Afinal, dá para estudar ouvindo música?

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Cada pessoa tem o próprio ritual de estudo: enquanto algumas preferem o silêncio das bibliotecas, outras só conseguem se concentrar se tiver uma música tocando. E esse último comportamento gera estranheza em alguns. Será que é possível manter o foco nos livros sem se distrair com estímulos sonoros ao redor?

Existem vários estudos sobre o assunto, mas o que podemos adiantar é que a prática pode ter efeitos negativos e positivos, e isso depende do aluno e da música que ele ouve. Também há teorias, mas sem nenhuma comprovação científica, sobre a eficácia ou não de ouvir música para estudar.

Um desses mitos bastante difundido é chamado Efeito Mozart. No começo dos anos 1990, o termo foi cunhado para dizer que ouvir o compositor clássico turbinaria o cérebro, deixando pessoas de diferentes idades mais inteligentes.

Ouvir música ajuda muitas pessoas a se concentrar nos estudos. (Foto: Unsplash)
Ouvir música ajuda muitas pessoas a se concentrar nos estudos. (Foto: Unsplash)

Em 1993, a revista Nature publicou um estudo da Universidade da Califórnia a respeito do Efeito Mozart, tratado com cautela pelos pesquisadores, os quais inclusive preferiram não utilizar o termo que já fazia sucesso entres pais de primeira viagem que deixavam a música rolando para os bebês. A pesquisa foi conduzida com crianças em idade escolar.

O teste foi aplicado em 36 alunos divididos em três grupos que, dez minutos antes de serem submetidos às análises, enfrentaram situações diferentes: uma turma ouviu uma sonata de Mozart, outra recebeu instruções sobre o teste e um terceiro grupo permaneceu em silêncio.

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O grupo que ouviu o compositor clássico teve uma pequena superioridade ao resolver problemas espaciais, entretanto os pesquisadores alertaram que o efeito durou apenas 15 minutos. Após esse período, os alunos dos três grupos apresentaram resultados semelhantes. Outras pesquisas que se seguiram tiveram o mesmo resultado.

Em 2010, especialistas tentaram repetir os experimentos com outros estilos musicais e descobriram que diversos gêneros estimularam o aumento na percepção espacial durante um curto período. Assim, os cientistas deduziram que ouvir música de fato traz alguns benefícios, dependendo do grau de envolvimento e da diversão que a pessoa sente enquanto estuda e escuta.

Algumas pessoas preferem estudar em ambientes sileciosos, como as bibliotecas. (Foto: Pixabay)
Algumas pessoas preferem estudar em ambientes silenciosos como bibliotecas. (Foto: Pixabay)

A música também pode atrapalhar

Por três décadas, a criatividade e a música estiveram altamente associadas no imaginário popular e na ciência. Em 2010, um grupo de psicólogos da University of Central Lancashire (Reino Unido), da University of Gävle (Suécia) e da Lancaster University (Reino Unido) fez uma nova pesquisa que apontou prejuízo na criatividade de quem associa o estudo à música.

O experimento foi dividido em três partes, cada uma envolvendo um tipo de música: canções estrangeiras e desconhecidas dos participantes, músicas instrumentais e composições com letras familiares. Os resultados apontaram que em todos os cenários há um comprometimento do desempenho se comparado a quem executa as tarefas em silêncio. Os alunos que ouviram canções conhecidas foram os que mais apresentaram problemas de criatividade, por mais que as músicas tenham melhorado o humor de quem participou da pesquisa.

Já aqueles que executaram as tarefas em silêncio ou ouvindo a simulação de um som de biblioteca, que é um ruído quase imperceptível, foram os que apresentaram melhores resultados. Assim, a conclusão dos pesquisadores foi de que a música pode atrapalhar o estudo, por isso é bom ter cuidado ao colocar o fone no ouvido enquanto estuda.

Fonte: BBC, Eurek Alert, FNU, Foundation Education

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