fogo.
Outro caminho é manter tanques de água cheios e meios de transporte disponíveis nos locais de queimada programada; além disso, fazer a limpeza dos terrenos eliminando materiais de fácil combustão.
Nessa perspectiva, outras normas devem ser obedecidas — sob pena de multa se não forem cumpridas, podendo chegar a R$ 50 milhões —, como apagar completamente fogueiras, não jogar cigarros em áreas de matas e nunca fazer fogo em áreas florestais ou de proteção ambiental.
Deve-se ter um cuidado especial entre os meses de agosto e setembro quando o clima é mais seco. Em situações em que a umidade do ar esteja abaixo de 20%, o risco é altíssimo de que qualquer fagulha possa gerar chamas, podendo ser transportadas por até 50 metros pelo vento.
Fonte: Gifel, Mundo Educação, Governo de São Paulo, Ambiente Brasil, Semar Piauí, TecMundo, Portal UOL, Senado, G1, ISTOÉ Dinheiro.