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Quem torceu para 2020 acabar logo pode ter-se frustrado com o início de 2021. A pandemia causada pelo Sars-Cov-2, vírus responsável pela doença covid-19, iniciou este ano em níveis alarmantes e causou o maior colapso do sistema sanitário de toda a história do Brasil.
Mas, afinal, o que fez a doença se manter em alta no território nacional ao passo que em outros locais do mundo ela deu uma trégua? O que justifica a permanência do Brasil entre os campeões de mortalidade?
Confira aqui as principais causas pelas quais o Brasil viu os hospitais públicos e privados esgotarem seus recursos de tratamento intensivo, de leitos e respiradores a medicamentos imprescindíveis ao manejo de pacientes graves.
Mesmo com a abertura de leitos, criação de hospitais de campanha e outros esforços, o Brasil e outros países tiveram dificuldade em lidar com os quadros de covid-19. Afinal, a estrutura de saúde adaptada à demanda cotidiana se viu desafiada a lidar com a maior crise sanitária da história recente.
É por isso que, em pouquíssimos meses, milhares de mortes diárias se tornaram uma triste rotina. Até países conhecidos por uma estrutura de bem-estar social, como a Itália, foram obrigados a escolher quais pacientes teriam de se tratar e quais deles teriam de perecer sem cuidados intensivos.
Isso explica também por que se mede a evolução da doença por meio da porcentagem de vagas de UTI. Em São Paulo e em diversos outros locais do país, pacientes morreram sem acesso à intubação ou sofreram esse procedimento sem cuidados farmacêuticos adequados por falta de medicamentos.
Em Manaus, uma das capitais que mais sofreram com o problema, o pior período conviveu com a mercantilização da vida. Com déficit de insumos, sobreviviam apenas pacientes cujas famílias conseguiam levar cilindros de oxigênio comprados por conta própria. Quem não os encontrava no mercado ou não podia comprá-los, perdeu seus entes de forma dolorosa.
Outro gargalo importante se refere à disponibilidade de profissionais habilitados a trabalhar na área. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros membros das equipes de saúde se viram obrigados a dobrar plantões cansativos com constância para garantir o funcionamento do número máximo de leitos.
Além do desgaste físico, deve entrar na conta o impacto subjetivo de perder pacientes diariamente diante de uma luta difícil contra a covid-19. Pessoas jovens e sem comorbidades se tornaram vítimas da doença, a despeito dos esforços dos profissionais, elevados à condição de heróis.
Segundo o Diretor Clínico do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, Mauricio Marcondes Ribas, a criação de mais estrutura de cuidado intensivo não seria viável em razão das limitações humanas. Faltariam profissionais para trabalhar, mesmo com mais leitos. Por isso, o distanciamento social e a vacinação continuam a ser o carro-chefe da estratégia de contenção da doença.
A vida humana não tem preço. Mas, a exemplo do que se viu em Manaus, é verdade também que o mundo está organizado segundo uma economia que coloca um limite nesse princípio.
Esse é o caso de muitos pequenos e médios comerciantes que tiveram a verba estatal destinada ao setor diminuída em R$ 2 bilhões. Essa é uma balança bastante sensível. Fechar as portas pode significar demitir dezenas de profissionais em meio a um período que exige proteção social. Por outro lado, ser rigoroso quanto ao fechamento pode ser um investimento, desde que a política dê certo. Trata-se de uma aposta e, pressionados por comerciantes e sem um consenso sobre o tema, diferentes cidades estão tomando rumos diferentes.
Em Araraquara, no interior paulista, por exemplo, uma política de lockdown mais efetiva chegou a zerar as mortes por covid-19 na cidade, o que pode acelerar a retomada da economia a longo prazo. O tempo dirá quais serão as decisões mais acertadas.
É por isso que se cobra que o poder público ofereça às famílias um auxílio emergencial que faça frente às demandas de vida durante o período. Além de permitir que as pessoas não passem fome, isso movimenta a economia e possibilita aos pequenos comércios terem condições de enfrentar essa fase excepcional.
Fonte: CNN, Folha, EBC, Governo Federal, Nexo.